As lágrimas reflectem tanto na mulher quanto no homem, um estado de alma! O estafado chavão de que "os homens não choram", sofreu ontem mais um profundo desmentido. As lágrimas que Jeffrén verteu no final do jogo com o Vitória de Guimarães, em agradecido abraço ao médico Frederico Varandas, dizem-nos quanta humanidade existiu nesse pequeno gesto. E as afirmações do seu treinador, explicam que o episódio é mais abrangente. De facto, o longo calvário do hispano-venezuelano, aqui resumido aquando da última lesão sofrida e que agora todos esperam esteja definitivamente ultrapassado, justifica a alegria e emoção que o levaram às lágrimas.
Dois golos fabulosos, foram um incentivo fantástico e um contributo decisivo para a goleada que a equipa conseguiu. Para mais por constituir um feito que alcançou pela primeira vez, na sua curta mas promissora carreira.
Que a hora de Jeffrén Isaac Suárez Bermúdez (Ciudad Bolívar, 20 de
Janeiro de 1988) tenha chegado. Para ele e para o Sporting!...
A hora, a confiança, a alegria e a felicidade parece também terem chegado para Marat Izmailov. Depois da intervenção "milagrosa" do dr. Pedro Pessoa, aqui reportada na ocasião, a conversão do penalty que Ricardo Sá Pinto ontem entregou ao nosso "Czar", que este transformou no 3º golo leonino e que corou uma fantástica exibição, foi a cereja no topo do bolo. A vida desportiva de Izmailov parece ressurgir e encaminhar-se para um trajecto que o seu fantástico talento sempre prometeu. O regresso quase científico, de tão minucioso, à competição, programado e implementado numa conjugação de competências entre o departamento médico liderado pelo dr. Frederico Varandas e as várias vertentes da equipa técnica liderada por Ricardo Sá Pinto, parece indicar que a caminhada deste fabuloso atleta russo rumo à total e definitiva recuperação está consumado e se apresenta felizmente como um dado irreversível. Não serão de estranhar por isso, as palavras do seu empresário, sobre a relação entre este fantástico jogador e o seu clube de quase uma vida e muito menos as afirmações deste sobre o seu técnico. Que Marat Izmailov tenha atirado definitivamente para o passado as barreiras que a má fortuna lhe colocou pela frente. Ainda estará muito a tempo de ligar o seu fantástico talento à gloriosa história do Sporting!...
Com indesmentível e incontroversa satisfação, vimos assistindo à afirmação de Alexandre Luiz Reame, o nosso Xandão (Araçatuba, 23 de fevereiro de 1988), do fabuloso calcanhar da nossa ilusão, no centro da defesa que já foi motivo da nossa desilusão. Ontem, aos 28 minutos de jogo, todos tremeram. Nós e Ricardo Sá Pinto, como aqui seria comentado, deixámos que a consternação nos invadisse. Mas o profissionalismo e o formidável desejo do atleta de não abandonar a luta e de não abdicar da oportunidade que o Sporting lhe está a proporcionar, levaram-no a cerrar os dentes, a sofrer as dores e a prosseguir com inquebrantável fé e confiança. Conseguiu ultrapassar o momento difícil e recompôs-se, como um verdadeiro leão, exibindo a mística leonina que parece já ter interiorizado e assumido completamente: antes quebrar que torcer. Começa a ser difícil retirá-lo do nosso coração, onde parece ter entrado de rompante e para ficar.
Leoninamente,
Até à próxima
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