João Pereira é um jogador que admiro há muito. Agora que joga com o leão ao peito, a minha admiração redobrou. A raça e a garra que exibe em cada lance, como se fosse o último da sua vida, o desejo permanente de vitória que demonstra em cada jogo, a sintonia e o espírito de grupo que revela em cada momento e o acerto das posições que defende fora das quatro linhas, sem ter os "pés bem assentes no chão" e sem "levantar a cabeça" como todos os dias vemos a grande maioria dos jogadores de futebol portugueses afirmar com confrangedora pobreza de espírito e de vocabulário, fazem dele um atleta que, em minha opinião, casa bem com os ideais do clube que hoje representa.
Dito isto, quero agora analisar o comportamento do atleta no final do último jogo disputado com o Portimonense em Alvalade. O que João Pereira fez não é admissível ! E além de não ter atenuantes de qualquer espécie, acresce o facto de o jogador ser reincidente. O árbitro Duarte Gomes é um mau árbitro e a punição adivinhava-se. Ele apenas estava à espera que um dos jogadores "fundamentais" do Sporting lhe desse o mais pequeno argumento. E João Pereira deu-lho. Todos vimos, sendo certo que Saleiro, pouco depois fez pior. Mas Saleiro não é um jogador fundamental para o Sporting. Duarte Gomes tinha a lição bem estudada. O sistema continua a funcionar, que ninguém tenha dúvidas e muito menos os jogadores do Sporting Clube de Portugal.
Posto isto, é minha convicção que o gesto de João Pereira não pode, nem deve ficar impune. Ele, com a sua falta de controle prejudicou a equipa, cuja camisola gloriosa enverga. E como reincidente, disse-nos que amanhã voltará a repetir o que ao longo da sua carreira já fez dezenas de vezes. É forçoso então admitir que os dirigentes dos clubes por onde passou, bem como os dirigentes do Sporting Clube de Portugal erraram, sempre que João Pereira cometeu erros semelhantes ao de ontem e prosseguiu sem que nada lhe acontecesse.
Não sou apologista de uma punição de indole pecuniária ou suspensiva, cujos efeitos seriam contraproducentes no desempenho futuro do atleta e da própria equipa que defende. Mais ainda se essa punição fosse publicitada, ou fosse permitida qualquer fuga de informação, hábito bem enraizado no passado recente do Sporting Clube de Portugal.
Defendo uma severa repreensão verbal ao atleta, absolutamente reservada e sem qualquer tipo de registo para além da memória dos intervenientes. Defendo que ao atleta seja afirmada a absoluta inflexibilidade do Sporting Clube de Portugal perante qualquer reincidência sua. Porque a instituição que representa, não é uma instituição qualquer. E defendo, paralelamente, que apenas uma pessoa, dentro do Sporting Clube de Portugal, deve assumir a responsabilidade de conduzir e levar à prática a punição que João Pereira merece !... Que se levante o mais indicado. E que ao jogador seja explicado, "claramente e sem equívocos", que alguma fuga de informação só pode ter origem nos interlocutores em presença. E que o processo se repita, sempre que algum atleta do Sporting Clube de Portugal, tenha comportamentos com enquadramento semelhante.
Leoninamente
Até à próxima
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