quinta-feira, 21 de maio de 2020

João António dos Anjos Rocha!!!...


Liderança carismática no Sporting (I)
14 Maio 2020 - 15:56 (LINK1)

«O debate sobre o modelo de liderança e controlo da SAD no Sporting não começou esta semana. É tema recorrente em diversos fóruns e, no Record, tanto Carlos Barbosa da Cruz como eu próprio temos escrito sobre os caminhos do futuro no clube, com visões divergentes, mas com a categoria de não cair em confrontos estéreis nem insultos. Aqui deixo a minha visão global.

Maioria da SAD. Para mim é proibida a perda da maioria da SAD. Como aqui escrevi em 28/11/2019 (não cheguei ontem) num artigo intitulado ‘Minoria musculada nas SAD’, entendo é que se devem abrir portas aos investidores minoritários, isto é, presidente do clube e da SAD é o mesmo, mas depois ter um ou dois administradores executivos que representam quem arrisca o seu capital e o quer valorizar, algo que nunca foi feito em Alvalade e isso levaria a um controlo da aplicação dos dinheiros. E em vez da Premier League que nos voltemos para a Bundesliga, tal como dissertei na conversa com os leitores Record há duas semanas (não cheguei ontem).

Presidencialismo. Miguel Poiares Maduro, num artigo com linhas comuns às de Pedro Azevedo, redigido em 2018, defendeu um presidente no clube e outro na SAD. Ele não merecia ser dizimado como foi nas redes sociais pois é pessoa bem intencionada, tem direito à sua opinião e, a meu ver, daria um bom presidente da MAG. Porém, esqueceu-se de duas coisas: 1 - o último presidente corta-fitas de que me lembro foi Américo Thomaz mas não é para aqui chamado; 2- e anjinhos julgo que andam no Céu mas desse assunto não falo pois só gosto de escrever sobre aquilo que sei. E acrescentou que é contra o ‘Imperador’ do Sporting. Ora, ele que viveu em Itália deveria saber inspirar-se no que é a base da civilização europeia e saber que a ‘Pax Romana’ que vigorou de 28 a.c. a 180 d.c. assentou alicerces com o imperador Octávio Augusto e atingiu o apogeu com os imperadores Trajano, Adriano e Marco Aurélio. Quero eu com isto explicar que no futebol português para ter sucesso é preciso o modelo presidencialista do ‘imperador’.

‘Governance’. Num artigo escrito a 8/11/ 2019 (não cheguei ontem), ‘Verdade e competência no Sporting’ avançava que o modelo de liderança deve ter por base a competência profissional. Os vice-presidentes devem ser conselheiros estratégicos do líder para diversas áreas mas a gestão diária deve estar entregue a directores gerais, contratados a preço de mercado com contratos por objectivos, como escrevi em Agosto de 2018 (não cheguei ontem) onde também apontava limitação de mandatos para o presidente e declaração de rendimentos e de património à vista de todos (sobre mecanismos de decisão na AG, segundas voltas e I-voting escreverei na próxima semana).

Liderança. Sem liderança o Sporting é um clube feudal onde os diversos grupinhos sobrevivem quanto mais fraco for o seu presidente. Só um presidente carismático, granítico, frio e cínico na decisão e na razão, mas empático e agregador com um discurso envolvente meterá no bolso os senhores feudais que se servem do clube há décadas. Aguardemos por ele.»

Liderança carismática no Sporting (II)
21 Maio 2020 - 15:12 (LINK2)

«Na semana passada, para lá do modelo que preconizo de um presidencialismo com competências e sem o Sporting perder o controlo da SAD, dirimi argumentos com Miguel Poiares Maduro que defendeu uma liderança bicéfala num modelo que qualifiquei de Américo Thomaz, o último presidente corta-fitas do qual tenho memória, hoje, abordarei as ideias de quem defende a venda da SAD leonina.

Grato pela referência do meu amigo Tomás Froes, que sei que estará sempre disponível para ajudar o clube e agradecendo a simpatia pelo gosto que tem em me ler de Carlos Barbosa da Cruz, não posso deixar de escrever que, tal como ele não acredita nas minorias musculadas no capital do Sporting, eu não acredito que baste um camião chegar a Alvalade e despejar centenas de milhões euros para que o Sporting reencontre o caminho de sucesso que o seu historial e adeptos merecem.

E a pretensão da venda da SAD cai já no momento em que vivemos. Por muito que o Tomás mencione os valores tangíveis e intangíveis da marca Sporting, o certo é que o valor está depreciado pois o leão está débil, desvitaminado, a derrota tem-se tornado um hábito e a desilusão passou a ser um lugar-comum. Está apetecível por se poder tomar o controlo por um preço quase irrisório, como temos o exemplo claro da compra da TVI por tuta e meia por Mário Ferreira quando o valor da estação era quase o triplo há dois anos, algo envolto em nebulosas por explicar cabalmente.

Diz o Tomás que as grandes excepções ao movimento que assistimos da tomada das SAD por capitais muitas vezes sem rosto, se assistem em Espanha, e escreve que se Barcelona e Real Madrid (tal como Atlético de Bilbau), que mantêm as suas estruturas associativas fundacionais, não ganhassem também seguiriam esse caminho. Pois bem, sem mencionar o naufrágio do Málaga (que os defensores da SAD olvidam sempre bem como tantos casos, por cá, de perfeita obscenidade de relacionamento dos investidores com os clubes como por exemplo Belenenses, Aves, Atlético, Praiense, seria uma lista sem fim), tenho de perguntar como explica o caso do Valência onde Peter Lim (com a ajuda preciosa de Jorge Mendes) desde o momento da sua aquisição em 2014 já injectou 500 milhões de euros e só meteu no museu uma Taça do Rei e já é contestado pelas suas opções?

Porque falham então os emblemas, nos dois casos, os que detêm e perderam o controlo da SAD? Porque para ganhar é necessário um projecto, um bom líder, uma equipa de gestão profissional nos diversos departamentos bem como na SAD, o tal presidencialismo com competências com um líder carismático que volte a empolgar os adeptos e aqueça a alma, mas que tenha a frieza granítica e o cinismo na acção e na razão. Sem liderança, sem competência, sem estrutura, pode vir um qualquer milionário que o resultado será o mesmo de sempre: expectativas enormes seguidas de um ocaso de títulos. Ninguém deseja isso.»
* Textos escritos com a antiga ortografia
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)

Quando há uma semana se me deparou o 'primeiro acto' da contribuição do meu amigo e ainda maior leão, Rui Calafate, algo em mim refreou a sua imediata publicação aqui, em Leoninamente. Um sexto e leonino sentido me aconselhou a que esperasse pelo 'segundo acto', porque o impacto deveria ser, adivinhava eu, bem maior com o 'todo' do que com a soma de 'duas partes'! Abençoada premonição!...

Agora sim! Agora a contribuição de Rui Calafate está acabada. E perfeita, no meu modesto entender! Tão, perfeita que aqui me têm os meus amigos sportinguistas, de forma convicta e apaixonada, a publicar e a subscrever, os 'dois actos', juntos, unos e indivisíveis, naquilo que será, afinal, o 'ovo de Colombo' para o reerguer do grande amor da minha vida, das nossas vidas de leões, o Sporting Clube de Portugal: "um líder carismático que volte a empolgar os adeptos e aqueça a alma, mas que tenha a frieza granítica e o cinismo na acção e na razão" !...

Tanto quanto Rui Calafate - ou mais ainda porque com mais razões, por ser mais velho e, naturalmente, por ter sofrido mais "à cause" de tão abominável e sinistra personagem! -, recuso e recusarei sempre figuras que, de perto ou de longe, se assemelhem à tenebrosa figura do "corta fitas" de que se terá valido, em jeito de 'sério aviso'! Porque, com a certeza de que o Rui mo permitirá, se em algum momento da actualidade do nosso Sporting, nos for permitido deixar falar a saudade, apenas um nome, os nossos lábios pronunciarão, aquele que há largos anos tive a honra e, se calhar, o brilhantismo - passe a imodéstia -, de escolher para abrir o cabeçalho deste cantinho de leoninidade ...

João António dos Anjos Rocha!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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