O médio nipónico pode funcionar como 6, 8 ou até 10, devido à sua capacidade de leitura, intensidade de acções e qualidade técnica. Tal como Rubén Amorim gosta nos seus médios, Morita no Santa Clara dividiu o papel entre a posição 6 e 8, num sistema que usou várias vezes dois médios de grande pulmão no centro do terreno.
Se lhe for entregue uma missão meramente defensiva ou mais relacionada com o papel de um típico 6, cumpre, mas torna-se menos eficaz até porque fisicamente não é tão possante quanto Ugarte ou Palhinha. É um jogador que embora não seja pequeno, não tem no jogo aéreo uma característica forte.
É na posição de 8 que tem oportunidade de expor as suas melhores características. Morita é um médio bastante eficiente, inteligente e evoluído tecnicamente. As recepções são quase sempre orientadas para a tarefa seguinte. Consegue sair de espaços apertados com relativa facilidade por ter uma técnica de nível considerável e com isso consegue lançar a equipa para o ataque de forma rápida e eficaz. É muita vez visto a conduzir a bola até atrair e fixar os adversários para depois soltar no momento certo para o colega de equipa que se encontra em vantagem perante a marcação. Quem se deu muito bem com esta característica de Morita foi Lincoln que como criativo acabava muita vez por usufruir de espaço criado através da acção do japonês. Algo que poderemos ver a acontecer com Pote, Edwards e talvez… outro reforço que chegue para o lugar de Sarabia.
À partida, não irá desempenhar o papel de 10 no Sporting até porque é uma posição que Amorim não usa nos homens do meio campo, porém, pelas soluções técnicas que dispõe, pela visão de jogo e tomada de decisão poderá pressupor-se que também esse posicionamento seria desempenhado com sucesso.
Embora o pé direito seja o dominante, Morita consegue utilizar bem o pé esquerdo para receber, passar curto ou longo e até rematar. Graças a esta característica de quase ser ambidestro e de executar as suas acções com velocidade, consegue resolver muitos problemas até recorrendo a alguns malabarismos pontuais mas que se revelam soluções de recurso eficazes para sair de zonas de pressão.
Depois de no Verão passado a transferência para o Fenerbahçe ter falhado, parece que irá chegar ao Sporting pela porta grande depois de mais uma época de grande qualidade ao serviço do Santa Clara. Uma solução de qualidade, que parece encaixar no jogo de Rubén Amorim, relativamente barata e de mercado interno.»
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