segunda-feira, 27 de abril de 2020

'Bora te beio, ó "maçon"!!!...


Obrigações sem reembolso

«Como aqui se antecipava há duas semanas, o FC Porto não tem dinheiro em caixa para a 9 de junho proceder ao reembolso de 35 milhões de euros em obrigações que vendeu aos investidores em 2017. Vai por isso pedir que estes dêem à SAD um prazo máximo de 12 meses para pagar.

Foi já convocada uma assembleia de obrigacionistas para 19 de Maio, neste caso virtual, para que estes aprovem a proposta de alargamento do prazo. O que é expectável que aconteça, já que os investidores preferem receber dentro de um ano do que não receber de todo. E sempre ficam mais 12 meses a ganhar uma taxa de juro de 4,5%. O voto, antecipado, terá de ser feito por via electrónica ou postal.

Em regra, os clubes pagavam o reembolso com uma nova emissão, mas a pandemia deu cabo dos planos da administração do FC Porto, que foi apanhada sem um plano B. O administrador financeiro da SAD, Fernando Gomes, reconhece ao jornal "O Jogo" que "o momento é demasiado incerto" para tentar uma operação, que se falhasse colocaria a SAD às portas da insolvência.

Sim, da insolvência. Por aqui se vê que o assunto é sério e fica à vista o que tem sido a gestão financeira no Dragão. Fernando Gomes garante que os salários e despesas mais comuns "estão assegurados para os próximos meses". Que alívio...

O FC Porto não é o primeiro a ser forçado a adiar o reembolso. A estreia coube ao Sporting e a Bruno de Carvalho. A crise profunda em que o clube estava mergulhado e que se agravou depois do ataque à academia de Alcochete não permitiu que a SAD fosse ao mercado conseguir financiamento para reembolsar 30 milhões de euros em obrigações a 25 de maio de 2018.

A solução na altura passou também pelo adiamento, em seis meses, do prazo de maturidade. Só na segunda assembleia os obrigacionistas aprovaram a proposta da SAD, depois de na primeira não ter existido quórum. O Sporting voltou ao mercado em Novembro, já com Frederico Varandas, mas a emissão não chegou ao montante pretendido: ficou-se pelos 26,2 milhões. O clube teve de conseguir financiamento alternativo para o restante.

Estes casos deixam sequelas. Com dois empréstimos adiados, a confiança dos investidores neste tipo de emissão já não é mesma. Não depois de tomarem o gosto ao risco que encerram. Também por aqui se vê que as taxas de juro com que os investidores se deixam seduzir, e que no actual contexto parecem fantásticas, na verdade não pagam a probabilidade de a coisa correr mal.

Como hoje salientava Record, o FC Porto fica com 70 milhões para reembolsar até Junho de 2021, só em obrigações. Mas depois destes desaires, recorrer aos pequenos investidores para obter financiamento deverá ser mais caro ou mesmo impossível. Com as portas dos bancos encerradas, as SAD perdem mais uma alternativa de financiamento. Porque não é só o seu nome que é posto em causa, é também o dos bancos que montam estas operações e colocam as obrigações junto dos seus clientes.

Agora é preciso recuperar a confiança. E isso só se consegue com contas certas e uma folha limpa na relação com os investidores.
(André Veríssimo, director do Negócios, in Record, hoje às 16:22)

E quem nos diz a nós que a 19 de Maio, na próxima assembleia de obrigacionistas da F.C. Porto SAD, não aparecerá por lá um "trolha" qualquer, com um maço de obrigações na mão, a perguntar "Se os contratos não são para cumprir"?!...

'Bora te beio, ó "maçon"!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

Sem comentários:

Enviar um comentário