terça-feira, 21 de abril de 2020

Estou farto de "trolhas" no futebol português!!!...


A prestação da discórdia

«O Sporting falhou o pagamento de duas prestações, relativamente ao pagamento do preço da compensação ao Braga, pela revogação do contrato do Rúben Amorim. Vieram os iluminados do costume verberar esta atitude, qualificando-a como de incumprimento culposo, tanto mais que o Sporting tinha recebido uma tranche do preço da transferência do Bruno Fernandes.

Falando com clareza, cabe referir, antes de mais que o Sporting não se colocou numa situação de incumprimento; outrossim limitou-se a invocar um preceito legal, que permite, entre outras coisas, a modificação equitativa de um contrato, quando as circunstâncias em que as partes fundaram a sua vontade de se vincular, sofreram uma alteração superveniente, imprevisível e não coberta pelos riscos próprios do contrato.

Ou seja, não é como diz o presidente do Braga, que os contratos são para cumprir, pelo que o Sporting está em ‘default’. Nunca foi dito, em Alvalade, que o Sporting não ia pagar ao Braga, o preço da indemnização, o que acontece é que, face a essa alteração de circunstâncias, os pagamentos têm de ser reescalonados, com base em acordo, ou na falta dele, pelo tribunal, na base de juízos de equidade.

Acho no mínimo paradoxal que o presidente do Braga, à luz da situação excepcional que se vive, renegoceie com o seu plantel profissional, um corte provisório nos salários, mas não aceite que essa situação excepcional também exista para outros, que lhe têm de pagar.

E a questão do dinheiro do Manchester United é irrelevante, porquanto, tal como o Braga, a gestão tem de fazer face a um conjunto de pagamentos, numa conjuntura em que não há receitas e, portanto, há que ratear as disponibilidades.

O que incomoda, no meio disto, é alguma hipocrisia que campeia, numa altura em que deveria existir solidariedade e coesão. Espero que prevaleça o bom senso e que este assunto não se converta num contencioso entre os clubes, porque no momento actual, o futebol dispensa mais novelas. Já basta a Covid!»
(Carlos Barbosa da Cruz, advogado, O Canto do Morais, in jornal Record, hoje às 17:39)


Ora aqui temos, finalmente, um jurista, a colocar os pontos nos is numa questão em que sempre tive, exactamente a mesma posição e que, apenas porque não sou jurista, nunca ousei vir para aqui "largar postas de pesada" com vi fazer a tanta gente por aí, incluindo, infelizmente, alguns sportinguistas, tão leigos na matéria quanto eu, mas mais destravados que os papagaios e presumindo ainda mais seriedade do que a que exigem à mulher de César!...

O "caso" é mais claro e límpido do que a água do Mondeguinho na Estrela! Se o trolha lá de Braga, não o vê assim, que peça o monóculo emprestado ao Bom Jesus e olhe para ele com olhos de ver! Se não aceita as explicações dadas com tempo e elegância pelo Sporting, nem a intenção deste em acordar um novo esquema de pagamento de uma dívida que reconhece, tem bom remédio: os tribunais não servem para outra coisa!...

Grande "canto" do Carlos Barbosa da Cruz!

Estou farto de "trolhas" no futebol português!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

5 comentários:

  1. A argumentação estaria muito certa, não fosse o pequeno pormenor do acordo ter sido feito a 5 de Março, com a previsão do primeiro pagamento ser feito a 6 de Março, antes da situação de calamidade ser declarada. Depois disso ainda se jogou uma jornada e ainda se jogaram competições europeias.
    Claro que agora só resta ir para Tribunal e alguém há-de pagar... os juros respectivos.
    Agora o que poucos duvidam é que este "não pagamento" cheira a batotice... e, no fim, não duvido que vai sair bastante mais caro que os juros e prestações a pagar. A credibilidade perde-se rapidamente, mas custa muito a recuperar.

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    1. O Zé Manel ultrapassa até o Miguel Poiares Maduro que diz desconhecer o texto do acordo entre clubes. Ninguém conhecerá o texto do acordo. Nem a CMVM, que deve ter ligado tanto ao comunicado do Braga como eu ligo aos discursos do Ventura. Mas o Zé Manel conhece e a falta de pagamento do Sporting até lhe "cheira a batotice! Se fosse o Benfica seria algo de muito inteligente e demonstração de sublime gestão!...
      Cuidado com o barrote que tem à frente dos olhos, Zé Manel! Se fossem "favas contadas" o "trolha" já tinha colocado uma acção em tribunal. Mas tem medo, sabe Zé Manel? Tem medo que o tribunal, face ao "estado de emergência em vigor", dê razão ao Sporting! Aguardar para ver o que irá acontecer, será sempre mais saudável do que vir para aqui sempre com palpites fundamentalistas! Já cheira mal essa obstinação, esse odiozinho de estimação mal disfarçado! O que vale é que a sua raiva não é contagiosa! Chamar-lhe-ia 'raiva de galinha' e essa, nem comichão dá!...

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    2. Não se esqueça que a credibilidade se perde com muita facilidade, e é difícil de recuperar. Numa próxima negociação talvez entenda o que quis dizer.
      Aliás, não foi por acaso que Varandas andou a levar negas pela contratação de treinador. Até houve um que lhe disse que "não estava para treinar um clube de malucos".
      E quem fez esta revelação (numa TV) não fui eu...

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    3. Começo a ficar preocupado! O Zé Manel acaba de acertar noutra! O Sporting, entre 2013 e 2018, era um "clube de malucos"! Até eu, note bem, e com desesperada amargura o confesso, devia estar completamente apanhado do meus pobres neurónios, quando votei por três vezes consecutivas na pior solução que alguma vez aconteceu em Alvalade. Mas acontece. No seu clube também aconteceu Vale e Azevedo! Ninguém está livre de cometer erros desta natureza! Adolf Hitler também foi eleito pelo povo! E Trump! E Bolsonaro, e por aí adiante!!!...
      Hoje, felizmente, o Sporting não é um "clube de malucos"! Aqueles que o dirigem, poderão ter cometido, certamente cometem agora e hão-de cometer erros no futuro. Todos nós erramos! Mas entre "erros e loucuras", a distância será sempre ENORME!...

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  2. Meus amigos, quando ouvi a frase do António Salvador a dizer " os contratos são para se cumprir ", primeiro fiquei estupefacto e a verificar se não era uma piada do RAP ou d Bruno Nogueira, mas quando vi que era a sério, foi hilariante, estive horas a rir-me. Se há pessoa no mundo, que não deveria falar sobre o cumprimentos dos contratos, era o Sr. António Salvador, por razões sobejamente conhecidas da sua via pessoal e empresarial. Este sujeito tem a sorte de estarmos ainda no confinamento, senão já tinha à porta muitos credores para lhe exigirem o que lhes é devido...se os contratos são para se cumprir… isto toca a todos, até ao Sr. Salvador, não é verdade?

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