segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Não há tropa que resista à expressão de "looser" de um "general"!...


LOPETEGUI, JESUS E O 'TOP PLAYER'

«Ter o melhor plantel era a grande vantagem do Porto em relação ao Benfica e Sporting quando se iniciou a época. Não havia quem o contestasse e apesar de se contraargumentar com o estatuto de bicampeão do Benfica e com o 'efeito Jesus' no Sporting, o raciocínio apontava invariavelmente para a mesma conclusão: o Porto tem melhor plantel, é o grande favorito ao título.

Quase cinco meses depois ninguém dirá que o Porto tem pior plantel que os rivais e até ainda se admitirá (como Jesus, por exemplo) que é favorito, mas levantam-se sérias dúvidas sobre se Lopetegui será capaz de concretizar essas vantagens. E a questão que se coloca (como já se colocava na época passada) não tem a ver com o conhecimento ou a competência do técnico mas sim com uma questão muito simples: será ele capaz de fazer deste Porto uma equipa ganhadora, uma equipa campeã?

Convenhamos, não será só no Dragão que se faz essa pergunta, mas a ela larga franja de adeptos portistas responderá de forma exclamativa: não. Outros, reconhecerão méritos a Lopetegui, mas mantêm reservas. Muitos confiam que a qualidade dos jogadores resistirá a todos os equívocos. Alguns agarram-se à convicção que a 'estrutura' manterá o barco na rota certa.

O italiano Marcelo Lippi, em entrevista à Gazzetta dello Sport, afirmou: "O verdadeiro 'top player' hoje em dia é o treinador". Apesar de vivermos na era de Ronaldo e Messi, o certo é que o nível dos jogadores (sob o ponto de vista técnico, físico e de compreensão do jogo) anda cada vez mais próximo pelo que a diferença é feita por quem tem uma ideia e sabe como levá-la à prática. Neste sentido, Jesus está entre aqueles que Lippi catalogou como 'top player', Lopetegui não. Pelo menos por enquanto.»
(António Magalhães, Entrada em Campo, in Record)

Com o devido respeito pela opinião que António Magalhães expõe na sua crónica, penso que terá usado de uma certa e benévola cortesia para com outro treinador que, a meu ver, de modo algum evidencia capacidade para ter e muito menos implementar a tal ideia de jogo que Jorge Jesus de modo tão evidente demonstra ter e saber implementar.

Jorge Jesus disse recentemente que dos inúmeros colegas de profissão que dentro da respectiva área técnica vão olhando para o jogo que se desenrola à sua frente, muito poucos serão capazes de se aperceber daquilo que efectivamente estará a acontecer à sua equipa. Por isso acabam por ser tacticamente "comidos de cebolada", por isso exibem nos momentos cruciais de cada jogo aquela expressão que um dia ouvi Rui Calafate a apelidar de... "loosers" e que hoje não passa despercebido a nenhum jogador dentro do campo, os tais jogadores cujo "nível sob o ponto de vista técnico, físico e de compreensão do jogo" é cada vez mais elevado... 

E não há tropa que resista à expressão de "looser" de um "general"!...

Leoninamente,
Até à próxima

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