«Há um ano, um jogo do título com as características daquele que se vai litigar no Dragão seria visto, essencialmente, como uma batalha entre dois estilos antagónicos. Mas o FC Porto e o Sporting evoluíram nas suas fórmulas futebolísticas e o mais provável é que, após o duelo decisivo de sexta-feira, se debata principalmente se pesou mais a ausência de Luis Diáz ou a de Pedro Porro nas respectivas equipas.
Desde logo porque este será o primeiro verdadeiro exame aos portistas após a controversa venda do ala colombiano ao Liverpool, onde Diáz não tardou a confirmar que o futebol português perdeu o seu protagonista mais instigador e estimulante. E, também, porque o castigado Porro representa para os "leões" muitíssimo mais do que a relevância que vulgarmente se atribui a um mero lateral.
Claro que naquela ponderação também poderão vir a entrar as mais do que prováveis ausências de Diogo Costa e Pedro Gonçalves. Mas, mesmo que as lesões destes se confirmem como impeditivas, o seu afastamento forçado não terá o mesmo peso. E declaro-o enquanto admirador confesso dos dois jovens craques.
O guarda-redes portista já é, aos 22 anos, o melhor guarda-redes português da actualidade e não deverá tardar até que esse estatuto também lhe seja reconhecido na selecção, por muito que Rui Patrício se mantenha em excelente forma e mereça continuar a ser considerado. Mas a sucessão terá de acontecer mais cedo ou não tarde, até porque não se via ninguém tão predestinado para a função desde os tempos de Vítor Baía. E Pote, mesmo que esteja a ter um desempenho menos exuberante do que na época passada, continua a ter um papel determinante num Sporting que, a exemplo do progresso registado no FC Porto, investe agora um pouco mais na construção paciente e elaborada. Sendo que o futebol tão simplista quanto eficaz de Pote pode continuar a ser medido à luz dos 13 golos (6 na liga e 4 na Champions) e das 7 assistências (5 na liga) que leva somados.
Mas o FC Porto continuará com a sua baliza muitíssimo bem guardada se tiver de recorrer a Marchesín. E o Sporting também não ficará mal servido se Rúben Amorim escolher Bruno Tabata ou Marcus Edwards para o lugar de Pote. Há ainda mais duas alternativas, bem diferentes, por sinal. Uma seria apostar em Slimani como referência ofensiva e deslocar Paulinho para a ala, a exemplo do que se viu na parte final do jogo com o Famalicão. Seria uma aposta inaudita e aventurosa frente a um adversário com as características do FC Porto, que encomenda as faixas se ganhar e fica perto disso se empatar. Mais racionável, até por estar mais experimentada, seria uma solução com Matheus Nunes a partir da ala e com Ugarte ou Daniel Bragança ao lado de Palhinha. A primeira hipótese garantiria um miolo maciço e atlético, mas Bragança daria outra definição e outro élan às circulações largas nos ataques posicionais.
Voltando ao início, Rúben Amorim consegue convencer um abutre a largar a carcaça e tem retirado vantagem do seu discurso solto e persuasivo. Mas não foi convincente a explicar porque não salvaguardou Porro (que foi muito imprevidente no lance do amarelo), a exemplo do que soube fazer com Feddal. Vai substituí-lo por Esgaio, cuja competência defensiva é indubitável. Mas Amorim sabe melhor do que eu que o Sporting, sem Porro, irá perder dimensão ofensiva.
Sérgio Conceição gosta de jogadores que não se ofusquem na hora da verdade e que ganhem de fato de macaco quando não o podem fazer de fraque. Mas não deverá abdicar da titularidade de João Mário, pelo muito que isso representa em termos de combinações ofensivas, e também de Pepe, Zaidu e Uribe. E Pepê terá de voltar a tentar fazer de Luis Diáz. Não é a mesma coisa, mas Galeno, por muito que tenha melhorado em Braga, define pior e percebe menos o jogo. Os próximos jogos dirão em que lugar fica Chico Conceição na hierarquia…
FÁBIO VIEIRA
Sérgio Conceição percebeu que a presença de Vitinha (que em Arouca marcou um golo de videogame) garante critério e até bom gosto à segunda fase de construção do FC Porto. Poderia estar tentado a fazer regressar Taremi, mas o rendimento que Fábio Vieira vem apresentando (já vai em 10 assistências) não o aconselha.
DANIEL BRAGANÇA
Até certa altura, Amorim usou Bragança mais para desbloquear os jogos do que para segurar as vantagens, mas ultimamente nem uma coisa nem outra (não é titular desde a visita ao Vizela, a 16 de Janeiro). Um sumiço discutível porque dá a ideia que o jovem médio só precisa de jogar mais para ganhar a relevância que Vitinha rapidamente assumiu no FC Porto...»
A quatro dias do clássico que poderá decidir o título de 2021/22, enquanto do lado do FC Porto vai prevalecendo um estranho e pouco estimulante mutismo, apenas entrecortado por uma bem orquestrada campanha de intimidação arbitral e que, sintomaticamente ou não, parece revelar uma pouco habitual falta de confiança nas suas próprias capacidades, do lado do Sporting assistimos a uma convicta declaração de Rúben Amorim no sentido de proporcionar alguma folga aos seus pupilos de modo a que essa medida possa vir a ser o catalizador essencial à vitória que, sem rodeios, admite com possível - seja ou não através de penalties, com ou sem barreiras!...
Bruno Prata coloca-se neste seu artigo de opinião, a meio da ponte: deixa transparecer o bom senso que parece faltar lá pelo Norte e deixa os prognósticos para o fim do jogo!...
Por aqui, acredita-se!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Bom senso que parece faltar pelo norte!a onde ?só na sua imaginação
ResponderEliminarBastará ler o último comunicado do FCP sobre o penálti do Famalicão frente ao Sporting. Se houvesse bom senso estavam calados, em vez da triste figura que fizeram, insurgindo-se contra recomendações da própria UEFA!...
Eliminar(ler artigo importante: https://www.record.pt/opiniao/cronistas/marco-ferreira/detalhe/aos-invasores-de-areas?ref=HP_2BucketDestaquesPrincipais)