Crónica do Sporting-Portimonense: silêncio que se vai ganhar o jogo
A classe de Mathieu, a mudança de sistema ao intervalo e os miúdos que saltaram do banco anularam um grande golo de Jackson Martínez
«Não sem sofrer, algo que já nem é notícia para os lados de Alvalade, o Sporting cumpriu a obrigação de vencer o Portimonense e voltou ao 3º lugar da Liga. E se a última imagem é aquela que fica, então a irreverência dos miúdos na segunda parte permite aos leões esboçarem um (tímido) sorriso no meio de uma profunda crise de identidade (e não falamos apenas de futebol, naturalmente).
Silas, desta vez, não surpreendeu e fez o que prometeu de véspera, ao apresentar "praticamente o mesmo sistema" de Braga: manteve a linha de três defesas – com Neto no eixo em vez de Coates e Mathieu de regresso (no lugar de Borja) – e prescindiu de um dos homens do meio-campo (Eduardo) para devolver Vietto ao onze e implementar um 3x4x3, em detrimento do 3x5x2. A intenção do técnico, no papel, era positiva: estabilizar o sistema de três centrais , que é o seu favorito, aproveitar as rotinas (por poucas que fossem) e dar maior agressividade ao ataque. Afinal, o Sporting jogava em casa.
Camacho para esquecer
O problema é que, na prática, a ideia não resultou. E porquê? Essencialmente porque Rafael Camacho, após uma sequência de exibições promissoras, teve um final de tarde para esquecer, e porque Vietto (tal como Wendel, no duplo pivô) sentiu dificuldades em interpretar o que o treinador lhe pedia. As consequências não se fizeram esperar, a despeito de o primeiro sinal de perigo ter pertencido a Battaglia, de cabeça, logo aos 3 minutos (Gonda respondeu à altura).
Mesmo sem forçar, mas tirando partido da boa organização colectiva e da... classe de Jackson Martínez, o Portimonense viu-se de súbito em vantagem. Um remate indefensável do Cha Cha Cha (26’) ameaçava condenar o leão ao triste fado anunciado pelo silêncio das claques, um cenário que poderia ter piorado, não fosse Luís Maximiano, logo de seguida (28’), ter defendido um remate de Aylton Boa Morte.
O pai deles todos
O labirinto do costume estava montado: claques contra o presidente, o estádio contra as claques e a equipa incapaz de encontrar um ADN alternativo à herança de Bruno Fernandes. O grito de revolta, porém, não tardou. E partiu do jogador que o ex-capitão considerava, com toda a propriedade, o ‘pai’ do balneário. Na cobrança, perfeita, de um livre direto, Mathieu fez o empate, como aprendeu com... Messi no Barcelona, e ajudou os companheiros a perceberem que, quando nada mais resta, o orgulho é tudo o que se joga dentro das quatro linhas...
Plata tem pinta
Percebidos os erros, Silas ajudou a mudar o que faltava ao intervalo. Ao sacrificar Neto, o técnico passou a dispor o Sporting em 4x2x3x1, com Battaglia e Wendel atrás de Jovane, Vietto e Camacho. O Sporting começou a rematar mais e, quando Camacho deu lugar a Plata, tomou de assalto a baliza do Portimonense.
Se Jadson não tivesse feito autogolo (72’), Sporar teria marcado o seu primeiro, assistido por Jovane, após cruzamento de Acuña. É certo que Vietto desperdiçou mais uma ‘daquelas’ oportunidades (66’) mas o Sporting ainda entusiasmou nos minutos finais e tudo (ou quase) por causa de Gonzalo Plata: uma finalização de primeira que teria sido um golaço (81’), um grande passe para Sporar (84’) e um remate com estrondo ao ferro (89’) deixaram as bancadas de água na boca. Haja tempo, paciência e coragem.»
(Vitor Almeida Gonçalves, in Record, hoje às 21:43)
É bom que continuemos a caminhar, indiferentes ao 'ruído'! O caminho faz-se caminhando e será hora de os sportinguistas começarem a olhar para o 'maestro' com que nos teremos de governar até final da época, para então começarmos a pensar, de maneira crítica mas justa, se estará esta rapsódia popular tantas vezes repetida, ao nível do nosso gosto, ou se valerá a pena ir em busca de outro maestro que melhor possa satisfazer os requintes do nosso bom gosto. É que na primeira qualquer cai, mas...
Na segunda só cai quem quer!...
Leoninamente,
Até à próxima
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