Afinal o processo da contratação do colombiano Moreno pelo Sporting, está a ser inesperada e surpreendentemente mais complicado do que se supunha. Nem o próprio Carlos Freitas imaginaria as dificuldades que lhe estavam reservadas. Dizem as notícias que o Sporting teria acertado de início um salário anual para o atleta da ordem dos 400 mil euros e que o empresário do jogador, ao tomar conhecimento do valor da retenção fiscal em Portugal, passou a fasquia para os 600 mil. Nessa condição, o Sporting terá reagido com o desagrado natural de quem acerta um negócio e vê depois a outra parte roer a corda.
Do meu ponto de vista, poderá estar a acontecer uma de duas coisas. Ou o argumento agora apresentado reflete a verdade do processo, ou então alguém estará, intencionalmente, a colocar areia na engrenagem.
Ainda que o conhecimento da realidade fiscal portuguesa devesse estar presente na assunpção do compromisso inicial por parte do empresário do jogador, pode ter acontecido que esse conhecimento não existisse. Mas quando militam em clubes portugueses vários jogadores colombianos de projecção internacional, não acredito que qualquer empresário, ainda que não tenha tido a oportunidade de patrocinar uma transferência semelhante para Portugal, não estivesse mais do que por dentro da questão fiscal portuguesa. Pessoalmente, entendo que estará a ser usado um expediente para dar outro rumo ao processo, o que reforça a segunda tese que de início admiti.
Se nos recordarmos da semelhança deste processo, com o que culminou com a vinda de Falcão para o Porto, talvez possamos compreender melhor os últimos desenvolvimentos da tentativa de contratação de Moreno. Falcão esteve com um pé no Benfica, as coisas complicaram-se de modo muito parecido e o jogador acabou no Dragão. Hoje sabemos o que vale o jogador.
Carlos Freitas e o Sporting terão de estar atentos e, ainda que seja compreensível esta sua primeira reacção às exigências de última hora do empresário do jogador, terão de evidenciar a maleabilidade e saber negocial necessários para salvar o negócio. A menos que já possuam uma alternativa credível e menos dispendiosa.
Moreno parece-me um excelente atacante e a lembrança do que aconteceu ao Benfica com Falcão deverá servir de exemplo. O mercado está cheio de oportunistas que, época após época, repetem processos semelhanres. Alguns descobrem as "pérolas" e outros acabam por contratá-las, vangloriando-se mais tarde da sua habilidade, perspicácia e ... eficácia !...
Atirar para a mesa de negociação com uma contra-proposta de mais 100 mil euros, salvando tanto a face do primeiro entendimento como a possibilidade de um entendimento nesta nova plataforma, não me pareceria uma atitude disparatada, daria para avaliar qual o jogo da outra parte e não significaria um tão grande prejuízo para o Sporting.
Carlos Freitas estará a avaliar tão bem como nós ou bem melhor até, todos os complexos parâmetros que giram à volta deste, agora, nebuloso negócio. E não me resta a mais pequena dúvida que acabará por optar pelo caminho que melhor sirva os interesses do Sporting Clube de Portugal.
Se não vier Moreno, fico com pena. Mas o mundo não vai parar por isso !...
Leoninamente,
Até à próxima
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