«Renan, Tiago Ilori, Idrissa Doumbia, Eduardo Henrique, Battaglia, Rafael Camacho, Pedro Marques, Pedro Mendes, Sporar, Luiz Phellype e Slimani. Não fosse o excesso de jogadores ofensivos e o Sporting até poderia apresentar este onze na próxima época pois todos eles têm contrato com os leões e, em conjunto, apresentam um custo superior a 10 milhões de euros anuais em massa salarial. O problema é que não entram nas contas de Rúben Amorim, e uma das missões prioritárias de Hugo Viana será encontrar uma colocação para estes jogadores ou, em último caso, acertar a rescisão contratual para baixar o prejuízo.
Todos os processos são distintos, e enquanto há jogadores para os quais até poderá ser relativamente fácil encontrar uma solução, existem outros que se poderão revelar mais problemáticos. No topo da lista está Slimani que chegou em Janeiro e ainda tem mais um ano de contrato com o Sporting, mas Rúben Amorim foi claro em afirmar que o futuro não passa por Alvalade, uma decisão na qual contou com o apoio total da direcção. O problema é que o internacional argelino tem 33 anos e um vencimento líquido de 1,6 milhões de euros, um montante que diminui em muito o leque de clubes disposto a recebê-lo. O jogador por enquanto encontra-se na Argélia à espera de uma nova chamada para a selecção enquanto mantém a forma com a ajuda de um preparador físico. Até à data surgiram rumores do interesse dos sauditas do Al Hilal e do Fenerbahçe que está a negociar com Jorge Jesus. Foi justamente com JJ que o avançado atingiu o seu pico de forma, mas só poderá ser uma solução caso o técnico assine. Contudo, mesmo nesta situação, a situação será analisada pelo clube turco pois na lista Jesus está também o benfiquista Seferovic, um concorrente de peso. Recorde-se que em 18/19 o ponta-de-lança já representou o Fenerbahçe, por empréstimo do Leicester, tendo então disputado 25 jogos oficiais e marcado cinco golos...
Contratações falhadas
Quando tomou posse em 2018, Frederico Varandas tinha pouco dinheiro em caixa e uma formação a viver um momento de instabilidade bem espelhada na eliminação da equipa B. Mediante este cenário, a direção foi obrigada a apostar em jogadores de baixo custo oriundos de ligas menos competitivas como sucedeu com Tiago Ilori que jogava no Reading do segundo escalão do futebol inglês, e Idrissa Doumbia que representava os russos do Akhmat Grozny. Estes dois reforços implicaram um investimento superior a 6 milhões de euros, e não se conseguiram impor em Alvalade. Na última época, o central alinhou no Boavista e o médio nos belgas do Zulte Waregen, mas ambos sabem que não entram nos planos de Rúben Amorim em 2022/23 apesar de terem contrato válido até Junho de 2024. Juntos têm um peso anual de quase dois milhões de euros brutos no bolo salarial dos leões, e caso a SAD não consiga transferir novamente o seu passe, o cenário mais provável passa por novas cedências.
Igualmente problemática é a situação de Rafael Camacho que chegou à Academia oriundo do Liverpool em 19/20, e assinou um contrato válido por cinco épocas. Além dos cinco milhões de euros que o Sporting pagou ao clube inglês, o extremo ainda garantiu um vencimento de aumento progressivo que já atinge 1,6 milhões de euros limpos. Aos 22 anos, o atacante continua a ser um jovem com margem de valorização e progressão, mas as lesões que sofreu na última época ao serviço do Belenenses SAD impediram-no de jogar regularmente dificultando assim uma nova colocação. A saída para um clube estrangeiro afigura-se como a saída mais provável e, dado o salário, é provável que também seja novamente emprestado.
Quatro avançados com vínculo
Rúben Amorim já pediu à direção a contratação de mais um avançado que possa colmatar a saída de Slimani, pois considera que os atacantes ligados ao clube não possuem as características para os esquemas táticos que pretende implantar. Luiz Phellype (OFI Creta), Sporar (Middlesbrough), Pedro Mendes (Rio Ave) e Pedro Marques (Famalicão) continuam vinculados e esperam por instruções em relação à nova temporada. Sporar aufere um salário anual bruto de dois milhões de euros, e a solução passava pela sua transferência para o Middlesbrough, que acabou por não se concretizar, uma vez que o clube do norte de Inglaterra falhou o acesso à Premier League. A contratação do internacional esloveno implicou um investimento de 7,5 milhões de euros, e a prioridade em Alvalade ainda é recuperar este valor no defeso. À partida Luiz Phellype, Pedro Mendes e Pedro Marques terão menos dificuldades de colocação pois têm vencimentos consideravelmente mais baixos.
Renan passou dois anos a treinar
A situação de Renan Ribeiro ilustra bem os problemas que os clubes enfrentam quando as partes se extremam. O guardião está há dois anos sem disputar qualquer jogo oficial pelo Sporting, mas durante a época continua a deslocar-se diariamente à Academia para treinar. O guardião ainda tem mais um ano de contrato, e é possível que aproveite a próxima janela de mercado do futebol brasileiro para resolver a sua situação. Aos 32 anos, o guardião tem sido sondado frequentemente para voltar ao Brasil, mas as ofertas que recebeu não igualavam o salário anual de 1,2 milhões de euros brutos que aufere em Alvalade. As partes também já reuniram para acordarem a rescisão, mas nunca foi alcançado um consenso e a situação mantém-se inalterada. Certo é que este defeso será a última oportunidade para a SAD reaver algum do investimento efectuado pois, em Janeiro, o atleta fica livre para escolher o seu futuro.
Numa situação semelhante está Rodrigo Battaglia que foi cedido ao Maiorca sem cláusula de opção, e corre o risco de ter de voltar a apresentar-se na Academia se entretanto não encontrar uma solução. O internacional argentino recebe 1,8 milhões de euros brutos por ano, um valor que o coloca no topo das prioridades na lista de saídas. Resta abordar a situação de Eduardo Henrique que passou os últimos meses na Arábia Saudita, ao serviço do Al Raed. Com mais dois anos de contrato, o brasileiro também deve prosseguir a carreira fora de Portugal.
Gonzalo Plata e Jovane
Dois casos distintos são Gonzalo Plata e Jovane, dois jogadores do plantel principal, mas acabaram por sair para poderem jogar com maior regularidade. Conforme Record avança na edição de hoje, o internacional equatoriano tem-se destacado no Valladolid, e caso o clube assegure a subida a La Liga vai tentar segurá-lo por um valor abaixo dos 10 milhões de euros que constam na cláusula de opção. Neste caso convém assinalar que se trata de um jogador com presença garantida no Mundial do Quatar, mas do qual o Sporting só detém 50% do passe.
Já Jovane Cabral foi cedido à Lazio, em janeiro, mas não alcançou os objetivos que obrigavam o clube transalpino a ficar com o seu passe a troco de oito milhões de euros. O extremo até tem sido utilizado com frequência por Rúben Amorim, mas nunca conseguiu manter o nível exibicional que lhe garantisse a titularidade no Sporting. O atacante termina contrato em junho de 2023, e a direcção leonina começa a perder margem de manobra no processo.
O Sporting inicia a época 22/23 a 27 de Junho, e o mais provável é que a maioria destes processos continue em aberto. Se este cenário se verificar, uma vez mais, a maioria destes jogadores terá de apresentar-se em Alcochete onde treinarão à parte até haver o tão esperado fumo verde.
(João Soares Ribeiro)
Eis aqui porventura a missão mais difícil para Hugo Viana! Aliviar a SAD de uma carga salarial quase obscena, não deverá ser tarefa nada fácil. Veremos dentro de um mês se a situação já apresenta significativas melhoras!...
10 milhões é muito dinheiro!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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