A menos de 48 horas do jogo que poderá decidir a continuação do Sporting na Liga Europa, muitas dúvidas assaltarão os adeptos sportinguistas sobre a forma como Frank Vercauteren armará a equipa para "comer" o chocolate suiço: trincá-lo com sofreguidão e gulodice ou deixá-lo derreter lentamente na boca, saboreando devagar e tranquilamente o seu sabor. Inclino-me mais para a segunda solução, tendo em conta uma série extensa de pormenores que não aconselharão a primeira.
A começar pelas ausências de Boulahrouz e Schaars, que naturalmente significarão menos segurança e equilíbrio em termos defensivos. Vercauteren optará muito provavelmente por Xandão e Rinaudo e até que por aí não virá muito mal ao mundo. Serão jogadores diferentes, naturalmente, a quem o técnico recomendará muita concentração táctica e uma reduzida ou mesmo nula assumpção de riscos, particularmente no facilitismo que o primeiro costuma exibir e na impulsividade atacante que é característica do segundo e que Manuel Fernandes já veio a terreiro criticar, se calhar com alguma razão. O futebol europeu será bem mais matreiro que o sul-americano e é imperioso salvaguardar sempre o veneno do contra-ataque adversário, que pode matar muitas ilusões.
Nas laterais, Cedric e Insua serão as soluções naturais e Rojo completará o quarteto defensivo, com Elias a voltar a ser, na minha opinião, o jogador que fará variar a estrutura táctica da equipa, desdobrando-a entre o 4x1x3x2 e o 4x2x3x1, conforme as incidências da partida.
È bem provável que entre as permanentes dúvidas físicas de Izmailov e o espírito de sacrifício e discernimento revelados por Pranjic, o croata venha a ser o preferido por Vercauteren para a posição 10. Também aqui me quer parecer que o rendimento da equipa pouco sofrerá, se é que, tendo em conta os 90 minutos, não será mesmo superior.
Nas alas estarão com muita margem de certeza Carrillo e Capel e Wolfswinkel, com dedo ou sem dedo, estará no centro do ataque.
Na dinâmica que Vercauteren imprimir à equipa, estará a resposta sobre a forma que entenderá como mais adequada para saborear o chocolate. Mas tendo em conta o estado anímico que encontrou no plantel, será de prever que prefira a segurança ao risco e o futebol apoiado e ligado por linhas próximas, aos lançamentos longos e a procura desenfreada do golo. Ele terá perfeita consciência da importância de que se reveste este encontro, para correr riscos desnecessários.
A nós adeptos, pouco mais restará que assistir a este jogo com a paciência que ele exige e esperar que, independentemente do modo, acabemos por "engolir" o chocolate.
Leoninamente,
Até à próxima
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