segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Quão nefastos podem ser o veludo e o medo !...


Categoria, veludo e medo!...
André Santos foi uma das revelações da nossa Academia, onde chegou com 10 anos vindo do Lourinhanense, tendo-se sagrado campeão pelo Sporting em todos os escalões da formação.
Sobre ele relata a enciclopédia leonina, "WikiSporting":

Médio muito versátil, capaz de jogar a trinco ou nas posições mais avançadas do meio-campo, fez toda a sua formação no Sporting onde chegou vindo das escolas do Lourinhanense, quando tinha apenas 10 anos de idade, tendo sido Campeão em todos os escalões, tornando-se presença assídua nas selecções jovens do nosso País.
Ao ser promovido a sénior foi emprestado ao Fátima da Liga de Honra, e seis meses bastaram para que subisse mais um degrau na sua carreira, transferindo-se para o União de Leiria, onde sob o comando de Manuel Fernandes contribuiu para a subida de divisão daquele clube.
Na época seguinte estreou-se na 1ª Liga e foi totalista ocupando uma posição de destaque na equipa do Leiria, ao ponto de na reabertura do mercado o Sporting ter tentado fazê-lo regressar a Alvalade, mas como o contrato de empréstimo não contemplava essa possibilidade, os leirienses não o deixaram sair, adiando o seu regresso que se concretizou na época de 2010/11.
Sob o comando de Paulo Sérgio, soube aproveitar a oportunidade resultante da lesão de Pedro Mendes, e assumiu a titularidade na posição de trinco. Os seus desempenhos foram de tal forma convincentes, que mesmo após o regresso do seu experiente companheiro, continuou na equipa, embora numa posição mais adiantada no terreno, acabando por no final do ano de 2010, ser distinguido com o Prémio Stromp na categoria Revelação
Estreou-se na Selecção A no dia 29 de Março de 2011, entrando aos 75m de um jogo particular disputado em Aveiro, em que Portugal derrotou a Finlândia por 2-0.

Com a vinda de Domingos Paciência para o Sporting e a contratação de Fabián Rinaudo, André Santos viu o seu lugar tapado pelos fantásticos atributos do argentino. Nada que me surpreendesse.
Sempre admirei as fantásticas potencialidades futebolísticas de André Santos e sempre enalteci as suas qualidades humanas. Mas nunca deixei que a cegueira clubística me ofuscasse a capacidade crítica, a ponto de não querer ver o que sempre esteve bem à vista: André Santos era um menino de veludo e carregado de medos e vícios de formação específica.
Menino de veludo, porque nas missões defensivas que são atribuídas a um trinco, nunca demonstrou a agressividade que caracteriza qualquer bom executante naquela missão específica e muito menos evoluiu no sentido correcto de a adquirir.
Carregado de medos e vícios de formação, porque quando chegava a hora, depois da equipa recuperar a posse de bola e dever lançar o ataque, André com a bola nos pés, por recuperação própria ou endosso de companheiros mais atrasados, nunca foi capaz de assumir a coragem necessária para partir para a frente, construir jogo ou lançar companheiros. Sistemáticamente, ou atrasava para o central que estivesse mais próximo, ou dava uma volta sobre si mesmo - terá aprendido com Rochemback ou Veloso?!... - e a jogada, naturalmente, perdia todo o efeito surpresa e permitia a recuperação posicional do adversário.
Vezes sem conta trouxe aqui essas características nefastas para André Santos e para o Sporting, aconselhando-o, subrepticiamente, a pôr os olhos em Fito Rinaudo, de modo a estar preparado quando o argentino não pudesse dar o seu contributo à equipa. E cheguei a publicar um artigo, aqui, onde referia a necessidade de Domingos Paciência fazer dele, André Santos, um homenzinho. Claro que nunca pretendi pôr em causa a maioridade ou dignidade de André Santos como homem. Utilizei, tão só, uma expressão popular portuguesa que retratava a absoluta necessidade que ele tinha de evoluir como futebolista profissional de leão ao peito.
Nem queiram saber as críticas, quase ferozes, que recebi de muitos sportinguistas em geral e em especial de alguns - poucos felizmente - que julgava mais próximos e amigos. Calei a minha mágoa, coloquei ponto final na minha cruzada de salvação de André Santos e esperei a resposta no futuro.
Ela aí está, dolorosa, mas inevitável, como pode ser comprovado por esta local, que refere a possibilidade de André Santos poder estar de saída do Sporting ainda no decorrer da presente abertura de mercado.
É que nada na vida acontece por acaso. Daniel Carriço foi colocado a trinco porquê?!... Renato Neto foi recuperado ao Cercle Bruges porquê?!... E foi convocado e titular no jogo com o FCP, apenas 12 dias depois de regressar ao Sporting, porquê?!...
Infelizmente eu estava certo!... Oxalá a carreira de André Santos possa sofrer a reviravolta que a sua categoria implora e venha um dia a regressar ao Sporting, feito um verdadeiro homenzinho. Como eu tanto quis que Domingos Paciência conseguisse. Quão nefastos podem ser no futebol, tanto o veludo, como o medo !...

Leoninamente,
Até à próxima




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