sábado, 23 de maio de 2020

Temo que o "flashback" tenha vindo para ficar!...


Cientistas procuram vacina para o futebol português

«Para quem ainda não entendeu bem a questão: caso não se realizem os jogos da Liga NOS desta época, os clubes portugueses podem nunca mais voltar a ser os mesmos. Os milhões em causa resultantes, essencialmente, dos direitos de transmissão televisiva, dos contratos com patrocinadores e das potenciais vendas de jogadores são imprescindíveis para manter a nossa liga no patamar onde está.

Dito isto, torna-se, no mínimo, difícil de entender o desconfinamento esquizofrénico de alguns dos principais intervenientes do futebol português. Recusas de jogar em determinados estádios, acusações de traição, negociações paralelas, suspeitas sobre eventuais viagens de árbitros em charters com equipas ou nuvens criadas sobre eventuais favorecimentos dos calendários são algumas das cenas tristes que o futebol português nos voltou a brindar, nos últimos dias.

Se por um lado devemos valorizar o enorme esforço da Federação, Liga e Clubes no regresso da competição, por outro lado temos de perceber que esta solidariedade deve ser mantida por todos, em todos os detalhes necessários ao reinício da Liga NOS. A bola ainda nem começou a rolar nos relvados e as polémicas já regressaram em velocidade máxima.

A situação de emergência do futebol é demasiado grave para que nos voltemos a perder em batalhas desnecessárias e inconsequentes. Os adeptos, mais do que nunca, sonham pelo regresso aos relvados. A Bundesliga, que recomeçou na semana passada, apesar dos estádios vazios, bateu recordes de audiências televisivas. O mesmo se espera que aconteça em Portugal, que pode até aumentar a sua visibilidade internacional, dada a grande maioria das outras competições internacionais estar suspensa.

Fico por isso com a sensação que, para além da necessária busca da vacina do COVID-19, seja também necessário pedir aos cientistas que, após essa conquista, se dediquem a desenvolver uma vacina para curar de vez o futebol português.

Olhando para outros sectores de actividade vemos um esforço comum do retalho, indústria, educação, serviços em voltar á normalidade e a procurar recuperar os milhões perdidos. No caso do Turismo vemos todos os operadores a trabalhar para voltar à actividade, mas acima de tudo a trabalhar em conjunto para voltar a ganhar a confiança dos turistas estrangeiros para regressarem a Portugal.

É agora ou nunca. Ou a indústria do futebol português aproveita esta oportunidade para se fortalecer ou temo que iremos perder de vez o comboio da competitividade europeia e vamos apenas poder ver as conquistas europeias de clubes portugueses como temos visto agora: em flashback.»
(Daniel Sá, Mais do que um Jogo, in Record, hoje às 18:24)


Temo que o "flashback" tenha vindo para ficar!...

Leoninamente,
Até à próxima

4 comentários:

  1. Excepção feita ao Carlos Queirós, não oiço falar dos escalões inferiores. Estão-se marimbando para o futebol. Não se estão marimbando para o pilim imediato. O futebol português é a mais manhosa e miserável das nossa "indústrias", independentemente do graveto que alguns fazem com o circo. A coisa é tão evidente que até dói.
    Fortalecer o que está é fortalecer o podre. Fortalecer o futebol é aproveitar a paragem para o repensar, de baixo para cima e não de cima para baixo. A oportunidade é a de acabar com o lamaçal.
    E não, não é agora ou nunca. Que mais não seja o tempo encarregar-se-á de colocar as coisas no sítio, como, aliás, se está a ver...

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    1. "As coisas no seu lugar"?! Vou esperar sentado!!!...

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    2. Que o Álamo espere sentado faz sentido. Eu também esperarei sentado.
      O problema é que quem deveria estar de pé, está deitado, à sombra da bananeira, enquanto no seu longo ressono tenta perpetuar o estado presente.
      O "agora ou nunca", gritado por esta gente refastelada, é uma tentativa desesperada de manter tudo como está. À falta de melhor, sim, terá de ser o tempo a regularizar a coisa. Não será, seguramente, gente como o Varandas a melhorar isto... antes pelo contrário ...

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  2. Subscrevo na íntegra o comentário do Conana. Vamos lá ver se este futebol conspurcado implode e nasce uma nova aurora de valores no futebol.

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