«Pinto da Costa não faz o meu género como pessoa e dirigente, mas respeito aqueles que o escolhem, mesmo sem fazer perguntas.
Claro que me interrogo sobre o racional de colocar um geronte à frente de uma instituição centenária que, para mais, se dá ao luxo de dizer que sairá quando entende e que não indigita sucessor. Temo o pior para o ‘day after’, contudo esse é um tema que me transcende. Não gosto do estilo, não aprecio os métodos e não me cativa a comunicação mas, repito, esse é um problema meu.
A questão é outra. Arreigou-se uma praxis em que Pinto da Costa diz o que quer sobre tudo e toda a gente, mas se alguém o critica ou aponta o dedo ao FCP é um ai-jesus de virgens ofendidas, como a polémica com o Tito Fontes bem o evidenciou.
Depois existe a ‘cerca sanitária’, traduzida numa generalizada subserviência, da qual, infelizmente, não excluo os media, em que ele nunca é confrontado com temas incómodos.
Compreendo que se assinalem os quarenta anos de dirigismo desportivo ou mesmo que se encaminhe o homem para a vitaliciedade; indigna-me, porém, que ninguém o inquira sobre o destino dos dinheiros das transferências dos último quinze anos, o nível salarial e os prémios da administração da SAD, as relações desta com o filho, os negócios com Pedro Pinho e Bruno Macedo, os financiamentos de Theodoro Fonseca, a elevada taxa do último empréstimo obrigacionista, as condições de utilização do centro de estágios do Olival, por exemplo, ou mesmo temas tão comezinhos como as faltas de comparência do basket, o salário de Otávio, ou os comportamentos do seu colega de administração.
Frederico Varandas é sindicado e bem, a meu ver, sobre todos os temas que têm a ver com o Sporting, alguns delicados, que tem o dever ético de esclarecer, não só os sócios e adeptos, como a opinião pública. É assim em qualquer instituição de utilidade pública, para mais com a grandeza e impacto do Sporting. Pinto da Costa, esse, só fala.
Ora um homem só é grande quando confrontado com a dialética do contraditório. Considero que o futebol só se libertará dos miasmas que o atormentam e desvalorizam com uma política transversal de transparência, em que todos sejam chamados a prestar contas. Falar de cátedra e mandar bitaites é fácil. O difícil é mesmo responder a perguntas.»
Contudo, chegará sempre o dia das antas!...
Leoninamente,
Até à próxima