quarta-feira, 13 de abril de 2022

Nada como colocar as pintas nos is!!!...


O regresso das vitórias morais

«Quem visse os adeptos a despedirem-se dos jogadores, quem visse o sorriso final do técnico, quem visse até como Gonçalo Ramos recebeu a entrada de Salah em campo, poderia pensar que o Benfica dominava a eliminatória e seguiria em frente na Liga dos Campeões. Mas não é essa a realidade. O Benfica bateu-se bem, nesta segunda-mão. Mas nunca pôs verdadeiramente em causa o domínio do Liverpool na soma dos dois jogos.

Podemos ficar contentes, como ficávamos nas décadas de setenta e oitenta do século passado, até o FC Porto, gizado por Pedroto, se agigantar e mostrar que, mesmo sem Eusébio, Águas, José Augusto, Coluna, podíamos ser grandes na Europa.

Desde aí, também com o contributo do Benfica de Chalana, Diamantino, Carlos Manuel, Paneira, voltámos a recusar as vitórias morais. A alegria dos pequeninos. Esse Benfica não ganhou nenhuma prova europeia, mas andou sempre lá perto.

Agora, voltamos à pequenez que nos faz tacanhos. Estivemos lá quase, poderão dizer alguns adeptos, hoje, pela manhã, nos discursos de café. Mas, estivemos mesmo? É óbvio que não.

O Liverpool apresentou um misto de jogadores, respeitável, sim, mas apenas para fazer o esforço necessário à gestão dos dois golos de vantagem que trazia da primeira mão. No embate com os golias europeus, os nossos maiores clubes não logram ser davides. E convém que não sigamos cantando e rindo.

Mais de duas décadas depois do reinado do eterno Neno, o Vítória de Guimarães voltou a ter um guardião negro e com ADN encarnado. Bruno Varela tem tudo para ser um jogador de topo mundial. Tudo, menos a cabeça. Os lances de penálti com o FC Porto mostram a enorme fragilidade no momento das grandes decisões, deste fisicamente sobredotado para a função. Já não há tolerância para más decisões. Varela tem 27 anos, não 17. Como se deixa comer em lances como os divididos com Taremi? Permitam-me o direito à indignação, fundado numa esperança que levou este escriba a achar Varela com potencial próximo do de Ederson. E tem, tudo, menos a cabeça.

No primeiro lance, não toca na bola, por se encolher para evitar o inevitável - o choque com o avançado. Só o fácil toque na bola, com a mão esquerda o podia eximir da falta para penálti.

No segundo lance, nem posso dizer o que estava Bruno Varela a pensar (estaria a pensar algo?). Fica a meio de uma viagem, para a qual partiu demasiado tarde. Ambos os lances são de penálti bem assinalado! Ambos, borlas de Varela. Que, apesar deste erros recorrentes, ainda tem condições para ser dos melhores no seu posto. Pepa saberá onde se vendem óculos para o cérebro?»

Nada como colocar as pintas nos is!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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