Cada dia que Domingos Paciência passa à frente da equipa sénior do Sporting Clube de Portugal, mais se elevam a admiração, o respeito e a consideração que desde a primeira hora me mereceu.
Disseram-me muito três factos que ontem ocorreram em Alvalade. Em primeiro lugar, a sua contenção na celebração dos dois golos do Sporting. Significou respeito pelo clube que ainda há meia dúzia de meses soube levar, com categoria e merecimento, à final da Liga Europa. De que não teve retorno, face à verborreia descabida dos responsáveis bracarenses no final do jogo. Nem teve paralelo, quando um detentor da "Bola de Ouro", que havia comido a sopa na formação leonina, desatou aos saltos no banco milanês, quando o Inter marcou em Alvalade.
Em segundo lugar, os cumprimentos e abraços que recebeu de quase todos os seus antigos pupilos, que no final do jogo a ele se dirigiram para lhe manifestar a estima e o aplauso. As imagens foram suficientemente elucidativas da grandeza de todos e em particular de Domingos Paciência.
Em terceiro e último lugar, a resposta que deu na conferência de imprensa, sobre a sorte que muitos jornalistas atribuiram ao Sporting, na obtenção desta vitória. Domingos deixou falar o coração e falou como qualquer leão falaria, perante o achincalhar "jornaleiro" do mérito com que os jogadores sportinguistas conseguiram a eliminação do adversário: com uma contida, bem medida mas manifesta e inequívoca dose de indignação, desmistificando a miopia dos enfeudados e sectários homens e mulheres dos media e lembrando-lhes que o mais insignificante pormenor de oportunidade, posicionamento e eficácia, resulta quase sempre de um tremendo e persistente trabalho. O tom voluntarioso e quase indignado que utilizou, disse-nos como Domingos Paciência sente hoje o nosso grande amor que é o Sporting!... E nenhum salário que lhe possa ser pago no final de cada mês, será alguma vez recompensa suficiente para este e outros gestos com que nos vai brindando. Que todos os sportinguistas saibam enfatizar e contabilizar estes gestos, porque a vida de um clube, como a vida de qualquer um de nós, é feita de altos e baixos e a ingratidão, jamais deverá ser atributo que qualquer sportinguista possa alguma vez utilizar na voragem e nas vicissitudes do tempo. Nunca me hei-de cansar de aplaudir os fantásticos adeptos do Manchester United. E nunca perderei a esperança de ver repetida no meu querido Sporting, a gloriosa saga de sir Alex Ferguson naquele clube. Chamem-me louco, lunático e "todos os nomes" que a ficção de Saramago vos possa ter sugerido. Eu continuarei a pensar no orgulho que sentiria dentro de mim, se algum dia fossemos capazes de construir um edifício, se não igual, pelo menos semelhante.
Leoninamente,
Até à próxima
Assim aconteça estimado Álamo. Aconteça o que acontecer o Domingos reúne a simpatia e estima de quase todos os seus adeptos. É um mérito. Não se vêem problemas, quezílias, não precisa de levantar a voz, e os seus jogadores respeitam-no.
ResponderEliminarTenhamos o resto que é indispensável: bom futebol e resultados. Merece-o ele, porque em 2 épocas em Braga ficou muito perto de ganhar 2 importantes troféus sem que no fim os tenha conquistado e, merece-o o Sporting, que precisa de voltar às conquistas. Os 3 últimos anos parecem 30. Foi há demasiado tempo já.
Um abraço grande.