De cabeça levantada e pés no chão !... |
Ontem assisti a um programa de análise de futebol na SportTv, em que esteve presente José Peseiro entre outros comentadores, onde o antigo treinador leonino expressou a sua convicção de que no seu tempo, o grau de exigência com que trabalhou no Sporting, foi sempre incomparavelmente reduzido em relação ao que deveria ter sido e que a situação actual lhe parece absolutamente igual àquela com que foi confrontado.
José Peseiro treinou uma das últimas equipas do Sporting que me deu prazer de ver jogar! Não ganhou nada, mas esteve quase! E nunca mais estivemos quase!... Terá falhado pela brandura disciplinar. Ainda me lembro de ler os lábios de Fábio Rochenback, numa substituição mais que merecida, e invectivá-lo a "tomar no ...", e nada se ter passado depois. Se Peseiro tivesse dito ao presidente que um dos dois protagonistas teria de sair, teria ganho uma equipa e quem sabe se o campeonato. Não o fez e ficou pelo caminho com o "quase"!... Mas terá sido o único culpado?!...
Dizem os "experts" na análise dos acontecimentos históricos, que a História nunca se repete!... Penso que para além de um terrível chavão, a afirmação é uma inverdade completa. Inclino-me muito mais para que a História não é mais que uma constante repetição: de acontecimentos, de erros e de consequências. E o grave será que muito do que aconteceu ontem, não sirva de lição para a construção de um amanhã melhor.
Quando assisto às palavras brandas de Godinho Lopes e Luís Duque, subjacentes ao descalabro a que vimos assistido nos últimos jogos, lembro-me do profundo significado das palavras que ontem ouvi da boca de José Peseiro. E lembro-me de outras situações em outros clubes, em que, alegada e subrepticiamente, os responsáveis costumam irromper pelos balneários adentro e desancar a torto e a direito nos "artistas", sem que uma única palavra ou gesto desencadeado saia cá para fora e constitua primeira página ou abertura de tele-jornal.
Chamem-lhe o que quizerem, mas eu não vejo outra coisa que não sejam puras manifestações de exigência. A exigência que Peseiro nunca viu no Sporting e que todos nós continuamos sem ver. O que vemos é "cabeças levantadas e pés bem assentes no chão" na hora de confirmarem os depósitos bancários a tempo e a horas, dos seus estratosféricos ordenados. O resto, a justificação com trabalho, empenho, raça e garra, daquilo que o clube lhes paga, cada dia vemos menos. Estão a voltar a Alvalade, não o Sporting que tanto desejávamos e as vitórias do nosso contentamento, mas os hábitos burgueses que desgraçaram o clube e lhe retiraram o orgulho, a mística e o lugar de top que já foi nosso.
Faltam poucas horas para recebermos o simpático, mas simples, desorçamentado, tecnicamente pobre e limitado Moreirense, para a 2ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga. O Sporting de outrora despachá-lo-ia com uma goleada monumental. O Sporting de hoje, "com a cabeça levantada e os pés assentes na relva(?) de Alvalade", vai andar aflito para conseguir os 3 pontos, fundamentais para prosseguir na prova depois do comprometedor empate conseguido "à rasca" perante o modesto Rio Ave. No final virá o Domingos queixar-se do árbitro, das lesões, da febre dos jogadores, da sorte do jogo e da equipa que não entrou bem no jogo. E Godinho Lopes e Duque virão dizer que em Olhão é que vai ser...
Haja paciência e Paciência!... Mas haja sobretudo exigência. Muita exigência!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário