#Castigo Máximo#
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FEV20
«O Sporting continua a gastar demasiado no futebol para os resultados desportivos que apresenta. Tal concorre para Resultados sem transacção de jogadores fortemente negativos. Eis os principais desequilíbrios verificados a nível da SAD, visíveis através do R&C anual referente à época 2018/19 (não significativamente alterados em 2019/20):
Resultados Operacionais sem transacção de jogadores negativos em 29 milhões de euros, consequência do lado dos Proveitos da não qualificação para a Champions e do lado dos Custos do não ajustamento dos Custos com Pessoal e dos Fornecimentos e Serviços Externos (FSEs) à nova realidade europeia;
Resultados Operacionais sem transacção de jogadores negativos em 29 milhões de euros, consequência do lado dos Proveitos da não qualificação para a Champions e do lado dos Custos do não ajustamento dos Custos com Pessoal e dos Fornecimentos e Serviços Externos (FSEs) à nova realidade europeia;
Subida das Amortizações para um valor de 30,9 milhões de euros, por via da insuficiente aposta em jovens da Formação (Valor Bruto e Amortização zero) e da aquisição de demasiados jogadores;
Resultados Financeiros negativos em 10,4 milhões de euros, devido a um aumento dos custos de financiamento da dívida;
Somando estas 3 rúbricas, a Sporting SAD perde 70,3 milhões de euros;
Não havendo ajuste dos Custos aos Proveitos, mantendo-se este cenário, a SAD precisará de realizar vendas anuais de 70,3 milhões de euros para não apresentar prejuízos.
Olhando para este cenário, é óbvio para todos que a realidade está muito longe da desejada sustentabilidade. Acresce que os resultados desportivos não justificam de todo o investimento produzido (aquisição de jogadores) e os gastos gerais em que a SAD incorre anualmente. Tal resulta de uma política desportiva delirante (pardon my french), completamente desfasada dos constrangimentos financeiros da SAD e que privilegia a quantidade em detrimento da qualidade e ignora a Formação. Olhando para a Demonstração de Resultados é perfeitamente identificável o não ajuste dos Custos à quebra de Proveitos motivada pela exclusão da Champions, desequilíbrio que não se reflecte positivamente de nenhuma maneira no desempenho da principal equipa de futebol do clube. Sendo certo que a situação já estava descontrolada nos últimos tempos de Bruno Carvalho, por via de um aumento pronunciado dos custos (cerca de 75 milhões de euros em Custos Com Pessoal) e de investimento (63,7 milhões de euros em 17/18 divididos em diferentes R&C) que estava ainda assim suportado num lote de jogadores de qualidade mas que ficou em parte ameaçado com as rescisões, a não imediata reacção à perda de Proveitos e a Alcochete agudizou o problema. É difícil não pensar que se poderia fazer muito melhor gastando e investindo muito menos. Não são só os benchmarks (referências) de mercado (Braga, Rio Ave, Famalicão) que o indiciam, é também o passado. Por exemplo, se olharmos para a temporada de 2013/14 verificamos o seguinte (face à temporada anterior): corte nos FSEs de 4,3 milhões de euros, redução dos Custos com Pessoal em 16,6 milhões de euros, diminuição no valor das Amortizações em 11,3 milhões de euros devido a uma maior aposta na Formação e melhoria dos Resultados Financeiros em cerca de 3 milhões de euros (menos dívida e renegociação das taxas de juro), para além de menos 3 milhões de euros em provisões. Tudo isto concorreu para uma melhoria dos Resultados da SAD em 38,2 milhões de euros. E os resultados desportivos? Bom, passámos de um 7º lugar em 2012/13 para um 2º lugar (qualificação para a Champions) em 2013/14, demonstrativo de que se pode fazer melhor, de uma forma sustentável, mesmo gastando muito menos.
Conclusão: qualquer pessoa minimamente experiente em "turnaround" de empresas saberá que a actual situação é insustentável e que a aposta na Formação conjugada com uma política desportiva que privilegie a qualidade em detrimento da quantidade é a única solução possível. Ora, perante isto, o investimento de 47 milhões de euros em 15 contratações cirúrgicas em apenas 1 ano tem de ser considerado irresponsável, porque não só veio afectar ainda mais negativamente os Resultados da Sociedade como também não se perspectiva que possa proporcionar mais-valias significativas no futuro que possibilitem a cobertura do défice de exploração da Sociedade. Adicionalmente, a troca constante de treinadores (5 durante o consulado de Frederico Varandas) também não tem proporcionado a estabilidade necessária que mitigue um pouco os erros cometidos nas janelas de transferências. Para além disso, é hoje absolutamente notório um enfraquecimento da qualidade média do plantel face ao momento em que Varandas assumiu a presidência do clube. Nani, Raphinha, Bas Dost e Bruno Fernandes já não estão entre nós, Matheus Pereira, Domingos Duarte, Mama Baldé ou Ryan Gauld, jovens que estavam numa linha de sucessão, também não. Perante tudo isto, torna-se complicado perspectivar como a SAD conseguirá viver a partir de 2020/21, nomeadamente sabendo-se que sem cortar na despesa terá um défice de cerca de 70 milhões de euros e poucos jogadores de qualidade para o cobrir.
Epílogo: Se Alcochete foi uma Tragédia Grega, na minha opinião a gestão produzida na SAD durante esta temporada deve ser encarada como uma nova peripécia dessa mesma Tragédia. À exuberância irracional do posicionamento de Bruno Carvalho nos últimos meses da sua presidência seguiu-se o preconceito com a Formação e o deslumbramento ("fácil, fácil") da política desportiva, tudo isto concorrendo para a situação dramática que actualmente se vive, que consiste em resultados desportivos medíocres e numa situação económica (a financeira resolveu-se apenas para esta época) deplorável e em constante deterioração. É urgente parar isto!»
Sem o imprescindível, indeclinável, incontornável e inadiável contraditório até ao momento, o 'manifesto' lançado hoje mesmo por Pedro Azevedo a todo o universo leonino, arrisca a constituir-se como insofismável verdade.
De pouco ou nada valerão todas e quaisquer contemporizações, todas e quaisquer tergiversações que eventualmente venham surgir da parte daqueles a quem Pedro Azevedo aponta declarada e corajosamente o dedo acusador, se cada um dos pontos deste sua legítima, mesmo que panfletária posição, não for de imediato contraditado e suficiente e devidamente aclarado.
Não estamos perante um qualquer, corriqueiro, oportunista, revanchista e teleguiado movimento desestabilizador de índole semelhante aos que ultimamente nos pretenderam habituar. Tratar-se-à de um original, sério, sustentado e decerto ponderado e muito reflectido desafio, que nunca poderá ficar sem resposta, sob pena de cada sportinguista se sentir no legítimo direito de, definitivamente...
Deixar de acreditar em promessas de salvação!...
Leoninamente,
Até à próxima
E no entanto, há algo a mover-se no universo Leonino e não convém rotular, etiquetar ou pôr de parte por meras questões "politico-partidárias" ou de emir empatia!!
ResponderEliminarConvinha se calhar era alguém, como o Pedro Azevedo avançar e guiar esta massa contestaria para um rumo favorável ao Sporting!!!
Alguém como, por exemplo o Pedro Azevedo, se entender candidatar-se no próximo acto eleitoral e conseguir a vitória, poderá efectivamente vir a desenvolver um trabalho melhor. Não me parece de todo que Pedro Azevedo possa algum dia ser líder da tal "massa contestatária" de que fala o caro Rinaudo. O tempo das "massas contestatárias" terá sido definitivamente banido do Sporting, que necessitará, isso sim, de muito empenho, competência e nada mais!...
EliminarEstranho ouvir um homem de esquerda, como o caro Álamo gosta de se intitular, a desconsiderar "as massas contestatárias"!!
EliminarNão falava em liderar as "massas contestatárias", falava em agregar!!
EliminarCom mais de 20 anos de militância no PCP, que abandonei haverá outros 20 por recusar alienar a minha liberdade de pensamento, o que será que o Rinaudo pretenderá que eu me intitule?! Sobre "massas contestatárias" e para mais as que proliferam no Sporting Clube de Portugal, será melhor nem iniciar a discussão.
EliminarPermita-me o Rinaudo, para além disso, recordar também que usou o verbo "guiar" e isso não me parece que seja, propriamente, "agregar"!...
Penso eu de que...
Peço desculpa, mas onde se lê "emir" leia-se "menor"!!
ResponderEliminarTem razão, agregar não é guiar!! No entanto, se conseguir agregar, talvez consiga orientar essas "massas" rumo a um caminho menos estapafúrdio!!!
ResponderEliminarO caro Álamo intitula-se como melhor lhe aprouver!!!!
ResponderEliminarSL