O tempo e o modo
«Estou perfeitamente à vontade no tema, porquanto não fiz parte da estrutura de apoio à candidatura de Frederico Varandas, como de nenhum outro participante.
A partir do momento em que ele foi eleito, com um inequívoco apoio, face à esperada dispersão de votos, à luz dos mais elementares princípios de coesão, Frederico Varandas passou a ser o presidente de todos os sportinguistas, quer tenham votado nele ou não.
Já escrevi, várias vezes, que o futebol não é política, num clube, não faz sentido, estatutos de situação e oposição. Por respeito à soberania electiva dos sócios, os candidatos deixam de o ser, no dia mesmo do sufrágio.
Tenho para mim que, obviamente, a Frederico Varandas, não podem ser assacadas responsabilidades, no estado de coisas, a que o clube chegou. Presumo ainda, legitimamente, duas coisas.
A primeira, é que o conjunto daquilo que, eufemisticamente, se qualifica de contingências, é vasto, complexo e delicado, e que não se resolve num mês. Não quer isto dizer que se esteja a considerar um estado de graça, quando acabei de referir que futebol não é política, mas nada do que até agora vi feito ou não feito (de igual importância), me parece passível de grande polémica ou discordância.
A segunda, é que, o Presidente do Sporting e a sua equipa, se empenharão com todas as suas capacidades, para resolver as inumeráveis e intrincadas pendências do pós-brunismo.
Devo dizer, que do ponto de vista exclusivamente do estilo, tenho gostado da postura discreta, digna e comedida, ao nível da instituição que corporiza e representa. A ribalta voltou a pertencer aos jogadores e ao treinador, acabaram-se os vedetismos usurpados e a normalidade operacional foi reposta.
Conseguirá Frederico Varandas dar conta do recado? Penso que todos os sportinguistas, esperam ardentemente que sim; os que votaram nele, por maioria de razão; os que não votaram, por espírito democrático e porque não faria sentido, nesta altura, pensar de outro modo. Como diria Saramago, não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record)
Sendo a minha condição de independência em relação a Frederico Varandas, absolutamente igual à de Carlos Barbosa da Cruz, na medida em que não foi o candidato a quem entreguei os meus votos nas últimas eleições, devo dizer que sobre este seu equilibrado e justo texto...
Com toda a certeza que subscrevo!...
Leoninamente,
Até à próxima
Leoninamente,
Até à próxima
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