terça-feira, 23 de outubro de 2018

E não posso, nem quero ir mais longe!...


Castanha seca


«Eu não quero ser descortês nem injusto para com o Luc Castaignos, de alguma forma, o involuntário protagonista da crónica de hoje. Admito que o Luc seja uma jóia de rapaz e um atleta meritório; não duvido um minuto.

Da mesma maneira, acho que o Luc não tem quaisquer condições para jogar no Sporting. Se dúvidas houvesse, a performance contra o modesto Loures, encarregou-se de as dissipar.

O Luc só joga no Sporting por três razões: nenhuma equipa o quer (o Vitesse mandou-o de volta), o Sporting não o conseguiu colocar e não há outros para jogar.

Simplesmente não acho que o Luc seja o principal culpado da situação, antes pelo contrário, ele é mais vítima, porque seguramente dá o seu melhor em cada jogo; a culpa foi de quem o contratou, provavelmente porque foi barato ou tinha um empresário com argumentos persuasivos.

E aqui se situa o busílis da questão, na inusitada quantidade de Luc Castaignos desta vida que vão desfilando na equipa de futebol do Sporting sem qualquer contribuição útil, votados a um irremediável anonimato.

Veja-se o caso do Doumbia, que, a custo zero (e muito a custo...), rumou para Girona, mas perdendo o Sporting os sete milhões e duzentos mil euros pagos pelo passe. E não falo no Sinama-Pongolle, que ainda me está a atravessado e custou mais do que isso.

O rácio de sucesso nas contratações do Sporting tem urgentemente de melhorar, porque por cada Bruno Fernandes e Bas Dost, ainda pesam os Alan Ruiz, Douglas, Shikabalas e quejandos, que não jogam, custam dinheiro e massacram os orçamentos. Se não há dinheiro, é indispensável haver mais critério. Eu sei que nos mercados em que o Sporting se move a margem de erro é maior e que comprar o Diaby não é o mesmo que comprar o Harry Kane, mas impõe-se uma prática de rigor que evite estes erros de casting, para os quais o Sporting, por vezes, tem uma propensão recorrente.

É que, nesta vizinhança do São Martinho, não há nada mais desolador do que aquelas castanhas secas, às quais nem sequer se consegue tirar a casca.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record)

Muitas águas já correram sob a ponte que Carlos Barbosa da Cruz atravessou nesta sua assertiva crónica! Se calhar, tão absorvido estaria  na travessia que nem terá encontrado motivação para fazer algumas colheitas dessas muitas águas que lhe terão passado sob os pés e submetê-las depois a rigorosas análises. Não critico a distracção. Apenas constato...

Chegados aqui, haverá um pequeno "pormaior" que julgo ultrapassará o cotão do "porta-moedas" do Sporting e que também terá passado despercebido a CBdC e que Sousa Cintra, no meio de tantas coisas que disse na recente entrevista e que mais lhe valera estar calado, quase sem querer - ou a querer mesmo, sabe-se lá! - acabou por enfiar pelos olhos dentro daqueles que ainda teimam e insistem na defesa do indefensável: a competência e a sagacidade dos treinadores!... 

E não posso, nem quero ir mais longe!...

Leoninamente,
Até à próxima

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