Sporting é bem-vindo à Liga de Basquetebol... mas há dúvidas
Alguns clubes querem ver esclarecidos certos pontos quanto à forma de ingresso na Liga Placard
Tudo aponta para que o Sporting esteja bem perto de ver reconhecido o seu desejo de voltar a estar representado com uma equipa sénior masculina na Liga Placard, a principal competição de clubes de Portugal.
A maioria dos clubes da Liga parece disposta a não inviabilizar a entrada directa da equipa leonina já na edição 2019/20, matéria que será analisada na reunião agendada com a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) para o próximo dia 9 de Novembro. Estará prestes a cumprir-se assim um dos pontos fortes da campanha eleitoral liderada pelo actual presidente leonino, Frederico Varandas, o qual já reuniu com Manuel Fernandes e Pinto Alberto, respectivamente presidente da FPB e director das competições da mesma instituição.
O tema vai ser debatido na reunião da próxima semana, mas conforme as posições dos clubes, o nome Sporting tem um grande peso e poderá ajudar a elevar a competição ao nível que já atingiu no passado recente, para além de atrair mais investidores, que acabarão por beneficiar, não só a FPB, como os próprios clubes.
Caso seja aprovado o ingresso dos leões já na época 2019/20, o campeonato deverá ser alargado a 14 equipas, em vez das 12 actuais e, nesse caso, apenas o último classificado da Liga Placard seria despromovido à Proliga.
Com o Benfica e o FC Porto a recusarem emitir neste momento qualquer parecer oficial, embora seja pública a sua disposição de não colocar entraves à entrada directa dos leões, os restantes clubes, embora manifestando alguns leves reservas quanto à ‘moralidade’ do regresso directo do Sporting à competição maior do basquetebol português, parece haver um sentimento generalizado de aceitação, que certamente concorrerá para que assistamos na próxima época a uma competição com todas as probabilidades de colocar o basquetebol como segunda modalidade do país em importância desportiva e económica, apenas ultrpassada pelo futebol.
Recorde-se que o basquetebol foi extinto em Alvalade em 1995, após referendo aos sócios, que preferiram a continuidade do andebol.
Eis uma súmula de opiniões dos principais responsáveis da modalidade nos restantes clubes, recolhida e hoje publicada pelo jornal Record:
A REACÇÃO DOS CLUBES
Illiabum - José Rafeiro (director desportivo)
"Estamos plenamente de acordo. É salutar para a modalidade a entrada do Sporting. Todos os clubes estão de acordo. É uma mais-valia para o basquetebol e que está acima dos interesses particulares dos clubes. Reforça a imagem da modalidade que está de novo numa fase de crescimento".
V. Guimarães - Pedro Guerreiro (director desportivo)
"É bem-vindo. É mais uma televisão a transmitir jogos de basquetebol, o que é muito bom para os clubes pequenos. Agora vamos ver como é que isso vai suceder, se desportivamente ou de outra forma. Dá ideia de que quem tem dinheiro é fácil entrar. Mas, repito, é bem-vindo para a Liga".
Oliveirense - Hélder Albergaria (director desportivo)
"Até agora ainda não sabemos como se vai processar. Nós queremos o melhor para nós e para todos os clubes, mas ainda não temos opinião formada. Vamos esperar pelo que nos tem a dizer a Federação. Como está a pensar processar a entrada na Liga. Aguardamos pelos esclarecimentos na reunião".
CAB Madeira - Pedro Freitas (presidente)
"É bom que haja clubes interessados em candidatar-se à Liga. Também percebo o mediatismo que alguns clubes têm para levar a comunicação social a contactar os outros. Agora, um clube que não tem equipa sénior a competir, a dúvida que se me coloca é como vai integrar a Liga. Esperamos por esclarecimentos da FPB".
Lusitânia - Luís Veríssimo (dirigente)
"Apoiamos a 100% a entrada do Sporting na Liga. Nós somos a 14.ª filial dele e só vemos com bons olhos a vinda do clube para a principal competição nacional. É bom para a modalidade e é importante a visibilidade que vai trazer. Vamos arrancar aqui com a Academia de Basquetebol e o Sporting vai ajudar".
Imortal - Rui Gago (dirigente)
"Na perspectiva de um clube como o nosso, que chegou à Liga vindo de baixo, é difícil aceitar. Do ponto de vista de colocar o basquetebol no lugar que já ocupou, como segunda modalidade do país, e do retorno que advém da presença de um clube como o Sporting, temos de aceitar. É um assunto a ser discutido na FPB".
Galitos - Carlos Guerreiro (presidente)
"No início das épocas há sempre várias situações. Agora não há dúvida de que o Sporting vai trazer mais visibilidade, mas não deixa de ser injusto para outras equipas, por exemplo o 3.º da Proliga. Não temos nada contra, mas seria aceitável um alargamento do número de equipas e que fossem analisadas outras candidaturas".
Ovarense - João Candeias (director desportivo)
"Compete à FPB decidir, pelo que sendo relevante a opinião que os clubes possam ter, não está ao seu alcance influenciar a decisão. A eventual entrada do Sporting tem aspectos positivos e negativos. Haverá uma reunião para abordar o assunto, sendo por isso prematuro a Ovarense assumir uma posição pública" .
Esgueira - Jorge Caetano (director desportivo)
"Desportivamente, parece ser injusto para uma equipa que levou anos a fio para subir à Liga. Reconheço que seja possível o Sporting entrar directamente, mas temos de rever todo o processo. No aspecto do mediatismo e visibilidade não há dúvida de que a modalidade fica a ganhar".
Terceira Basket - Hugo Salgado (treinador)
"Ao nível de imagem, a entrada do Sporting vem engrandecer o basquetebol nacional. Agora resta saber como se vai dar essa entrada e com que bases. Será com o aumento do número de clubes para 14? Mas vai sem dúvida trazer espetáculo com os 3 grandes na mesma competição".
Como amante de longa data desta fantástica e espectacular modalidade, não vejo a hora de poder assistir na terra que me adoptou, à reedição de confrontos antigos entre os meus dois grandes amores: Illiabum vs Sporting sempre foi algo de me partir o coração!...
Cá fico à espera do amor maior: Sporting!...
Leoninamente,
Até à próxima
Caro amigo Álamo
ResponderEliminarVamos esperar pela reunião FPB / Clubes.
Esperemos que FPB e clubes compreendam como é importante para a modalidade a presença (forte) do Sporting.
Mas também podemos pensar que os clubes se interroguem sobre a "credibilidade" do Sporting do modo como encara a modalidade, de onde já se afastou duas vezes, e onde ainda recentemente acabou com a equipa sénior feminina que disputava a respectiva Liga. Estarão dispostos a abrir excepções para passado um ano, ou dois, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", e voltar o Sporting a desaparecer do basquetebol?
Relembro que depois dos encerramentos de 1982 e de 1995 nos recomeços em 1984 (masculinos) e 2012 (femininos) as equipas recomeçaram pelos últimos escalões respectivos.
Vamos aguardar esperando que haja "compreensão".
grande abraço
Concordo inteiramente contigo meu amigo. Se porventura a reunião FPB/Clubes medisse e entendesse apenas a "credibilidade do Sporting" nesta matéria, pela ética revelada pelos dirigentes que promoveram o encerramento da modalidade em 1982 e 1995, seria justo não revelarem qualquer "compreensão" perante a actual pretensão do Sporting. Mas eu penso que aquilo que pesará decisivamente na decisão FPB/Clubes, será a paixão de quase 4 milhões de adeptos, que não terão sido tidos nem achados nas decisões de 1982 e 1995 e no impacto que a presença do Sporting na Liga de Basquetebol, originará na modalidade, catapultando-a, definitivamente, para o lugar que verdadeiramente deverá ocupar o basquetebol na nossa sociedade: o primeiríssimo, logo a seguir ao futebol.
EliminarAssim o espero e assim o desejo muito!...
Um grande abraço.
Não me parece desportivamente correcto, apesar do enorme interesse para a modalidade. Além do mais abre um precedente...e desvirtua a verdade desportiva enquanto igualdade de oportunidades. Haverá muitos clubes na Proliga, apesar do aumento de participantes na Liga principal, que se deverão sentir subalternizados.
ResponderEliminarÉtica e moralmente sinto-me obrigado a concordar contigo, meu amigo. Mas tenho esperança que da reunião FPB/Clubes, o grande amor ao basquetebol triunfe sobre os justos pressupostos que colocas e uma pedra seja lançada sobre o passado, em nome de um novo e pujante (re)arranque da modalidade em Portugal. Acho que voltarmos o ver pavilhões repletos de adeptos amantes do basquetebol, será compensação suficiente para amenizar tudo o que de menos correcto este processo evidencie. A magnanimidade e o perdão pelos dois "crimes cometidos pelos então dirigentes do Sporting" nos idos anos de 1982 e 1995, nunca será reprovável e, menos ainda, qualquer coisa parecida com os crimes a que todos vamos assistindo neste nosso confrangedor quotidiano, nomeadamente no futebol, mas não só!...
EliminarUm grande abraço