quarta-feira, 11 de maio de 2022

Nem depois de sangue derramado!...


Justiça e futebol

«Ainda muito haverá para saber sobre as razões que banharam de sangue os festejos do título do FC Porto. Manuel Rodrigues, ilustre quadro da PJ, hoje aposentado, disse na CMTV que, neste caso, não parecem verificar-se os contornos da ‘Noite Branca’, onde grupos rivais se bateram pelo controlo dos negócios mais escuros da noite do Porto. Também nesse caso histórico, que este comentador televisivo, Manuel Rodrigues, investigou no terreno, com a coragem e o rigor que são seu timbre, vários caminhos iam dar à claque dos Super Dragões.

Vamos ver como se desenvolve este caso que, ao contrário do sopro de fontes policiais, embebidas no espírito pantanoso que sempre quer as águas paradas, dificilmente se resumirá a um único jovem da claque, como esfaqueador mortal de outro membro da mesma claque.

É mais do que tempo para a justiça tirar as luvinhas de pelica e perder os complexos de superioridade com que tem decidido os casos de violência com génese em membros de claques. Basta lembrar o caso do pai do miúdo agora preso, quando, em 2017, agrediu com gravidade um árbitro. Não questiono a brandura da sentença que lhe ditou 11 meses de pena suspensa, mas sim a penalização acessória de uns ridículos 11 meses de interdição de presença em estádios de futebol. Por que não 11 anos? Ou afastamento definitivo? É com estes sinais da justiça que se vai cozinhando um perigoso caldo de violência e impunidade.

Apesar dos piores sinais virem do Porto – onde chega a gerar-se a percepção de captura de forças policiais e restantes meios da justiça, nas malhas destes fenómenos grupais –, também Lisboa não tem sido exemplar na punição de casos graves com origem nas claques. Basta lembrar como terminou o assalto a Alcochete, com as acusações mais graves a caírem na fase de julgamento. Instigador e cabecilha, absolvidos.

No plano desportivo, o Benfica-FC Porto foi um espectáculo medíocre, com os portistas a travarem o ritmo e os benfiquistas sem qualidade para ultrapassar a barreira adversária. Tudo espremido, fica um golo anulado por dois centímetros e o golo que valeu com uma falha flagrante de Taarabt no seu confrangedor passo de passeio.

Como bem lembrou Sérgio Krithinas, neste jornal, já há campeonatos onde se convencionou uma faixa cinzenta dentro da qual se considera que o atacante está em linha. É um avanço que contribuirá para a celeridade das decisões. E essa faixa cinzenta pode perfeitamente ter 15 ou mesmo 20 centímetros. Simples e eficaz!»

Nem depois de sangue derramado!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Tenho um orgulho muito grande em ser português...
    Em ser cidadão de um País que tem na sua História "tantos e tão grandes homens ..."
    Mas sinto uma vergonha imensa, na maneira como é (ou melhor como não é...)administrada a justiça...
    Portugal é um País, onde "se premeia com a impunidade"...
    Os maiores corruptos, que "não permitem" uma distribuição equitativa da riqueza (porque a mesma não estica...)...
    Onde os assassinos e ladrões, "são premiados" com sentenças irrisórias. que parecem ser ditadas "para gozar com o normal cidadão..."
    onde os violentos "se passeiam impunemente"...como se o normal de uma sociedade...
    "Fosse agredir, apunhalar... matar a tiro..."
    Quando é que teremos realmente em Portugal...
    Leis que levem a juízo (em tempo útil) os prevaricadores...
    Que se julgados e condenados...devam cumprir penas de acordo com os crimes cometidos...?
    Vergonha de (alguns) políticos
    Vergonha de (alguns) Juízes...
    Que infelicidade a nossa...

    SL

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    1. Pois é meu amigo, mas quando virmos Ministros, Juízes, Presidentes da Câmara a conviverem com dirigentes, fora da lei, nos seus camarotes, que é que vai acreditar na justiça desportiva?

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