Já discordei muitas vezes das crónicas que Alberto do Rosário publica na sua rubrica "Bilhar Grande" no jornal Record. A maior parte das vezes encerram uma exagerada acrimónia em relação às grandes questões vividas pelo Sporting, com a qual não me identificarei. Porém, face ao avolumar progressivo dos problemas que o Clube vem vivendo nos últimos anos e à maior crise que porventura estará a viver na sua centenária história, faltar-me-á saber se o azedume que por vezes evidencia e me decepciona, não se terá tantas vezes justificado mais que a minha complacência.
Hoje, colocou o título de "À procura de rumo" na sua habitual crónica. Desta vez, subscrevo inteiramente cada palavra do seu texto que, pela sua importância, aqui decidi deixar-vos. Quando os sportinguistas assistem a mais um "melhoral" prescrito pelo habitual conjunto de "médicos" leoninos que, vá-se lá saber porquê, continuam teimosamente a acreditar e a pretender fazer outros acreditar, na administração de placebos - chamam-lhe congresso desta vez! -, quando o "doente" já se aproxima de uma fase que, longe vá o agouro, poderá muito bem alcançar um plano mais crítico e, quem sabe se terminal.
Novo rumo para o Sporting não, porque não tem nenhum. Precisa de um rumo, ponto final.
A bússola entrou em zona tão magnetizada que a agulha, enlouquecida, salta para todas as direcções, sinais do norte é que nada. Urgente um projecto e um rumo firme e exigente. Mas estas coisas não se compram no supermercado, são necessárias lideranças, competências e o apoio dos adeptos e a descrença no presidente e na sua equipa é absoluta.
Recuperar credibilidade e confiança é uma empreitada dura, muito dura e começa por umas vitórias desportivas, no mínimo as obrigatórias. No lugar destas chovem humilhações, como mais uma vez em Vila do Conde, em que choveu uma cabazada, prémio de final de ano. Não há coração que resista, por mais verde que seja.
Se o deixarem, Jesualdo Ferreira reúne as condições técnicas e humanas para impulsionar e comandar um caminho, um rumo. Para já, acabar a arrumação da casa, sem isso não será possível uma estrutura consistente na defesa do tal rumo.
É imperativo que os corpos sociais transmitam para o exterior coesão e lealdade. Um presidente da assembleia geral que sendo da posição o é ainda mais da oposição é surreal. Indiscutível homem de bem e grande sportinguista. Contudo, talvez pelo seu enorme amor ao clube, descontrola-se ao ponto que num dia arrasa a entrevista do presidente e no outro, vai mais fundo, ao afirmar, com convicção, que as eleições poderiam ter sido, ou sido mesmo, viciadas. Arrepiante, porque continua em funções, como se fosse possível servir dois patrões.
Esta gente levou o Sporting a ter como único e possível objetivo classificar-se a meio da tabela no campeonato. Como qualquer pequeno, nem mais.
Não discuto a questão de saber se há rumo e se se deve procurar um novo ou alterar o actual. Será uma questão de semântica, quase igual ao "melhoral" ou bem mais próxima do que poderá parecer. O que penso ser imperioso, será "varrer" as nuvens negras que parecem pretender emoldurar Alvalade para todo o sempre.
Não discuto a questão de saber se há rumo e se se deve procurar um novo ou alterar o actual. Será uma questão de semântica, quase igual ao "melhoral" ou bem mais próxima do que poderá parecer. O que penso ser imperioso, será "varrer" as nuvens negras que parecem pretender emoldurar Alvalade para todo o sempre.
Leoninamente,
Até à próxima