segunda-feira, 12 de março de 2012

Ai que saudades, ai, ai !...

Gooooooooooolo do Sporting!... Wolfswinkel atira de pé esquerdo fora do alcance de Nilton!... E nasce no rosto do nosso "ice-man", um sorriso de criança, de pura alegria pelo fim da má fortuna que o vinha acompanhando. E nasce no seu peito uma vontade de correr, pelo campo fora, direito, direitinho a quem o tem amparado, estimulado, incentivado!... Um sorriso igual está estampado na cara de Ricardo Sá Pinto que, de braços abertos vai ao seu encontro, com a certeza de que aquela correria era para ele, aquele abraço era dele!... Pieguice minha?!... Não amigos, eu chamo a tudo o que vos descrevi, ao gesto de ambos e às minhas humildes palavras - sem falsa modéstia - pura alegria sportinguista!...
A alegria que a equipa respira em todos os momentos do jogo e que contagia e envolve toda a formidável legião de adeptos que começam a deslocar-se  a Alvalade em massa, o sorriso estampado em cada rosto dos leões, quer estejam no terreno ou nas arquibancadas, salpicada com o encanto e a beleza esfusiante e feliz da onda rosa que hoje quase invadiu o nosso estádio,  não poderão ser negados ou desvalorizados seja por quem for. E seja qual for o amanhã que nos estiver reservado, é preciso dizê-lo sem reservas ou subterfúgios, que todos deveremos estar gratos  a Ricardo Sá Pinto.
O grito mágico há tanto tempo refreado nas nossas gargantas, ainda ecoou mais quatro vezes  nas arquibancadas de Alvalade. Mas os motivos de aplauso e felicidade duraram o tempo todo. Porque a equipa esqueceu completamente que dentro de quatro dias será de novo chamada a um desafio, sem desprimor para o adversário de hoje, de grau de dificuldade bem mais elevado. Porque continuou, como Ayrton Senna dizia, com o pé na tábua. Matias primeiro, Izmailov depois e Jeffrén a fechar por duas vezes, nunca disseram "por hoje basta". E nos intervalos dos golos, todos vimos que a organização da equipa, todos os seus processos e mecanismos saltaram para um patamar mais elevado e provocaram o que já não era visto em Alvalade há tanto tempo, a fantástica "onda leonina", que a geometria do estádio potencia e torna ainda mais bela. Esclarecedor e irrefutável.
Hoje assistimos a uma viagem de 90 minutos, em que todos os atletas tiveram um andamento uniforme ao longo do tempo que estiveram em jogo. Ninguém saiu rebentado, esgotado ou lesionado. Ninguém voou, mas também ninguém andou a passo. Nota-se uma correcta e abençoada gestão do tempo de jogo por parte de todos. E até os que entraram com o combóio em andamento, não ficaram à espera que o trem parasse. Lembrei-me dos meus tempos académicos em Lisboa, quando apanhava o 25 para a Estrela: corria com a leveza com que hoje não o faria até me colocar a par do eléctrico amarelo e adquirir a sua velocidade e saltava para o estribo como se ambos estivéssemos parados. Foi o que aconteceu hoje com André Martins, Jeffrén e Ribas. E porque o seu lançamento foi o mais correcto no tempo e no modo, a equipa continuou a jogar como jogara antes. Assim as substituições fazem sentido: geram poupança de esforço e não provocam abaixamento de ritmo, de dinâmica ou de resultados práticos na equipa. Tudo continua a rolar sobre esferas!...
Hoje, muito provavelmente, alguns jogadores do Vitória de Guimarães pagaram caro a superficialidade com que afirmaram vir a Alvalade para ganhar. É bom que isto tenha acontecido, para que sirva de exemplo a muitos no futuro, para quem o respeito por uma instituição como o Sporting será coisa de somenos.
Ricardo Sá Pinto foi, do meu ponto de vista, o homem do jogo! Não só pelo que hoje fez no banco. Mas o que conseguiu que a equipa hoje fizesse em campo, contra uma equipa de atributos relevantes. O Vitória de Guimarães não é uma equipa qualquer. Renovo por isso a gratidão que acima lhe expressei e desejo-lhe a ele e a todo o plantel uma próxima 5ª feira feliz.

Leoninamente,
Até à próxima


2 comentários:

  1. Spooooooooooooooooooorting, estamos de volta

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  2. Com as duas últimas demonstrações, começo a acreditar!...
    Não foi só uma revolução na mentalidade dos nossos jogadores, que Ricardo Sá Pinto conseguiu. Há ali muitos pormenores em que se nota claramente que muito de bom está a ser construído. A movimentação da equipa, a dinãmica com permanentes e enleantes desmarcações, a consistência defensiva com os sectores mais próximos, o permanente desejo de chegar rápido à área adversária, a constante variação de flancos, o "tic-tac" de uma posse de bola envolvente e sedutora e ... a condição e a disponibilidade física que em poucas semanas todos os jogadores parecem ter recuperado. Para que nós nos possamos aperceber de tão gritantes diferenças - nós, simples adeptos, não somos experts nestas matérias - o trabalho e a competência que não terão sido necessários. Estava muito mal entregue o nosso plantel...
    Ainda não será a grande equipa que todos nós queremos. Hão-de acontecer dias menos bons, mas agora já começamos a sentir que temos de volta uma equipa "à Sporting": dominadora, venenosa, prática, competente e eficaz... Era, tão só, o que todos nós pedíamos, caramba! Os títulos ficam para melhor oportunidade. O que nós não queremos é passar por mais vergonhas, como o Gil Vicente e Moreirense.
    Na próxima 5ª feira, até podemos ser eliminados. Mas também poderemos fazer história, quem sabe ?!...

    Um abraço de esperança

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