AZAR
“Criámos boas oportunidades, mas tivemos azar desta vez, com muitas bolas aos ferros. Tivemos azar na 1.ª parte, mas foi um bom jogo da nossa parte.”
BOA FASE
“Estamos sólidos e a criar oportunidades. Estamos razoáveis na defesa, a tentar melhorar passo a passo. Espero que continuemos a ganhar, temos tido algumas mudanças na equipa e mesmo assim temos ganho e isso significa que temos boas opções no banco.”
2.º LUGAR AINDA É POSSÍVEL?
“Para a próxima semana jogamos com o Belenenses, vamos tentar ganhar. Vamos primeiro desfrutar desta vitória e o resto logo vemos.”
A pragmatização do 'Keizerball'
«O Sporting de Abril é um Sporting diferente daquele de Novembro, que enchia o olho aos românticos da bola. Mas, o que é certo, é que este Sporting ganha e já ganha há nove jogos seguidos. Em mais uma exibição competente, equilibrada, em que ainda se deu ao luxo de desperdiçar um ror de oportunidades, os leões bateram o V. Guimarães por 2-0 e consolidaram o 3.º lugar na liga.
É curioso como os dois jogos com o V. Guimarães marcam fases muito diferentes da vida de Marcel Keizer no Sporting - e, entre os dois jogos, não passou exactamente uma eternidade, são apenas quatro meses.
Em Dezembro, antes da visita ao Afonso Henriques, o 'Keizerball' vivia o seu momento de quase histeria (e aqui, amigos, contra mim falo, eu própria entrei nessa caravana): o Sporting ganhava, quase sempre por muitos apesar de também muitos sofrer, o futebol era rápido, fluído, bonito. Andávamos todos encantados, porque já não achávamos possível que tal romantismo ainda resultasse no futebol moderno.
E boa parte das crenças dos românticos foram deitadas abaixo naquela noite fria em Guimarães. O Sporting perdeu, o 'Keizerball' não teve resposta para as grilhetas colocadas pela estratégia de Luís Castro e, no mês que se seguiu, o Sporting voltou a perder, com o Tondela, e no clássico com o FC Porto apareceu transfigurado: utilitário, objectivista.
É possível que tenha começado ali a pragmatização do 'Keizerball'...»
(Lídia Paralta Gomes, Tribuna Expresso, 27.04.2019 às 20:33)
Comungo sem quaisquer pruridos a bem construída introdução que Lídia Paralta Gomes faz na Tribuna Expresso à sua análise do jogo de ontem à noite em Alvalade. Vejo o curioso trajecto de Keizer no Sporting desde a sua chegada, por um prisma muito idêntico e interrogo-me acerca dos limites a que no futuro poderá vir a desaguar o seu trabalho, depois da dura fase de 'aprendizagem' a que o 'nosso futebol manhoso', que alguns entre nós parecem confundir com a 'sublime' táctica característica de muitos treinadores 'tugas', o terá sujeitado, ele que nos chegou da Holanda carregado de romantismo 'cruijffiano'. Porque a essência continua lá, embora tenham mudado quase radicalmente uma boa mão cheia de conceitos que terão estado muito perto de lhe conceder o bilhete de regresso aos sumptuosos e belos campos de tulipas.
Hoje Marcel Keizer será um treinador muito diferente daquele que nos conseguiu empolgar e, ao mesmo tempo, decepcionar, nos primeiros tempos. O futebol português, com as suas virtudes e defeitos, ter-lhe-à ministrado a 'cadeira' que lhe faltava no seu 'mestrado'. É por isso que a cada jogo do Sporting aumentam em mim as labaredas da ansiedade pela próxima temporada, desde que a arte e o engenho dos responsáveis leoninos, lhes permitam ser capazes de lhe municiar e apurar o arsenal que, não sendo tão limitado quanto alguns suspeitos analistas por aí pintam, incontornavel e reconhecidamente não será ainda uma 'invencível armada'!...
Era bonito iniciar nova década com o jejum quebrado!...
Leoninamente,
Até à próxima
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