Leandro, rei da Helíria (resumo)
Alice Vieira
«Um rei bondoso, duas filhas más, uma filha boa e um bobo fiel. É assim o reino de Helíria! Tudo está em paz até ao dia em que o Rei tem um sonho muito estranho, que o leva a crer que está na altura de abandonar o trono. Como não tem filho varão decide entregar o reino à filha que mais o amar. Para isso, cada uma deve exprimir, por palavras, os seus sentimentos. Amarílis e Hortênsia fazem um lindo discurso comparando o seu amor ao Sol, ao ar e a todos os elementos vitais. Viloleta, a filha mais nova, não encontra outra comparação senão a de que quer ao pai tanto como a comida quer ao sal. O Rei não entende esta medida de amor e, furioso, expulsa a filha, para sempre, e entrega metade do reino a cada uma das outras filhas. Mais tarde, as filhas más acabam por expulsar o pai, que caminha durante anos com o seu bobo fiel por terras desconhecidas. Já velho, cansado e cego, encontra, sem saber, o reino de sua filha Violeta. Esta serve-lhe um manjar de comida sem sal. O pai compreende, então, a falta de um bem tão essencial e pede perdão a Violeta por não ter percebido que ela era a única filha honesta e que realmente o amava.»
Em verdade vos digo, caríssimos leitores e amigos, depois de mais de sete longos, esforçados e por vezes difíceis anos de publicação de Leoninamente, que um qualquer blog sem comentários será, assim o entendo hoje, "como a comida sem sal"!...
Acontece porém que, ao contrário do que muitos poderão julgar e tal como acontece com a comida, se excessivamente condimentada de sal e outros aditivos alimentares, este vosso modesto escriba, muito particularmente desde que o Sporting Clube de Portugal foi colocado perante aquela que terá sido a maior crise da sua história centenária, foi confrontado na caixa de comentários de Leoninamente, com tão inenarráveis e inqualificáveis excessos que se viu empurrado para a única via que o seu conhecimento de então lhe aconselhou: o radical corte de todos os comentários.
Duas semanas foram contudo suficientes para que este vosso amigo concluísse o mesmo que o rei da Helíria! Duas semanas de tanto desconsolo e decepção, quanto qualquer prato de comida sem sal. E depois de algumas noites de sonos curtos e confusos, a almofada e as regras do servidor do blog, permitiram vislumbrar a solução capaz de ultrapassar tamanho destempero.
Com a solução que em boa hora fui capaz de engendrar, a criação do Núcleo dos Amigos de Leoninamente, creio ter encontrado a resposta que tanto me preocupou nessas duas longas semanas. De imediato avancei para o convite dos sete únicos leitores de Leoninamente de quem tinha endereço electrónico, deixando a porta aberta para que a multidão de muitos outros que considero e estimo também o possa fazer, bastando para isso que, caso o desejem, o venham a solicitar.
Tudo leva o seu tempo a alcançar: Roma e Pavia não se fizeram num dia. Mas os três primeiros amigos que aderiram à minha iniciativa, José Lopes, Vitor Cruz e 8, aí estão eles a encabeçar este meu postal de hoje, sendo que já constam da respectiva janela à esquerda do blog. Para eles o meu bem hajam e o desafio de, mesmo poucos, façam por ora, o que muitos outros hão-de por certo fazer amanhã.
E que tudo isto, resultando para já numa atmosfera despoluída e saudável como a que agora envolve Leoninamente, possa contribuir para...
Tornar o nosso Sporting cada vez maior e diferente!...
Leoninamente,
Até à próxima
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