O bem português
Envergonha-me que os italianos tenham pedido ajuda e que não a tivéssemos dado quando mais precisavam.
«Não é só gostar dos italianos: eu seria incapaz de gostar de alguém que não tivesse uma grande ternura pelos italianos.
É um alívio que o coronavírus esteja a abrandar na Itália. Comoveu-me o cuidado que os italianos tiveram - até os mais aflitos - de avisar os outros países, instigando-os a proteger-se mais cedo do que eles puderam. É por isso que me envergonha que os italianos tenham pedido ajuda e que não a tivéssemos dado quando mais precisavam.
Tudo isto da solidariedade e da entreajuda é mais antiga do que a conversa dos "coronabonds". Não é só a União Europeia que está em causa: é a Europa. Nem é só simpatia e admiração. Aprendemos muito com os italianos, tanto no pretérito como no presente do verbo.
Foi a Itália que assustou Portugal. Os nossos médicos identificam-se com os italianos. Há até um certo complexo de inferioridade na questão - mas quem não é inferior aos italianos? E haverá maiores peritos em complexo de inferioridade do que nós portugueses?
Pensámos “se é este inferno em Itália, imagine-se o que vai ser em Portugal. Sendo eles mais ricos, populosos e experientes do que nós, a nossa única maneira inteligente de reagir é fazer como eles fazem, com a vantagem de estarmos mais atrasados na pandemia”.
Assim fizemos, porventura com o zelo acrescido do bom aluno. Nunca percebi qual era a vergonha de ser bom aluno. Vergonha é não reconhecer e não agradecer os bons professores que se teve.
Ainda bem que não caímos na asneira de tentar uma via original para o coronavírus, daquelas “bem portuguesas”.»
(Miguel Esteves Cardoso, Opinião Corona vírus, in Público, hoje às 05:30)Tudo isto da solidariedade e da entreajuda é mais antiga do que a conversa dos "coronabonds". Não é só a União Europeia que está em causa: é a Europa. Nem é só simpatia e admiração. Aprendemos muito com os italianos, tanto no pretérito como no presente do verbo.
Foi a Itália que assustou Portugal. Os nossos médicos identificam-se com os italianos. Há até um certo complexo de inferioridade na questão - mas quem não é inferior aos italianos? E haverá maiores peritos em complexo de inferioridade do que nós portugueses?
Pensámos “se é este inferno em Itália, imagine-se o que vai ser em Portugal. Sendo eles mais ricos, populosos e experientes do que nós, a nossa única maneira inteligente de reagir é fazer como eles fazem, com a vantagem de estarmos mais atrasados na pandemia”.
Assim fizemos, porventura com o zelo acrescido do bom aluno. Nunca percebi qual era a vergonha de ser bom aluno. Vergonha é não reconhecer e não agradecer os bons professores que se teve.
Ainda bem que não caímos na asneira de tentar uma via original para o coronavírus, daquelas “bem portuguesas”.»
Julgo que não terão sido apenas os italianos a mostrar-nos o caminho. Certo que foram os primeiros mas, ainda que o nosso povo insista em dizer que dali, "nem bom vento, nem bom casamento", as lições que teremos recolhido bem aqui ao lado, também terão sido determinantes...
Penso todavia que MEC estará a esquecer a recente e solidária 'gratidão' do 'repugnado' António Costa para com espanhóis e italianos. O seu a seu dono embora, de facto, de facto, e quando a procissão ainda agora parece ir no adro, com as barbas dos vizinhos a arder, o que seria de nós se não tivéssemos optado por...
Colocar as nossas de molho?!...
Leoninamente,
Até à próxima
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