segunda-feira, 4 de abril de 2022

Fez corar as bancadas de Alvalade!...


Dedo do treinador calou assobios

«A chamada de Edwards e, principalmente, Ugarte, aos 57 minutos, constituiu o interruptor que iluminou a exibição sportinguista frente ao P. Ferreira. A vencer desde o minuto 20, o campeão nunca se entusiasmou e, nos primeiros instantes do segundo tempo, chegou mesmo a sentir ambiente negativo emanado pelas bancadas de Alvalade.

Nunca se saberá o que poderia acontecer se esses momentos de desacerto se tivessem prolongado; se o clima de intranquilidade gerado a partir da plateia tivesse atingido proporções mais significativas junto dos actores, mas a verdade é que, cerca de um quarto de hora depois do assomo pacense, o Sporting tornou-se, por fim, uma equipa pressionante, inspirada, criativa e geradora de sucessivas situações de apuro para a baliza de André Ferreira. Com Ugarte em campo, os leões apetrecharam-se com mais capacidade no transporte da bola para a frente, com acções de progressão participada e em passes longos precisos. Só então fizeram jus não só à vitória como à alteração, para cima, da nota artística que estavam a construir.

Basicamente, a primeira parte revelou um jogo indefinido mas com uma premissa clara: a iniciativa foi sportinguista, a intenção ofensiva também e a bola constituiu um indiscutível monopólio verde e branco. Que as coisas não tenham corrido bem, o processo de construção tenha sofrido muitas interrupções e a circulação não tenha tido saída para as costas da defesa pacense, isso foi outra coisa. O campeão criou um ascendente estéril, interrompido pelo golo, mas cuja principal consequência foi retirar ao Paços a hipótese de desenvolver o futebol de que mais gosta.

E que papel teve a equipa de César Peixoto na narrativa do jogo até ao intervalo? Para começar foi obrigada a alterar o modo de actuar; depois teve de adaptar-se ao futebol mais afirmativo do antagonista, daí resultando que, durante a maior parte do tempo, organizou-se sem bola e revelou pouca disponibilidade para esticar o jogo até à grande área adversária. A equipa fechou os caminhos que punham em causa a sua integridade mas não abdicou de fazê-lo agarrada a elementos que caracterizam o seu padrão táctico: quis sempre responder com saídas em apoio; foi capaz de pressionar a primeira fase de construção leonina; e mal viu reunidas as condições, nos últimos minutos antes do intervalo, instalou-se no meio campo em posse.

Na segunda parte, o Sporting prolongou o desacerto, algo que o Paços aproveitou para subir no terreno e assumir a iniciativa na outra metade do campo. O crescimento foi notório e o adversário não teve argumentos para contrariar a tendência. Com vantagem mínima, e face ao desacerto da equipa, as bancadas de Alvalade fizeram ouvir os protestos, o que retirou tranquilidade à equipa. Foi então que o dedo de Rúben Amorim resolveu a questão, com a entrada de Ugarte e Edwards. O uruguaio acabou com as indefinições na intermediária, o inglês acrescentou magia na frente. O leão ainda foi a tempo de merecer o 2-0 e, talvez mesmo, de justificar um resultado mais dilatado.


Homem do jogo

O melhor que o Sporting produziu teve responsabilidade de Ugarte. O uruguaio empurrou a equipa para níveis superiores.»

Sem um gesto de desagrado e sem uma única palavra de reprovação, o dedo de Amorim...

Fez corar as bancadas de Alvalade!...

Leoninamente.
Até à próxima

2 comentários:

  1. Também vi esse jogo. É para isso que estálá o Amorim.
    Os assobiadores deverim mudar de estádio.
    SL

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    1. Lentamente, os assobiadores irão aprendendo a ser gente civilizada! Ontem foi apenas mais uma "aula"!...
      SL

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