sábado, 1 de julho de 2017

Sobre a origem e as bençãos de tal "pulhice" disse... nada!...


HÁ 'BRUXARIAS' CONTRA... DEMISSÕES?


«Finalmente, o presidente do Benfica falou sobre o ‘caso dos emails’ e falou perante deputados, o que neste momento já não se alcança se aumenta ou reduz o acto (de exposição) propriamente dito. E disse coisas muito importantes.

Um director de comunicação, seja ele de que clube for, quando verbaliza ou toma posições, não o pode nem deve fazer com a responsabilidade a recair sobre si próprio, sem que isso afecte, positiva ou negativamente, o próprio clube ou SAD.

Colocando os nomes: o director de comunicação do Porto (Francisco Marques), quando fala, responsabiliza, também, o Porto e o seu presidente, Pinto da Costa. O director de comunicação do Benfica (Luís Bernardo) quando fala responsabiliza, igualmente, o Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira. Contudo, para a opinião pública, quando falam Francisco Marques e Luís Bernardo é uma coisa; quando falam Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira é outra — e o mesmo mecanismo acontece entre Nuno Saraiva e Bruno de Carvalho, no Sporting.

Por isso, ninguém parece ter atribuído grande importância ao facto de Vieira ter falado, pela primeira vez, em público sobre o ‘mailingate’, mas a verdade é que, ao fazê-lo, e em termos do que isso significa para a opinião publica e, particularmente, para a nação benfiquista, a relevância desse acto é enorme. Em síntese: para o bem ou para o mal, não há perigo de fuga.

Pela primeira vez, e talvez com muitos dias de atraso, ouvimos Luís Filipe Vieira (LFV) dizer que "o SL Benfica foi brindado com uma série de acusações, todas elas falsas e infundadas". Quer dizer: o presidente disse exactamente aquilo que o director de comunicação já havia dito (na BTV), mas disse-o da sua boca, perante deputados e perante as câmaras de televisão, o que significa uma declaração/compromisso perante o País. Mais: LFV disse preto no branco que "este conflito suicida acabará por vitimar quem o desencadeou e alimentou de forma irresponsável". Quer dizer: o presidente do Benfica rejeita qualquer tipo de imputação feita pelo Porto e entende que seria o Porto a responder por aquilo que considera ser uma irresponsabilidade.

O ponto alto do discurso acontece quando afirma, sem reservas: "quero garantir aos sócios e simpatizantes do SLB que, no nosso clube, não existem actos praticados à margem da lei, nem condutas que possam ser objecto de censura".

Trata-se de uma afirmação arriscada, sobretudo na passagem em que garante não existirem no Benfica ‘condutas que possam ser objecto de censura", mas a partir de agora Luís Filipe Vieira está entregue a si próprio e ao resultado da investigação.

O Benfica tem de passar incólume para Luís Filipe Vieira passar incólume. Isto é: qualquer prova ou sentença no sentido de existirem actos praticados à margem da lei tem de ter consequências para o presidente. E essa consequência só pode ser — nesse caso — a demissão.

O inverso também é verdadeiro, se se chegar à conclusão de que "a montanha [do Dragão] pariu um rato". Francisco Marques é o actor principal mas também a voz instrumental — convicto de que as suas acusações assumem uma dimensão material e, portanto, geradora de uma hegemonia ilícita — mas, independentemente daquilo que lhe possa acontecer no futuro, para o bem e para o mal, quem está em causa, também para o bem e para o mal, é Pinto da Costa. Não se sabe quando, mas o fim deste processo — se não resultar numa coisa pífia e inodora — vai ser penoso para uma das partes. Quantas cabeças vão rolar?

A parte do bruxo acaba por ser um fait-divers, embora possa representar um padrão de comportamento específico na tentativa da recuperação da hegemonia. Foi talvez a forma, na terceira sessão de revelações televisivas e a primeira com a investigação a decorrer, de o Porto manter a ideia de que "o show must go one".

Mais séria é a afirmação segundo a qual "investimos em formação em vez de crime informático". Quer dizer: o presidente do Benfica valida, de forma clara, a tese do crime informático, curiosamente depois de Francisco Marques ter deixado a ideia de que os emails têm chegado ao Porto/Porto Canal, sem que tenha havido qualquer crime informático, acentuando a ideia de que "estamos perante o maior escândalo do futebol português". Regressa, então, a tese da ‘toupeira’.

Entretanto, os programas TV vão ou foram de férias, falar-se-á de transferências e de regresso ao trabalho e a época vai começar debaixo de um clima insustentável. Em pouco tempo, o carrossel começará a girar, sob o lema: mais um campeonato, mais uma farsa. Até quando?

JARDIM DAS ESTRELAS (*)

Videoárbitro ano 0, mas…

Sei que estamos no ano 0 do videoárbitro (quando tivemos décadas e décadas de erros grosseiros validados sabe-se lá porquê), mas preocupa-me por exemplo não ter sido assinalado um penálti (claro) contra Portugal no jogo com o Chile ( falta de Fonte). Situações claras têm de ser punidas. O videoárbitro é para isso. Tolerância, sim, num projecto-bebé, mas com limites.

O CACTO

O filtro da FPF

A FPF para ser o ‘alto comando’ do futebol português — e deve sê-lo, se ela própria impuser um regime de actuação que não comtemporize com entidades ou individualidades que geram afecto, quando estão em causa entorses, comportamentos duvidosos ou mesmo crimes e sentenças de tribunal transitadas em julgado… — não pode fechar os olhos ou criar regimes de excepção que colocam em causa tudo o que defendem e que, no caso deste mandato de Fernando Gomes, está plasmado num documento de compromisso público que, a ser cumprido na sua quase totalidade, representa uma enorme mais-valia para a organização do futebol nacional.

Neste caso dos ‘cigarros electrónicos’, a FPF (em sede de AG) não deixou passar, e bem, uma norma que havia sido aprovada na Liga e que era uma tentativa de visar unicamente o presidente do Sporting, na sequência do incidente que ocorreu em Alvalade, no final do jogo com o Arouca, em Novembro do ano passado. A FPF pode ser um filtro importante (como foi agora neste caso dos cigarros electrónicos, uma pulhice revanchista que o futebol não deve, nunca, promover) mas para ser credível tem de ser muito mais impositiva e menos ‘porreirista’ nas situações em que directores e funcionários colocam em causa a instituição e a sua imagem.»
(Rui Santos, Pressão Alta, in Record)


As curiosas e óbvias ilacções que Rui Santos retira das declarações do presidente do Benfica perante deputados do parlamento e estações de televisão, deveriam - e manda a transparência e isenção exigíveis à administração da Justiça de qualquer país civilizado que o sejam! - ser naturalmente também retiradas pelos responsáveis da investigação promovida pela PGR. Nesta condição e a julgar por tudo aquilo que até agora tem vindo a público com origem nas Antas, somado ao trabalho de investigação jornalística que  o semanário Expresso tem vindo a publicar ultimamente, começa a ser notório o risco demasiado elevado  com que Luís Filipe Vieira estará a fazer a cama onde, eventualmente, amanhã terá de deitar-se. Aguardemos, mas os prenúncios não parecem ser-lhe muito favoráveis e os riscos de o vento acabar por lhe levar o "guarda-chuva", apresentam-se em cada dia mais elevados...


Para acabar de "atar os molhos", ainda tenho a boca aberta de espanto com a afirmação de RS de que a proposta apresentada na AG da Liga pelo Benfica e aprovada nas condições que vieram a público e agora "chumbada" pela AG da FPF, mais não será que "uma pulhice revanchista que o futebol não deve, nunca, promover"!...

Aí temos de novo Rui Santos a adiantar-se à silenciosa e subserviente turba do jornalismo português que... 

Sobre  a origem e as bençãos  de tal "pulhice" disse... nada!...

Leoninamente,
Até á próxima

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