Peseiro sobreviveu à primeira ameaça
Sporting respondeu às críticas com a melhor exibição da época e uma vitória que traz espaço para trabalhar com mais tranquilidade
«José Peseiro tem a cabeça a prémio.
Nós sabemo-lo e o próprio Peseiro também o sabe. Provavelmente um mau resultado frente ao Boavista teria significado o fim da linha para o técnico.
Basta olhar para os sinais: para os assobios, para os insultos, para a contestação dos adeptos, mas também para a última entrevista de Frederico Varandas ao Expresso, a anunciar claramente que o Sporting quer os melhores jogadores e o melhor treinador, e Peseiro não é o melhor treinador.
Por isso, repete-se, José Peseiro tem a cabeça a prémio. Cada jogo é um exame final.
Ora perante esta evidência, o Sporting respondeu com uma boa exibição e uma vitória gorda. José Peseiro arriscou, fez algumas alterações, estreou Diaby e devolveu Acuña à lateral, e a verdade é que a equipa respondeu bem: o argentino deu profundidade ao flanco esquerdo, o maliano inventou a jogada do segundo golo, por exemplo, entre mais uma ou outra boa iniciativa.
José Peseiro sobreviveu à primeira ameaça e ganhou espaço para trabalhar com mais tranquilidade: a partir de agora vai preparar a equipa em cima do entusiasmo que traz um triunfo convincente.
Ainda é pouco? É, sim senhor. Mas para já é qualquer coisa.»
(Sérgio Pereira, subdirector MaisFutebol)
A análise de Sérgio Pereira não andará muito distante daquela que uma boa parte dos adeptos sportinguistas partilhará neste momento, porventura aquela faixa que, mesmo continuando muito crítica em relação ao trabalho desenvolvido até agora por Peseiro, ainda consegue ser de algum modo moderada ao ponto de lhe oferecer alguma reserva de benefício da dúvida. Mas isso apenas acontecerá neste momento, tão só porque a vitória frente ao Boavista terá oferecido bem mais do que os três pontos: a equipa terá mostrado, finalmente, ser capaz de produzir "algum futebol"!...
Para mal do Sporting e do próprio José Peseiro e mesmo tendo em conta todas as vicissitudes sobejamente conhecidas e sobre as quais o treinador leonino deveria, rapidamente, colocar um pedra definitiva, em vez de as continuar a recordar permanentemente a quem as deseja esquecer para sempre, ao fim de quatro meses de trabalho, não bastará a "andorinha" que sobrevoou Alvalade no último jogo, para fazer a Primavera que os adeptos tanto desejam. Os adeptos e até o presidente Frederico Varandas, como muito bem sublinha Sérgio Pereira, não comerão gelados com a testa, para estarem dispostos a continuar a ouvir os chavões e os farrapos de desculpas vomitados e bem mal alinhavados no final de cada jogo, como se só ele e apenas ele o tivesse visto. Peseiro tem obrigação, com a cultura e a visão que lhe impôem o seu trajecto académico e a sua experiência profissional e de vida, de poupar os adeptos sportinguistas à vulgaridade e às imprecisões de uma tão confrangedora comunicação como aquela com que os vem brindando há demasiado tempo. Estará chegada a hora de renunciar definitivamente a vender aos adeptos a sua "banha da cobra"!...
Os últimos cinco anos, chegaram e sobraram...
O Sporting está farto de "banha da cobra"! Basta!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário