A fantástica tarde/noite de sábado continua a ocupar o meu espírito. É incontornável e nem toda a carga de razão que procuro impôr ao meu baralho de emoções impede que, quase permanentemente, algumas cartas não continuem a saltar para a liberdade que o clic de uma nova mensagem lhes abre.
A derrota já lá vai. Custou um pouco, mas está quase esquecida. Foi um mero acidente de percurso e não mais que isso. Mas vi coisas lindas e essas, nem consigo esquecê-las, nem impedir que continuem a desenhar curiosos e harmoniosos bailados no meu espírito.
Sentado no lugar da Bancada Lateral que tinha comprado para o meu jovem amigo luso-descendente de Newark, a quem fiz questão de oferecer por uma vez o meu Lugar de Leão na Central, para que pudesse disfrutar com ângulo e amplitude mais favoráveis a beleza do espectáculo - a alegria da aceitação, espelhada nos seus olhos, foi o seu melhor obrigado! -, a imagem de 50.000 sportinguistas naquele magestoso anfiteatro emocionou-me! Como há oito anos me tinha emocionado igual imagem no jogo de inauguração com o Manchester. Ver Alvalade repleto de gente bonita, que estava ali por amor, por uma causa sublime que as palavras não conseguem definir, trouxe-me aquele nó na garganta que aparece nos homens e a que as mulheres, mais sensíveis do que nós, chamam de lágrimas ao canto do olho. Tenho pena de não ter arte para descrever com palavras a beleza dessa imagem que quase me atordoou. Mas tenho um amigo que o fez, o mesmo que já trouxe para aqui naquele feliz imaginário de deixar o leão branco que se chama Sonho, à solta no relvado de Alvalade. E porque não quero que aqueles que a mim vão tendo a paciência de ler e que eventualmente não tenham o hábito de o lerem a ele, possam de alguma maneira perder a pequena maravilha que escreveu, aí vai o trecho que retirei do post de MM, publicado no blog sportinguista Sporting Auntêntico.
O estádio José Alvalade tem realmente um charme muito próprio sempre que bem composto. Um charme que é só seu e mais nenhum estádio no mundo replica.
Não verso sobre elementos imaginários do Sporting, ou de coisas que (algo lhe) acrescentem ou façam aperfeiçoar-se. Falo do público, e das características que por norma dotam os Sportinguistas. Sendo uma norma, ou quase-norma, podemos então generalizar e afirmar aquilo que é óbvio: uma atmosfera lindíssima, não se vêem caras más, feias ou doentes como aquelas que vemos noutros estádios.Não se vê gente de índole maligna, suspeita ou perversa. Não se vêem macacos-guarda de encomenda, nem se vislumbram rufias de um qualquer sub-mundo abastado e nojento citadino / criminoso. Não se vêem explosões encarnadas, conotações vermelhas com o "inferno", ou bandeiras de fundo rubro estampadas pelas insígnias negras de dois "N's" que naturalmente fazem ler Neo-Nazis.
Em Alvalade vê-se gente séria, generalizando: crianças, famílias, jovens casais, idosos, muitas mulheres, sorrisos, genuíno público, aquele que trabalha ou tem emprego; soldadores, professores, mecânicos, médicos, enfermeiras, advogados, a imensidão de gente que constitui aquilo que vulgarmente se chama povo. É este o público do Sporting, e quando o estádio está cheio é tão notório. Basta ver as caras, as expressões, as verdadeiras e naturais poses naquilo que de melhor Portugal tem ao nível das suas gentes.
A MM volto a pedir desculpa por mais uma citação, para a qual voltei a não pedir a sua autorização. Mas se já teve a amabilidade e o altruismo de me perdoar a primeira, certamente que me voltará a perdoar desta vez. A culpa é dele que tem o dom, que não tenho, de definir Sporting desta maneira tão verdadeira e bonita.
Aos 50.000 que estiveram em Alvalade no sábado eu suplico que voltem. Não me privem da tremenda emoção de ver o nosso estádio repleto. Se calhar, presumidamente, ao julgar ser esta emoção só minha, estarei a desprezar a forte e provavel possibilidade de se terem verificado 50.000 emoções iguais à minha naquela tarde/noite. E, se esta suspeita se tiver verificado, então amigos, com o Olhanense, todos veremos de novo José Alvalade como gostamos: repleto e lindo de morrer!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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