terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dentro de um círculo de giz !...

 
 
O Sporting de hoje continuou a decepcionar pela acumulação de erros sobre erros. Ao chorrilho de asneiras que a equipa cometeu em campo, pareceu terem-se somado os erros do seu técnico, que começa a passar para o exterior uma mensagem de um cinzentismo surpreendente. O jogo de Moreira de Cónegos confirmou uma já antes visível e notória incapacidade, para delinear os caminhos da recuperação e incuti-los na mente dos atletas que comanda, assim como ratificou eventuais erros de casting na escolha do onze titular, que antes já vinha evidenciando.
Como se o cenário dentro de campo não fosse suficiente para descoroçoar o mais indefectível adepto, lembrou-se a claque sportinguista - a sua ligação a qualquer das claques oficiais pouco interessará - de apresentar, bem visível nas bancadas, uma tarja que referia "ídolos zero, apoio zero"! Mais um tremendo erro do Sporting, que de tão pobre, nem comentários me merece.
Pouco mais haverá a dizer de nova noite para esquecer. A aproximação ao terceiro lugar, saldou-se num miserável pontinho, que deve ter feito o "salvador" esfregar as mãos de contente. Está tudo a correr de feição aos mentores da bipolarização do futebol português.
Fora dos relvados, Godinho Lopes continua um homem só e nem sombra de alguma sombra que lhe pudesse dizer como se faz aquilo que não sabendo, pretende aparentar fazer crer que sabe. E o Sporting vai caminhando em busca da fórmula da quadratura do círculo de giz em que se enclausurou: nem encontra a fórmula e, qual peru tonto, deixa-se amarrar por uma miserável e inofensiva figura circular, desenhada a branco no chão. E chamamos nós estúpidas às galinhas, que passam um dia inteiro a procurar na rede que as cerca uma saída, quando a porta aberta está lá ao fundo. Pobre Sporting, em que mãos caíste!...
Vou dormir, que o meu mal é sono.
 
"Um peru, segundo se diz, metido no centro de um círculo traçado a giz no chão, se julga irremediavelmente priosioneiro dele. Um dia, achei que devia correr para a liberdade, saltando o risco de giz. Cortei as amarras que me prendiam a todas as convenções sociais e a esse manso comodismo dos hábitos. Dei o salto... E agora, moendo e remoendo experiências recentes, comparando-as com as antigas, chego à conclusão de que a vida não passa de uma sucessão numerosa de círculos de giz concêntricos. A gente salta por cima de um apenas para verificar depois que está prisioneiro de outro e assim por diante. É a condição humana."
(Erico Verissimo, em Saga)
 
Leoninamente,
Até á próxima

2 comentários:

  1. a rapidez com que se avaliam as capacidades de um treinador é para mim bem mais preocupante que o que dizem meia dúzia de energúmenos que ninguém leva a sério.

    ResponderEliminar
  2. Caro "isso agora",

    Com quase um mês de trabalho, preocupante será, do meu ponto de vista, a manutenção do estado crítico a que chegou a equipa, antes da chegada de Vercauteren. Seria razoável constatar ao fim deste tempo, algumas alterações, ainda que insuficientes, no comportamento táctico da equipa. Infelizmente nada me foi dado verificar que aponte nesse sentido, assim como me surpreende a insistência em alguns jogadores e o "afastamento" de outros.
    Desde a chegada de Vercauteren que acreditei na sua caapacidade, já que não seria um técnico qualquer que conseguiria os títulos que já conseguiu. Julgo serem humanas e compreensíveis, em vez de preocupantes, estas minhas interrogações sobre o trabalho que desenvolveu.

    ResponderEliminar