terça-feira, 12 de maio de 2020

Haja pachorra!!!...


Brincar com coisas sérias

«O futebol tem coisas fantásticas. Jogadores incríveis, treinadores geniais, dirigentes sérios. Como qualquer outra actividade, também conhece o reverso da medalha. Há sempre quem queira ganhar ou fugir à descida na secretaria. Quem não entenda o que está a viver, o privilégio que foi dado ao desporto-rei.

Neste momento há quem esteja a brincar com coisas sérias. Sem perceber que foi dada uma oportunidade de terminar a 1.ª Liga a todos os agentes desportivos. Direito que foi negado, por exemplo, a artistas. Ou a todo o sector de eventos, hoje cancelado até novas notícias. Aos jogadores não lhes foi negado o direito ao trabalho. E o problema agora é assinar um código de conduta que está, obviamente, ligado à saúde pública? Confesso, não entendo.

Enquanto os espectáculos, os ginásios e tantos outros sectores da vida portuguesa foram simplesmente congelados, no desporto foram criadas linhas de crédito pela Federação, apoios a quem deixou de jogar, decididas subidas e descidas e elaborado um código de conduta para se poder jogar. Mas o pior do futebol português está de volta. A irresponsabilidade ao serviço de interesses inconfessáveis. Espero que a DGS não perca a paciência. O futebol não pode ser manchado por quem não merece fazer parte dele.»

Haja pachorra para aturar esta "cáfila de irresponsáveis" que constitui o "pior do futebol português e que está de volta". E o mais absurdo da situação estará no facto de até entre os seus principais protagonistas, os jogadores, que desde sempre terão sido aqueles cuja conduta a todos parecia ser a mais digna e responsavelmente paradigmática no seio de todo o desporto-rei, surgem agora exemplos como os de Danilo, Zé Luís, Soares e, mais recentemente, Francisco Geraldes, a compôr o ramalhete do que de mais reprovável e nocivo o futebol português comprovadamente conterá. Que "interesses inconfessáveis" esconderão, por detrás de tamanha e tão estúpida quanto presumida  e afectada assumpção de "maior consciencialização"?! Será que alguma vez conseguirão dar ao futebol e à sociedade, mais do que um e outra lhes terão oferecido até hoje?!...

Só faltava agora serem os jogadores a borrarem a pintura! Quanto aos dirigentes actuais, haverá já um longo e suficiente tempo para os conhecermos de ginjeira! Já não enganam ninguém. Agora os "artistas"?!...

Haja pachorra!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

8 comentários:

  1. Em que é que o Francisco Geraldes compôs o ramalhete do que de mais reprovável e nocivo o futebol português comprovadamente conterá? em ter a opinião de que as "condições" apresentadas pela FPF não prestam?

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    1. O "código de conduta" não foi apresentado nem exigido pela FPF, antes pela autoridade competente para o fazer e impôr, a Direcção Geral de Saúde, no pressuposto de que, ou o futebol se responsabiliza pelo seu próprio comportamento, ou não há futebol para ninguém! O senhor Francisco Geraldes e outros futebolistas, armados em intelectuais, não querem colocar sobre os seus ombros a responsabilidade de assumirem um comportamento pessoal correcto, em termos sanitários, nesta fase crítica da nossa sociedade. Pretendem que outros assumam as responsabilidades que só a eles cabem: a de tomarem conta de si próprios!

      O que a DGS está a exigir, é a assinatura por parte de todos os futebolistas, de um "termo de responsabilidade" igual ao que cada um de nós, obrigatoriamente, terá de assinar, sempre que for submetido, seja no SNS, seja em instituições privadas de saúde, SEMPRE que tiver de ser submetido a uma qualquer intervenção cirúrgica: que tem conhecimento dos riscos e que assume a sua parte! Nada mais que isso...

      Por não ser materialmente possível colocar de pé um edifício desta natureza em todos os restantes escalões do nosso futebol e em todas as restantes modalidades desportivas, é que as épocas foram dadas como terminadas. Perante a compreensão e condescendência das autoridades para com a nossa I Liga, face ao impacto que tem na sociedade que somos, vêm agora "meia dúzia de iluminados" colocar areia na engrenagem, apenas para se armarem aos cágados, pondo em causa o esforço de muitos milhares e milhares de boas vontades. Se a estupidez fosse música, eles certamente seriam trombones!!!...

      Assim é que a situação deverá ser explicada e entendida! O resto serão "peaners", como diria o outro!...

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    2. Ele acha, e bem, que não há condições para se jogar futebol. E vai ser obrigado a jogar e querem responsabilizá lo por isso. E o Álamo discute peaners...

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  2. 99% de razão a todos que não queiram jogar nestas condições!
    100% de razão a todos os que nem queiram jogar!
    Hoje mais 19 mortes e 234 novos casos...tenham respeito e não embarquem em futebois! Respeitem ainda todo o outro desporto incluindo algum futebol que forçosamente e muito bem deu por terminada a época! A saúde publica e o preservar das vidas humanas estarão por certo acima de um qualquer jogo de futebol,rasco,reles,e mentiroso...que é aquele que assistimos em Portugal!

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    1. Quer-me parecer que essa teria sido uma posição absolutamente legítima, se tivesse sido adoptada pelos jogadores no seu conjunto, através do respectivo Sindicato, antes do "combóio" da Federação, Liga e Governo ter iniciado a viagem que conduziu à decisão de terminar a temporada. Estiveram todos calados a receber os seus salários e agora é que se lembraram de todos os perigos que o caro Fernando aponta?! Acho mal...

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    2. Respeito a sua opinião, mas com os maiores dos respeitos, esta é a minha...ainda bem que assim é não podemos estar sempre todos de acordo, ou este mundo seria amorfo, sem um bocadito de picante ou sal, eu sei,eu reconheço que o futebol traz-nos um pedaço de tudo isto(Picante,Sal)mas caramba se isto não melhorar...quando não se pode,não se pode! SL Álamo !

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    3. Creia que o compreendo muito bem, caro Fernando! Eu próprio, que a princípio cheguei a ter uma posição bem próxima, face a este terrível cataclismo que nos assolou, analisando as possibilidades abertas por uma intervenção decisiva em boa hora adoptada pelos nossos governo e autoridades de saúde, mudei a minha opinião no sentido de que estaremos em condições de permitir o regresso de toda a nossa economia ao caminho da normalidade. Isso traduzir-se-à, inevitavelmente em benefícios para todos nós, com o arranque de toda a nossa economia e porque não, do nosso futebol. Tomadas as devidas cautelas, e o povo a que pertencemos tem sido exemplaríssimo, vale a pena tentar que a carga que todos já tivemos que suportar, não seja tão pesada. Como António Costa diz e bem, como sempre, se não soubermos merecer este novo rumo que escolhemos, voltaremos atrás! Por mim, estou disposto a correr o risco. O povo a que pertenço deu-me uma lição que nunca mais esquecerei! Somos um povo CIVILIZADO!!!...

      Permita-me o caro Fernando acrescentar, que como autor de Leoninamente, sem vaidades bacôcas e despropositadas, que nunca farão o meu perfil, tenho alguma noção da importância, pela presença constante e assiduidade ao longo destes dois meses, de cada postal que aqui é publicado. Daí o cuidado que sempre coloco na publicação de cada questão que escolho para aqui trazer. Creia que nunca será de ânimo leve que aqui será publicada cada opinião, cada crítica, cada apelo! E continuarei assim, de modo a contribuir para que para todos nós, portugueses e sportinguistas em especial, continuemos a ser dignos de Portugal e do Sporting. Para que todos nós, portugueses e sportinguistas sejamos sempre capazes de oferecer ao nosso País e ao nosso Clube, o melhor de nós mesmos!...

      Calorosas SL.

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    4. Não há nada civilizado no retorno do futebol nesta época. Há loby. Só.
      ver as desigualdades e duplicidades de critérios gritantes.
      Correr riscos aqui nada tem a ver com a "economia nacional" nem "retoma nacional" nenhumas. Heroicidade então nem vê-la.

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