Amor à moda antiga
«Comecei a prestar mais atenção à Premier League em 2003.
A principal razão é óbvia: Cristiano Ronaldo. Até essa altura fui olhando mais para Espanha, onde morava o Barcelona do Ronaldo Fenómeno e Luís Figo. Quando o português se transferiu para o Real Madrid passei a torcer pelo clube da capital, mas sempre com o foco naquele campeonato.
Chega então 2003 e o Manchester United com Cristiano Ronaldo a driblar e a correr pela ala nos relvados da Premier League. Ninguém sabia, mas nesse ano Alex Ferguson já estava a entrar na recta final como treinador dos diabos vermelhos. No total, foram 27 anos no mesmo clube. Uma vida, literalmente. Podia ser a minha, que nasci um ano depois da chegada de Sir Alex a Old Trafford.
A longevidade no mesmo clube escasseia no futebol e parece-me quase impossível voltarmos a ver casos como o de Sir Alex Ferguson ou Arsène Wenger (22 anos no Arsenal). Diego Simeone está no Atlético Madrid desde 2011 e, no mesmo período, José Mourinho treinou Real Madrid, Chelsea, Manchester United e Tottenham; Pep Guardiola cumpriu os últimos anos no Barcelona, mudou-se para o Bayern e já tem quatro anos de Manchester City.
As relações entre treinadores e clubes são cada vez mais curtas, em que a vontade de mudar existe nos dois lados ou acontece por crises de resultados. Um casamento duradouro e feliz como o de Sir Alex com o United é uma história que merece ser assinalada na paixão que é o futebol.»
(David Novo, Passe Teleguiado, in Record, em 02 de Maio de 2020 às 20:00)
Esta crónica de David Novo fez-me meditar sobre o tempo que cada um dos últimos treinadores do Sporting terá permanecido no Clube e nos resultados a que essa política acabou por conduzir.
Tinha pensado recusar vir para aqui escarrapachar, com trejeitos enciclopédicos, nomes e números. Deixaria isso para os que apreciassem mais o passatempo. Porém, tendo em conta que o nome de Paulo Bento será sempre indissociável do que pretendo dizer, não me restou alternativa do que rapar mesmo dos números. Paulo Bento não conseguiu ser campeão, mas a obra, os alicerces e a celebrada "tranquilidade" necessárias estavam lá todas! Deveria ter continuado e talvez outro galo nos tivesse cantado!...
Depois dele, apenas Jorge Jesus e Marco Silva usaram o ano como unidade de tempo para contar as suas passagens por Alvalade - o primeiro com 3 anos completos, entre 5 de Junho de 2015 e 5 de Junho de 2018 e o segundo, com um ano e 15 dias mais, entre 21 de Maio de 2014 e 4 de Junho de 2015.
Todos os restantes viram-se ou foram obrigados a usar o dia como unidade de contagem do tempo passado de leão ao peito: Leonel Pontes (8 dias + 23 dias), Carlos Carvalhal (176 dias), Paulo Sérgio (298), José Couceiro (123), Domingos Paciência (228), Sá Pinto (233), Oceano Cruz (25), Franky Vercauteren (70), Jesualdo Ferreira (132), Leonardo Jardim (346), José Peseiro (124), Tiago Fernandes (9), Marcel Keizer (296) e Jorge Silas (159).
Não poderiam ter outro desfecho, alguns deles caricatos, as quinze ou dezasseis histórias dos treinadores de que o Sporting se serviu para conseguir igualar o mais vergonhoso recorde da sua história: 18 anos sem ser campeão!...
Falar sobre o fio condutor que tem sobressaído nas últimas décadas no dirigismo do Sporting Clube de Portugal, creio ser "chover no molhado"! Mas, aqui para nós que ninguém nos ouve, alguma dúvida sobre quem serão...
Os melhores adeptos do mundo?!...
Leoninamente,
Até à próxima
(David Novo, Passe Teleguiado, in Record, em 02 de Maio de 2020 às 20:00)
Esta crónica de David Novo fez-me meditar sobre o tempo que cada um dos últimos treinadores do Sporting terá permanecido no Clube e nos resultados a que essa política acabou por conduzir.
Tinha pensado recusar vir para aqui escarrapachar, com trejeitos enciclopédicos, nomes e números. Deixaria isso para os que apreciassem mais o passatempo. Porém, tendo em conta que o nome de Paulo Bento será sempre indissociável do que pretendo dizer, não me restou alternativa do que rapar mesmo dos números. Paulo Bento não conseguiu ser campeão, mas a obra, os alicerces e a celebrada "tranquilidade" necessárias estavam lá todas! Deveria ter continuado e talvez outro galo nos tivesse cantado!...
Depois dele, apenas Jorge Jesus e Marco Silva usaram o ano como unidade de tempo para contar as suas passagens por Alvalade - o primeiro com 3 anos completos, entre 5 de Junho de 2015 e 5 de Junho de 2018 e o segundo, com um ano e 15 dias mais, entre 21 de Maio de 2014 e 4 de Junho de 2015.
Todos os restantes viram-se ou foram obrigados a usar o dia como unidade de contagem do tempo passado de leão ao peito: Leonel Pontes (8 dias + 23 dias), Carlos Carvalhal (176 dias), Paulo Sérgio (298), José Couceiro (123), Domingos Paciência (228), Sá Pinto (233), Oceano Cruz (25), Franky Vercauteren (70), Jesualdo Ferreira (132), Leonardo Jardim (346), José Peseiro (124), Tiago Fernandes (9), Marcel Keizer (296) e Jorge Silas (159).
Não poderiam ter outro desfecho, alguns deles caricatos, as quinze ou dezasseis histórias dos treinadores de que o Sporting se serviu para conseguir igualar o mais vergonhoso recorde da sua história: 18 anos sem ser campeão!...
Falar sobre o fio condutor que tem sobressaído nas últimas décadas no dirigismo do Sporting Clube de Portugal, creio ser "chover no molhado"! Mas, aqui para nós que ninguém nos ouve, alguma dúvida sobre quem serão...
Os melhores adeptos do mundo?!...
Leoninamente,
Até à próxima
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