domingo, 10 de maio de 2020

"É difícil de acreditar, mas era bom que assim fosse"!...


O outro vírus

«"Mais do que união, sobrevivência." Na entrevista dada à SIC esta semana, Frederico Varandas resumiu na perfeição a presença dos presidentes dos três grandes com o Governo. Para o futebol português aquele era o momento do agora ou nunca. Do tudo ou nada. Era ‘só’ isso. Alguns, talvez por ingenuidade, quiseram ver naquela imagem um sinal de um novo tempo onde irá reinar uma rivalidade saudável entre águias, dragões e leões. Desenganem-se.

Os machados de guerra não foram enterrados. Ficaram apenas à porta de São Bento durante o decisivo encontro. Mas com a tão desejada normalização, também virá o mau ambiente normal. Tudo o que esteja abaixo da pandemia, e do perigo de pôr fim ao negócio, dificilmente merecerá nova postura alinhada dos três maiores clubes do país. E é aí que está a pior doença.

Espera-se que a bola possa começar a rolar em breve. Mas com ela também virá toda a incontinência verbal que caracteriza muitas das trocas de galhardetes entre pessoas directa ou indirectamente ligadas a estes três clubes. Com as insinuações do costume. Com o tal espírito incendiário que se tornou banal. E isso pode não falir o futebol português tão rápido como uma pandemia, mas é um vírus que lhe tem provocado uma morte lenta e que faz com que este produto, apesar de apaixonar tanta gente, valha cada vez menos.

Pode ser que o milagreiro Fernando Gomes consiga aproveitar o momento para apaziguar os ânimos e ‘educar’ os exércitos daqui para a frente. Pode ser, sim. É difícil de acreditar, mas era bom que assim fosse.»
(Luís Aguilar, "Off the record", in jornal Record, hoje às 17:23)


Quero crer que Luís Aguilar, desde que terá decidido deitar a "cartilha" pela janela fora - consequências do 'desenfarinhamento do Record'? Não sei, não quero saber e tenho raiva a quem sabe! -, parece ter ascendido à "segunda liga do jornalismo desportivo" e começa a ser um sério candidato à subida à "divisão maior"!...

Quem quase aprendeu a ler em qualquer dos jornais desportivos de então, saberá demasiado bem ao que me estou a referir! Era outra loiça o jornalismo desportivo de então! É por isso que quando vejo, nos tempos que correm, um jornalista desportivo a evoluir, sem 'teias de aranha na cabeça', fico atento e espero pelo próximo trabalho. E dá-me gozo confirmar o esforço desenvolvido para ascender à nata suprema daqueles que para quem o desporto será tão importante quanto todas as outras, muitas e supostamente mais nobres actividades de uma sociedade como a nossa. 

Subscrevo inteiramente o desejo expresso no 'remate final' de Luís Aguilar...

"É difícil de acreditar, mas era bom que assim fosse"!...

Leoninamente,
Até à próxima

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