|
São uns mauzões este Senhores!!!... |
Curiosa e hilariante a postura de dirigentes, causídicos, comentadores, jornais e jornalistas, afectos à causa benfiquista, em todo o processo que Luisão, sem intenção manifesta posso reconhecer, atingiu e fez estatelar no chão o árbitro alemão naquele fatídico jogo particular de Dusseldorf. A fazer lembrar os antigos ditadores sul americanos e toda a nomenclatura que os rodeava, idolatrava e acriticamente defendia.
Falharam todos os expedientes e a esperteza saloia que rodeou este imbróglio. O jogo foi suspenso e pouco depois dado como terminado pelo árbitro, pesem os extemporâneos esforços encarnados para o evitar. A queixa arbitral seguiu os seus trâmites normais, para as instâncias devidas, galgando a importância de degrau em degrau até desaguar, naturalmente, na federação respectiva e no orgão regulamentarmente competente.
O clube português foi obrigado a negociar com o clube anfitrião o "cachet" que já havia recebido pela sua presença e outro remédio não teve que proceder à sua devolução integral, antes que outras consequências mais gravosas se somassem às que se começavam a adivinhar para o jogador.
E enquanto a decisão do Conselho de Disciplina ia sendo cozinhada em banho-maria, os dirigentes, causídicos, comentadores, jornais e jornalistas, de camisola encarnada vestida a rigor, atropelavam-se e desdobravam-se em tudo o que pudesse revelar-se influente em toda a CS, na demonstração da inocência do jogador e na insanidade mental do árbitro. Mas as instâncias internacionais que superintendem todo o futebol europeu e mundial, permaneceram mudas e quedas, sem dar troco às investidas da corte benfiquista e numa atitude de severo escrutínio do orgão disciplinar da FPF.
E poderemos facilmente imaginar as noites mal dormidas dos cinco conselheiros da Disciplina federativa. É que entre os compromissos assumidos no lançamento da sua eleição com o clube agora visado e as consequências que poderia determinar para o organismo a que pertencem, qualquer decisão parecida com a que ainda há pouco tempo atrás haviam tomado em relação ao treinador do mesmo clube e sendo por todos sobejamente conhecida a inflexibilidade disciplinar da UEFA e FIFA, o seu coração balançava enquanto as perninhas lhes iam tremendo e a "coragem" fenecendo.
Herculano Lima e uma sua acólita que com ele votou vencida na novela "jesuíta", com declarações de voto que classificaram irreversivelmente os seus autores, ainda vermelhos de vergonha, não voltaram a cair noutra. Desta vez foi "sacrificado um outro cordeiro", que votou como único vencido e escreveu uma lérias para benfiquista ler. Como não podia deixar de ser, foi classificado o gesto de Luisão como agressão e a pena aplicada foi a mínima que o quadro específico para tal crime previa. Menos que isso seria considerado um inaudito desafio às instâncias internacionais e há muito que por linhas travessas "alguém" já teria feito chegar ao Conselho essa informação. O banho-maria permite estes pequenos pormenores e "ajustamentos".
O Benfica veio anunciar, com simplicidade, modéstia e muita precaução, que estava a ponderar o recurso. Mas todo o mundo estava farto de saber que não iria haver recurso nenhum. Porque a "comida" podia azedar e fazer mal ao doente. O melhor era aguardar para ver se o castigo ficava apenas dentro de fronteiras.
Mas aquela particularidade que todos os adeptos de futebol reconhecem no Benfica e que me custa muito dizer e nem tenho necessidade disso, voltou a evidenciar-se, com Luisão a acompanhar a equipa até à Escócia, porque a FIFA não ia fazer ao Benfica a "desfeita" de à última hora "decretar" o impedimento da "Girafa". Podia lá ser?!... Pôde! Foi exactamente isso que a FIFA fez!...
Penso que ao Benfica terá faltado humildade e realismo em todo o processo. A começar pela humildade de Luisão que, não tendo agido intencionalmente, deveria de imediato ter tentado ajudar o árbitro a levantar-se, apresentando-lhe todas as desculpas possíveis e imaginárias. A continuar na humildade, civilidade e obrigatória, imediata e imperiosa reacção que o seu delegado no banco - julgo que António Carraça - deveria ter procurado exibir, extinguindo o "incêndio", em vez da exibição estúpida do habitual complexo de superioridade, consubstanciada no achincamento do árbitro, sempre bem secundado por Jorge Jesus e jogadores do banco, cujas imagens de sorrisos depreciativos correram mundo e chegaram naturalmente à FIFA e UEFA. A prosseguir na assumpção pública, clara e inequívoca da culpa de Luisão e no seu correspondente e imediato castigo interno com a divulgação por todos os meios possíveis dessa decisão, em vez da campanha de toda a corte encarnada no sentido da inocentar o jogador e atirar o odioso para a teatralização do árbitro. A dar seguilmento a uma autêntica e despudorada campanha de intimidação do Conselho de Disciplina no sentido da não penalização do jogador. E a finalizar com a estúpida e inadmissível decisão de, depois de conhecer o castigo interno do jogador, afrontar os decisores da FIFA com a convocação e viagem para a Escócia do jogador, em claro desafio à poderosa instância internacional, sustentado sabe-se lá em quê. Talvez naquilo que há muito, presumidadamente, por cá exibe, sem respeito por quem quer que seja, a começar pelos adversários que menospreza, ridiculariza e prejudica, como se da coisa mais natural do mundo se tratasse e como se a sua história grandiosa, que ninguém contesta, fosse possível sem eles.
Agora, a nação benfiquista, os seus dirigentes, causídicos, comentadores, jornais e jornalistas, ficaram estarrecidos, confusos, doentes, arrependidos, furiosos, mas... caladinhos como ratos! É muito perigoso afrontar a autoridade e a mão pesada da FIFA. Por cá, pode-se fazer ou conseguir que alguém faça, tudo o que possa interessar ao Benfica. Os exemplos são aos milhares! Lá fora a coisa pia muito mais fininho!!!...
Leoninamente,
Até à próxima