quinta-feira, 5 de maio de 2011

Juan Seminário

Quando eu era ainda um miúdo de calções e pé descalço e corria lesto e livre pelos caminhos de terra batida da minha bairradina aldeia, ou jogava futebol com os amigos no largo da "Feira dos 4", o domingo era um dia especial: era dia de ouvir o relato do Sporting ! Às três da tarde eu e outros leões pequenos, sentavamo-nos na soleira do café para ouvir o Artur Agostinho relatar os jogos dos leões maiores, os de Alvalade. E aqueles gritos do Artur ... goooooo...lo, gooooo ... lo do Sporting, enchiam-nos a alma.
Um dia, sem sabermos de onde viera, surgiu um novo jogador no Sporting, um nome novo: Juan Seminário ! E aquelo grupo de meninos, passou a ser um clube de fans. De Seminário e das suas prodigiosas jogadas e dos seus fantásticos golos !...
Quando algum tempo atrás, veio a Portugal e esteve em Alvalade, tive pena de não estar no estádio nesse dia. Tive pena de não ter batido as minhas palmas de homenagem a tão grande senhor do futebol. Tive pena de não ter retribuido as alegrias que ele me deu em criança.
Hoje, Juan Seminário, a propósito da vinda de André Carrillo para Alvalade, deixou alguns conselhos ao seu compatriota:
"O Sporting é uma equipa grande como o Real Madrid em Espanha e tem grandes adeptos, que também são muito exigentes. Carrillo tem de chegar lá de cabeça levantada e provar que é jogador de nível. Os adeptos vão estar atentos a ele. Tem de trabalhar muito, porque os seus companheiros vão vê-lo como uma estrela e sabem que ele vai tirar o lugar a um deles".
A André Carrillo quero, aqui do meu canto, desejar-lhe boa sorte de leão ao peito. E que não esqueça em nenhum momento as palavras do "Expresso de Lima".
A Juan Seminário a homenagem que não lhe pude prestar em Alvalade. E o meu obrigado por nos teres lembrado que o Sporting é muito grande. Tão grande como os maiores !...
Esta mística, esta forma de sentir o Sporting, cinquenta anos depois de passar em Alvalade, deveria ser conveniente e exaustivamente explicada aos miúdos da nossa Academia. Para que não haja mais maçãs podres.
Leoninamente

Até à próxima

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