Foto Vitor Chi, in Record |
Na véspera de completar 107 anos de uma história gloriosa e ímpar, o Sporting Clube de Portugal terá vivido hoje, uma Assembleia Geral decisiva para o seu futuro, autêntico referendo que porventura virá a ser lembrado, depois da ainda recente eleição de Bruno de Carvalho, como o segundo e importante passo para o reencontro do Clube com as suas honrosas tradições.
Com 1.236 sócios presentes, correspondendo a uma expressão de 7.456 votos, para que a proposta do Conselho Directivo fosse aprovada, necessitaria de uma votação igual ou superior a dois terços, o que apontava para um número impressionante de 4.970 de votos favoráveis.
Ainda com a assembleia a decorrer, quase todos os meios de comunicação social foram fornecendo ao longo da tarde indicadores quase seguros, que apontavam para uma aprovação clara da proposta de restruturação financeira e concomitantes alterações estatutárias e bem assim do orçamento para próxima época. O que seria muito difícil de imaginar, seria a expressão quase arrasadora dos números que mais tarde chegariam ao conhecimento da grande nação sportinguista, espalhada pelos quatro campos do mundo.
De facto, quando às 19.45 foram tornados públicos os resultados deste verdadeiro plebiscito leonino, o espanto apoderou-se de muita gente, tanto dentro do Clube a quem este resultado directamente interessava, como em todos os sectores desportivos naturalmente mais afastados das questões leoninas. Porque os dois terços necessários foram arrebatadoramente ultrapassados e fixaram-se em valores que, não significando a unanimidade dos sportinguistas presentes, dela quase se aproximaram.
Nas matérias fundamentais constantes da convocatória. registaram-se os seguintes resultados:
- Votaram a favor 1.206 sócios, a que corresponderam 7.256 votos (97,57%).
- Votaram contra 12 sócios, a que corresponderam 79 votos (0,97%).
- Abstiveram-se 13 sócios, a que corresponderam 81 votos (0.98%).
- Foram declarados 5 boletins nulos, a que teriam correspondido 40 votos.
As propostas de orçamento para 2013/14 e a alteração estatutária, também constantes da convocatória, foram aprovadas por maioria, tendo a votação sido feita de braço no ar e não em urna, de forma a acelerar o processo, visto que já tinham passado cinco horas desde o início dos trabalhos, que decorreram, naturalmente e com a elevação que é apanágio da grande e histórica instituição que é o Sporting Clube de Portugal.
Resultado histórico para os meios desportivos portugueses?! Muito pouco menos que isso! Pouco mais de três meses depois de tomarem posse, Bruno de Carvalho e a sua equipa viram referendados, de forma inquestionável e irrefutável, pelos sportinguistas presentes nesta Assembleia Geral, órgão de representação máximo do admirável universo leonino, o seu trabalho, o rumo e o projecto que defendem e o comportamento e postura a que veem dando forma, significanto paralelamente esta votação, a rejeição inequívoca de todo um passado mais ou menos recente, mais ou menos competente e sério, mais ou menos estranho e incompreensível, bem como a mais completa e insofismável pulverização daquela franja de "velhos do Restelo" que teimava em pretender significar uma pretensa "consciência leonina"!...
É minha profunda convicção, que nem Bruno de Carvalho e os seus pares, estariam à espera de um desfecho desta natureza. Certamente, porque ainda não terão tido tempo para compreenderem verdadeiramente, o quanto os sportinguistas abominam o passado que os enterrou e ao Sporting, no mais vil e indigno pântano de uma quase indigência.
Mas se o grito de Bruno de Carvalho, na madrugada de 24 de Março, tão criticado por pretensos moralistas e detentores de uma verdade que só a eles pertenceria ou interessaria, o que dizer depois desta incontornável afirmação?!...
Agora o Sporting é de quem, outra vez ?!...
Leoninamente,
Até à próxima