O novo José Peseiro
«José Peseiro, gostem ou não, é a principal figura da temporada do Sporting. Com um presidente que se remeteu ao silêncio e, a meu ver, bem, pois não tem dotes de comunicador e muita coisa há para trabalhar em bastidores, tem sido o técnico ribatejano a comandar a ocupação do espaço mediático leonino. Tenho simpatia por ele, é um homem correcto, treinador competente, porém, pelo seu trajecto anterior ao serviço do clube não enche as medidas a muitos adeptos.
Compreendo os que mostram dúvidas pelo seu desempenho, pois a sua passagem por Alvalade criou duas percepções que ele hoje tenta emendar: 1- que era pé frio e não ganhou nada; 2- que era mole no balneário. Ora, no primeiro caso, é uma verdade que Peseiro podia ter atingido o Céu, contudo, ficou-se pelas brasas do Inferno. Lutou pelo campeonato até ao fim, mas perdeu ingloriamente na Luz com uma falta de Luisão sobre Ricardo e nas competições europeias chegar a uma final, proeza ao alcance de poucos, e depois deixar-se bater na própria casa com o CSKA criou um trauma difícil de ultrapassar. No entanto, não podemos tirar um milímetro no mérito dessa temporada e muito menos desprezar a qualidade do futebol apresentado e que na minha memória estará entre os melhores que vi. Agora, segue com as esperanças intactas, já visitou Benfica e Braga, a equipa está a consolidar processos, a ganhar mais posse e circulação, está unida e motivada, e não podemos esquecer que o plantel, neste momento, não tem todas as soluções disponíveis.
Quanto ao segundo caso, o destempero de Nani na cidade dos Arcebispos veio dar imenso jeito a José Peseiro. Um capitão de equipa com 31 anos e 112 internacionalizações tem todo o direito de não gostar de ser substituído, mas não pode ser birrento e pôr em causa a relação de autoridade com o treinador. Num momento complicado, o regresso de Nani foi um suplemento anímico para os sportinguistas e cabe a ele manter essa relação de amor com as bancadas. A decisão de Peseiro de o tirar da equipa com o Marítimo e voltar a dar-lhe a braçadeira na Ucrânia como anunciou (este artigo é escrito antes do jogo), prova que o treinador mole com o balneário de outros tempos acabou. Quem manda é ele e foi superlativo na conferência de imprensa: «fui eu que decidi tudo, o Nani vai jogar e ser capitão». Assunto encerrado e sem sombras chinesas.
Este é o retrato do novo José Peseiro e se alguém tem dúvidas sugiro que vejam a diferença dele no banco do passado para os dias de hoje. A sua linguagem corporal mudou, a passividade que por vezes transmitia está a ser substituída por gestos mais expressivos e afirmativos, mantém a calma nas declarações públicas, porém, está mais explosivo na postura como se essa fosse a nova armadura que será o substrato das conquistas que tanto deseja, porque capacidade de trabalho e talento sempre nele moraram. Que tenha sorte...»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)
Comungarei de um modo geral, sem esforço, grandes sobressaltos e reservas, do pensamento que na sua crónica de hoje Rui Calafate nos apresenta sobre o técnico principal leonino: "há um retrato novo de José Peseiro", nesta sua segunda passagem por Alvalade!...
E acredito que com o tempo José Peseiro abandone de vez, uma das poucas e únicas pechas que teimosamente persiste em exibir, aquela fixação que parece continuar a ter pelos "caldos de galinha" e as determinantes "cautelas" que o nosso bom povo lhes costuma associar, sempre que os jogos lhe impõem a adopção das medidas profilácticas quase sempre decorrentes das três substituições que regulamentarmente lhe são concedidas, cometendo amiúde o sacrilégio de promover a entrada em campo de atletas nos últimos, senão mesmo no último minuto de um jogo.
Creio que o jogo há pouco terminado em Poltava, lhe terá destruído quase por completo e oxalá que definitivamente, tão obsoletas e insustentáveis teorias e que lhe terá provado que se porventura tivesse antecipado de uns bons minutos as duas últimas substituições, tão certo como as nossas certezas, não teria necessitado de sofrer até ao 93º minuto, assim como muito provavelmente não teria provado em Braga o amargo sabor de uma derrota que acabou por constituir um merecido castigo para tanta indecisão...
Pior do que decidir mal, será decidir tarde ou nunca!...
Leoninamente,
Até á próxima
Peseiro é um caso complicado... ou não.... Reconheço-lhe, sem dificuldade, a atitude e a postura que a muitos falta... (ou a quase todos) o que, para mim, é um must... Sem, outra, nenhuma dificuldade lhe 'tiro o chapéu', e apoio, na questiúncula com o capitão (nunca é tarde para aprender..., e baixar a crista - não há, nem nunca haverá, nenhum nome maior que EQUIPA - e a hierarquia, se não é, devia ser um posto..., para o bem e para o mal. É para isso que existe...)... Já a questão da efectividade é estatística... é o algodão, i.e. a matemática, não engana e nunca - oxalá que não - enganará... P0 é um case study... Se na sua melhor época nada ganhou... (as finais nãos se jogam... ganham-se) a final de Alvalade jamais sairá do seu curriculum... e se a indiossincrasia leonina poderia ser um and trazido à colação... as finais das taças, consecutivas, perdidas para os adversários, na proporção exacta dos dois maiores clubes (o Sporting, por tão grande ser, não se emiscui em tabelas da treta de clube....zitos) que treinou em Portugal são a prova... dos três, que, de facto, o homem não tem queda para a vitória... Conceptualmente pouco importaria... mas falamos de SPORTING..., e oxalá me engane..., mas treinadores destes, que passam e pouco deixam, há-os aos 'pontapés' e nós precisamos mesmo é de GANHAR... o que quer que isso signifique...
ResponderEliminarViva o Sporting... a caravana passa e os sportinguistas ficam... com mais ou menos crença lá vamos, semana após semana, ano após ano apoiando e pregando aos deuses (é essa a nossa sorte... colectiva - sem isso já pouco, ou nenhuma, dessa 'sorte' restaria...)
SAUDAÇÕES LEONINAS
De facto agora podemos ter um Peseiro mais maduro e com mais autoridade do que há 10 anos atrás. Mas o plantel que Peseiro tinha há 13 anos (Polga, Beto, Tello, Rui Jorge, Custódio, Rochemback, Rogério, Sá Pinto, Carlos Martins, João Moutinho, Douala, Liedson, Pedro Barbosa, Hugo Viana, Danny, Marius Nicolae, Pinilla, etc...) era incomparavelmente superior ao plantel do Sporting actual. Este é o plantel de menos qualidade da última década. A exibiçao de ontem em Poltava foi confrangedora: desde jogadores como Nani e Acuña, a jogarem ao estilo pelada a passo, até à má qualidade e ineficácia dos restantes, à excepção, sempre, de Coates, Bruno Fernandes Rafinha, Jeovane (a espaços) e sobretudo Montero (uma qualidade técnica e frieza acima de todos os outros. Montero foi a chave que abriu a vitória, já que a partir do empate o Poltava se desconcentrou e começou a abrir espaços que permitiram o segundo. Com este plantel, apesar dos bons ofícios de Peseiro não espero nada que não seja discutir com um Braga, mais capaz e organizado, o 3º lugar do campeonato.
ResponderEliminarA ver vamos...como diria o "cego".