E agora, Rafael?
«Já escrevi no ‘CM’ sobre a triste saga do Rafael Leão, mas a excelente reportagem no Record de ontem levantou o véu sobre a trama que conduziu a este desfecho e justiça esta reprise. Se Rafael tivesse ficado no Sporting, era titularíssimo e tinha as portas abertas para a Selecção Nacional. A escolha dele conduziu-o a um obscuro Lille e a uma posição de subalternidade no decadente AC Milan.
De certeza que não era isto que ele queria, mas outros quiseram por ele, com os resultados que estão à vista. A ganância do lucro imediato, levou a que ninguém tivesse a clarividência de esclarecer o Rafael que a sua conduta pós-Alcochete, e a sua genuína disponibilidade para voltar ao Sporting, destruíam a justa causa de rescisão unilateral do seu contrato de trabalho com o clube, como o TAD veio a reconhecer.
Se o Tribunal da Relação confirmar este veredito, como se espera, dadas as circunstâncias, Rafael arrisca-se a ter um estatuto único no futebol: não joga para receber, joga para pagar. Alguém, de vistas curtas e impreparado, fez a cabeça do Rafael e destroçou-lhe um mais que merecido futuro promissor.
Eu aceito que os pais querem sempre o melhor para os filhos, mas a história do futebol está cheia de pais tiranos, que se intrometem e acabam por ser objectivamente lesivos para a carreira dos seus rebentos. Veja-se o caso do Zivkovic, cuja intransigência parental levou a que passasse de jogador importante do Benfica à situação de descartável sem jogar.
É difícil de prever como se vai resolver este imbróglio, mas uma coisa é certa, vai sobrar para o Rafael, metido em alhadas por que um jogador da sua qualidade,não tem que passar.
As questões contratuais e desportivas dos profissionais de futebol são crescentemente complexas e não podem ser deixadas ao voluntarismo familiar. Jorge Mendes é caro, mas defende competentemente os seus agenciados, como a recente transferência do Bruno Fernandes bem o demonstra.
Ao menos sirva este caso de lição para os muitos aspirantes a vedetas, mal aconselhados e que estragam carreiras por questões que não têm a ver com o seu talento desportivo.
Porque aqueles que tão mal aconselharam o Rafael Leão não o vão seguramente ressarcir.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record, hoje, às 18:11)
Só vejo uma forma de Rafael Leão poder regressar à "estaca zero" e voltar a sonhar com uma carreira de "gente decente", como se lhe augurava antes de fazer a merda que fez, consubstanciada em quatro pontos fundamentais:
1- Conseguir a rescisão amigável com o AC. Milão;
2 - Conseguir tocar o coração de Frederico Varandas;
3 - Regressar a casa, qual "filho pródigo", da parábola de Jesus Cristo, sem quaisquer direitos e com todos os deveres;
4 - Assinar um contrato de 10 anos com o Sporting, com salário igual ao mais baixo de todo o plantel profissional do Sporting.
Se eu fosse Presidente do Sporting, dava-lhe a mão!...
Leoninamente,
Até à próxima
«Já escrevi no ‘CM’ sobre a triste saga do Rafael Leão, mas a excelente reportagem no Record de ontem levantou o véu sobre a trama que conduziu a este desfecho e justiça esta reprise. Se Rafael tivesse ficado no Sporting, era titularíssimo e tinha as portas abertas para a Selecção Nacional. A escolha dele conduziu-o a um obscuro Lille e a uma posição de subalternidade no decadente AC Milan.
De certeza que não era isto que ele queria, mas outros quiseram por ele, com os resultados que estão à vista. A ganância do lucro imediato, levou a que ninguém tivesse a clarividência de esclarecer o Rafael que a sua conduta pós-Alcochete, e a sua genuína disponibilidade para voltar ao Sporting, destruíam a justa causa de rescisão unilateral do seu contrato de trabalho com o clube, como o TAD veio a reconhecer.
Se o Tribunal da Relação confirmar este veredito, como se espera, dadas as circunstâncias, Rafael arrisca-se a ter um estatuto único no futebol: não joga para receber, joga para pagar. Alguém, de vistas curtas e impreparado, fez a cabeça do Rafael e destroçou-lhe um mais que merecido futuro promissor.
Eu aceito que os pais querem sempre o melhor para os filhos, mas a história do futebol está cheia de pais tiranos, que se intrometem e acabam por ser objectivamente lesivos para a carreira dos seus rebentos. Veja-se o caso do Zivkovic, cuja intransigência parental levou a que passasse de jogador importante do Benfica à situação de descartável sem jogar.
É difícil de prever como se vai resolver este imbróglio, mas uma coisa é certa, vai sobrar para o Rafael, metido em alhadas por que um jogador da sua qualidade,não tem que passar.
As questões contratuais e desportivas dos profissionais de futebol são crescentemente complexas e não podem ser deixadas ao voluntarismo familiar. Jorge Mendes é caro, mas defende competentemente os seus agenciados, como a recente transferência do Bruno Fernandes bem o demonstra.
Ao menos sirva este caso de lição para os muitos aspirantes a vedetas, mal aconselhados e que estragam carreiras por questões que não têm a ver com o seu talento desportivo.
Porque aqueles que tão mal aconselharam o Rafael Leão não o vão seguramente ressarcir.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record, hoje, às 18:11)
Só vejo uma forma de Rafael Leão poder regressar à "estaca zero" e voltar a sonhar com uma carreira de "gente decente", como se lhe augurava antes de fazer a merda que fez, consubstanciada em quatro pontos fundamentais:
1- Conseguir a rescisão amigável com o AC. Milão;
2 - Conseguir tocar o coração de Frederico Varandas;
3 - Regressar a casa, qual "filho pródigo", da parábola de Jesus Cristo, sem quaisquer direitos e com todos os deveres;
4 - Assinar um contrato de 10 anos com o Sporting, com salário igual ao mais baixo de todo o plantel profissional do Sporting.
Se eu fosse Presidente do Sporting, dava-lhe a mão!...
Leoninamente,
Até à próxima