Acabar com o estigma
«De um dia para o outro, surge uma dezena de casos positivos na Liga NOS. A reacção primária é de algum pânico em relação à retoma da competição, até porque a ausência de casos nos últimos dois meses deu-nos a sensação – manifestamente errada – de que o futebol vivia numa bolha que não podia ser infectada.
Se a população em geral fosse testada com o mesmo ritmo e dimensão que está a acontecer agora no futebol profissional, os números de positivos no nosso país iriam seguramente disparar exponencialmente. Com a diferença de que só uma minoria dos mais de 10 milhões de habitantes estão tão protegidos contra a Covid-19 como os atletas profissionais. Será normal que surjam mais casos positivos nos próximos dias ou semanas – mais do que normal, é inevitável. O que será anormal é que algum jogador tenha complicações graves resultantes da doença – porque, apesar de haver ainda muita coisa por saber sobre o novo coronavírus, são raríssimos os casos de jovens saudáveis a passar sérios riscos. É preciso acabar com o estigma: Covid-19 não é, na esmagadora maioria dos casos, uma doença grave.
Estamos condenados a aprender a viver com este vírus entre nós. Isto é: se quisermos continuar a viver.»
(Sérgio Krithinas, Saída de Campo, in Record, em 11 de Maio de 2020 às 03:29)
As estatísticas universais apontam muito claramente para a verdade insofismável da tese que Sérgio Krithinas hoje defende na sua crónica: "na esmagadora maioria dos casos a covid-19 não é uma doença grave!...
Nesta condição e tendo em conta o rigoroso cumprimento do "código de conduta" imposto ao futebol pelas autoridades competentes - que se calem por uma vez todas as vozes que aqui e ali se levantam sobre quaisquer excessos nele contidos, porque nunca haverá excessos quando em causa estiver a preservação da vida humana! -, a somar à principal e mais importante medida já antes reconhecida por todos, sem excepção conhecida, que passou pela aceitação pacífica da realização dos jogos com ausência total de espectadores, também me parece que se quisermos continuar a chamar vida a esta dramática situação que envolveu o mundo, estaremos "condenados a viver com este vírus entre nós", até que surja a redentora e definitiva solução: a descoberta de uma vacina eficaz!...
Será sempre absurda e perversa qualquer posição diferente!...
Leoninamente,
Até à próxima
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