quarta-feira, 27 de abril de 2022

Contudo, chegará sempre o dia das antas!...


A reverência

«Pinto da Costa não faz o meu género como pessoa e dirigente, mas respeito aqueles que o escolhem, mesmo sem fazer perguntas.

Claro que me interrogo sobre o racional de colocar um geronte à frente de uma instituição centenária que, para mais, se dá ao luxo de dizer que sairá quando entende e que não indigita sucessor. Temo o pior para o ‘day after’, contudo esse é um tema que me transcende. Não gosto do estilo, não aprecio os métodos e não me cativa a comunicação mas, repito, esse é um problema meu.

A questão é outra. Arreigou-se uma praxis em que Pinto da Costa diz o que quer sobre tudo e toda a gente, mas se alguém o critica ou aponta o dedo ao FCP é um ai-jesus de virgens ofendidas, como a polémica com o Tito Fontes bem o evidenciou.

Depois existe a ‘cerca sanitária’, traduzida numa generalizada subserviência, da qual, infelizmente, não excluo os media, em que ele nunca é confrontado com temas incómodos.

Compreendo que se assinalem os quarenta anos de dirigismo desportivo ou mesmo que se encaminhe o homem para a vitaliciedade; indigna-me, porém, que ninguém o inquira sobre o destino dos dinheiros das transferências dos último quinze anos, o nível salarial e os prémios da administração da SAD, as relações desta com o filho, os negócios com Pedro Pinho e Bruno Macedo, os financiamentos de Theodoro Fonseca, a elevada taxa do último empréstimo obrigacionista, as condições de utilização do centro de estágios do Olival, por exemplo, ou mesmo temas tão comezinhos como as faltas de comparência do basket, o salário de Otávio, ou os comportamentos do seu colega de administração.

Frederico Varandas é sindicado e bem, a meu ver, sobre todos os temas que têm a ver com o Sporting, alguns delicados, que tem o dever ético de esclarecer, não só os sócios e adeptos, como a opinião pública. É assim em qualquer instituição de utilidade pública, para mais com a grandeza e impacto do Sporting. Pinto da Costa, esse, só fala.

Ora um homem só é grande quando confrontado com a dialética do contraditório. Considero que o futebol só se libertará dos miasmas que o atormentam e desvalorizam com uma política transversal de transparência, em que todos sejam chamados a prestar contas. Falar de cátedra e mandar bitaites é fácil. O difícil é mesmo responder a perguntas.»

Contudo, chegará sempre o dia das antas!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. É deixar falar o homem, que ele quando "fala", acerta!
    Na época passada andou calado, mas, depois de dois empates do nosso clube, lá veio dizer, em vésperas de um Braga-Sporting, que se tudo correr "normalmente" o FC das Antas seria campeão. E Artur Soares Dias bem tentou, mas o leões, com menos um, ganharam na pedreira.
    Este ano, andou calado, qual rato, mas bastou botar faladura e espalhanço na pedreira.
    Quem dera que "falasse" todas as semanas, até ao fim desta liga, quem sabe...
    SL

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  2. Este problema já vem de longe. Nestes 40 anos não me lembro do Pinto da Costa dar uma entrevista a um jornalista independente.
    Neste momento, a equipa do Porto/W52 está impedida de qualquer ato desportivo por causa do doping. É um escândalo não só nacional como europeu e mundial, pois todos os jornais do mundo comentam este caso. Não era pois, um ato de bom jornalismo, entrevistar sobre este assunto, o Sr. Pinto da Costa, até para sua defesa e do seu clube, que tanto defende e protege? Ou será que só o entrevistam, quando ele chama os jornalistas, seus apaniguados, para mandar umas graçolas?
    Pra quando uma entrevista sobre o seu mandato de 40 anos, por jornalistas independentes, sem direito a escolhas de perguntas pelo entrevistado e os super dragões à porta?
    SL.

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  3. Parece que há um país inteiro subordinado a PC.
    Ninguém tem coragem . Só Frederico Varandas.

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