terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Será que é tempo de Roger Spry regressar a Alvalade ?!...

Roger Spry - Uma legenda
Ao período dourado e galvanizador que a equipa do Sporting atravessou, consubstanciado em tantas vitórias consecutivas, sucedeu-se uma verdadeira descida aos infernos que terá terminado - poucos o garantirão!... - com a vitória sobe o Beira Mar, mais fruto de contingências várias, que alicerçada em melhorias substanciais  na produção do jogo colectivo ou na subida generalizada do rendimento físico e anímico dos jogadores.
E o que a princípio soou como ligeiro e sintomático murmúrio da decepção reinante no universo leonino, tem vindo a transformar-se, paulatina e inequivocamente numa tomada de consciência que começa a ganhar forma em grande parte dos adeptos sportinguistas: algo de importante estará a falhar na vertente da preparação física e anímica do plantel !... Supostamente, não estará tanto em causa a estagnação táctica da equipa ou a sua incapacidade de resposta perante as estruturas superdefensivas dos adversários e o seu mais profundo conhecimento sobre as potencialidades que permitiram a senda vitoriosa que empolgou e trouxe, porventura exageradamente, a euforia que chegámos a viver. O que verdadeiramente estará a acontecer, poderá passar pela importante vertente da preparação física e mental do plantel.
Nos últimos dias, muitos sportinguistas mais esclarecidos, que partilham esta corrente de opinião, tem vindo a terreiro defender esta tese. Que outro motivo terá levado os responsáveis pelo site sportinguista "Porta 10-A" a tornar actual, uma entrevista ao ex-responsável pela disciplina de treino físico e mental do Sporting, campeão e saudoso Roger Spry, concedida há já tanto tempo?!... E o que terá levado Pedro Ramos, editor principal do site sportinguista "Sporting Apoio", a aventurar-se em pleno "Inverno Quente Sportinguista",  a esta fantástica e elucidativa entrevista, onde tanto as perguntas quanto as respostas, exibem um endereço preciso e insofismável?!...
Roger Spray foi e continua a ser um visionário! Os seus métodos abalaram os brandos costumes do "status quo" instalado no futebol português, habituado ao comodismo de fazer hoje o que ontem e sempre foi feito!... Ele acabou com as queixinhas "amaricadas" e os rebolões pela relva, índicios de "morte iminente", que terminam com um amarelo "concedido" pela "amostra" de árbitros que fizerem e continuam a fazer, vida e fortuna neste Portugal de "papalvos". Em sua opinião, a melhor bofetada que um jogador de futebol pode dar à entrada violenta e assassina de um seu adversário, é levantar-se de imediato e olhá-lo nos olhos dizendo-lhe, sem abrir sequer a boca, "és muito frágil e pequeno para conseguires colocar-me fora de combate" !...
Roger Spry acabou, nas equipas que preparou, com os "amaricados" rebolões pela relva a caminho da morgue e com os "inteligentes" piscares de olho ou polegares levantados, exibidos pelos "moribundos" transportados nas macas para fora do relvado, que nem as atletas do futebol feminino alguma vez pensam imitar. Inculcou em centenas e centenas de praticantes de futebol, a sã mentalidade com que um desporto de puro contacto deve ser praticado, honrando a sua origem e a forma com que ainda hoje é entendido na pátria que o deu ao Mundo. E mais do que isso, deu alegria aos treinos que conduziu, deu música e mística aos seus atletas e deu faixas, muitas faixas de campeões aos adeptos das cores que defendeu.
Regressando ao nosso Sporting, temo que o espírito visionário e revolucionário de Roger Spry, ande ausente há muito tempo da nossa Academia e do nosso Estádio. Temo que os técnicos nas áreas em que Roger Spry dominou e fez escola, se tenham aburguesado e estabelecido "pactos de não agressão" com as bolinhas de cristal que hoje se dizem jogadores de futebol. E, ironicamente ou não, os jogadores que hoje mais honram e defendem a gloriosa camisola do Sporting, sem o conhecerem ou alguma vez terem visto, parecem respirar a "saúde" que Roger Spry incutia nos seus discípulos.
Consta que Roger Spry terá sempre as malas prontas para viajar para Portugal. Ama este país, onde lhe nasceu uma filha que até fala fluentemente português e o Sporting ter-lhe-à ficado no coração. Será que é tempo de regressar a Alvalade, nem que seja para "ensinar" aos acomodados técnicos de hoje , que a "dolce vita" em que se atolaram e estão a fazer mergulhar um clube com as tradições e ambições do Sporting, não conduz à glória ?!...

Leoninamente,
Até à próxima

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