Hoje, num blog sportinguista que muito aprecio, O Cacifo do Paulinho, um dos seus autores que também muito admiro, Cherbakov, coloca entre outras, a questão de Domingos Paciência vir a utilizar André Santos no lugar do infortunado Fabián Rinaudo. E adjacente a essa bastante provável escolha, coloca, quase cirurgicamente, outra questão, cuja pertinência, do meu ponto de vista, se revela absolutamente crucial na análise ao nosso trinco: "... Conseguirá (Domingos) fazer de André Santos um homenzinho?!..." (link).
Desde sempre fui, sou e serei defensor acérrimo dos atletas formados na nossa Academia e da sua inclusão selectiva, ponderada, programada e nunca precipitada no plantel principal. Porque somos o Sporting e esse percurso natural está e estará sempre no nosso ADN. Mas já levantei aqui muitas vezes o dedo acusador para muitas coisas que entendo não estarem a ser convenientemente tratadas na nossa escola. Parece-me que vertentes, como a formação do carácter dos nossos jovens, a compreensão sobre a dimensão e o respeito sagrado que lhes deve merecer a instituição que os acolheu, a elementaridade das regras comunicacionais que lhes devem nortear toda a carreira e a aquisição, na área técnica específica do desporto que praticam, de princípios base que obedeçam a uma matriz sportinguista, onde estejam reflectidos sistemas e táticas de jogo, "fair-play", disponibilidade, competitividade, agressividade, raça, garra, querer e vontade indómita de vencer, estarão a ser profundamente descuradas e menorizadas.
Assistimos a exemplos repetidos de atletas das nossas escolas que, publicamente e particularmente nas redes sociais, assumem sem respeito e sem o mínimo decoro, afeição desde os partos que os trouxeram ao mundo, por clubes rivais, sem que de imediato lhes seja mostrada a clara opção entre respeito e não reincidência e a porta de saída. Assistimos a uma perigosa e terrível criação e exponenciação da ideia de vedetismo estéril e fácil como destino único do seu trajecto de atletas, representando o Sporting, quase nunca um fim, mas apenas e tão só, mero trampolim. E assistimos finalmente, a uma cristalização deprimente de vícios técnicos e tácticos e de muitos outros "atributos" que acabarão por definir inexoravelmente e pela negativa as respectivas carreiras.
Sem colocar alguma vez em causa a honorabilidade de André Santos e com a certeza absoluta de que Cherbakov em "Cacifo do Paulinho" também não o pretendeu, também me questiono sobre se Domingos Paciência conseguirá fazer dele um homenzinho. Porque, para além da exibição dos já evidenciados - na Academia, U. Leiria e Sporting - atributos superiores de caráter, dimensão humana e de capacidade técnica, André Santos pouco mais mostra em campo.
Quando depois da chegada de Rinaudo ao Sporting, esse talentoso jogador começou a ser massacrado pelos media e pela arbitragem, com o epíteto de jogador violento, eu afirmei aqui a defesa intransigente de Rinaudo continuar a ser como sempre foi, um grande jogador e nunca violento. E que quando as contingências do seu jogo determinassem qualquer impedimento, André Santos ocuparia naturalmente a sua posição. E aconselhei este a abrir bem os olhos e apreciar o trabalho de Rinaudo e copiar-lhe tudo de que fosse capaz. A julgar pelo que André Santos fez ontem e noutros jogos para que Domingos Paciência o chamou, não seguiu esse conselho nem outros que porventura já lhe chegaram. E continua medroso ou indolente, sem fibra, sem raça, sem garra, sem querer, sem determinação e muito longe dos limites que em todos os jogos o seu companheiro superiormente evidencia. E custa ver um jogador com os seus atributos técnicos, acomodado e nunca mais dar o salto para o patamar que todos nós desejaríamos. Por isso estou com Cherbakov - e porventura muitos outros sportinguistas estarão - sobre se Domingos será capaz de fazer dele um homenzinho!...
Leoninamente,
Até à próxima
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