segunda-feira, 31 de outubro de 2022

"Temos claro o que queremos fazer"!...

Rúben Amorim: «Estamos a falhar no que é ser equipa grande»
Treinador do Sporting aborda falta de consistência

«Rúben Amorim fez esta segunda-feira a antevisão do jogo com o Eintracht Frankfurt, um encontro da última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, que se disputa amanhã, em Alvalade, a partir das 20 horas, e que é decisivo para definir o futuro do Sporting na Europa esta época.

Empate é suficiente com o Eintracht. Quão perigoso pode ser pensar assim? O que espera dos adeptos? 
"Nem falámos em empate, temos de vencer porque temos de ter noção do momento em que estamos, qualquer bola que vai à nossa baliza dá golo. Importante é não sofrer golos. Esse factor vai entrar na cabeça dos jogadores apenas nos últimos minutos. Podemos contar com dois resultados. No início do jogo seria um erro pensar no empate. Temos de vencer e jogar bem. Em relação aos adeptos, espero a mesma recepção de sempre. Não estão contentes com os resultados, fazem bem em não estar, porque a exigência tem de ser outra".

Eintracht tem de entrar para vencer. Facilita a estratégia do Sporting? 
"Não há vantagem alguma. Sabemos que podemos contar com dois resultados, mas no início isso não terá impacto. O Eintracht, desde o último jogo connosco, mudou o sistema, voltou ao ano passado, espera mais as equipas. Deu-se bem com isso, voltou às raízes, lá tivemos um Eintracht que nos pressionou em cima e depois aproveitámos o espaço. É uma equipa completamente diferente. Marcam muitos golos na liga alemã. No início não terá influência, no fim logo veremos se faremos alguma adaptação ou se lemos o jogo e percebemos que é melhor segurar um ponto. Mas no início temos de pensar em ganhar senão não passamos à fase seguinte".

Apuramento pesa na possibilidade de continuar? 
"Nada. Faço a avaliação se sou a pessoa certa para o futuro do Sporting. Podemos falhar ou não objectivos, mas todas as épocas começamos do zero. A única avaliação é ter a noção da exigência do clube. Principalmente se sou a pessoa certa para seguir no clube. Farei essa avaliação no final. Gosto de assumir as minhas responsabilidades. O factor mais importante que trouxemos foi a exigência, sem qualquer tipo de desculpa. Se é boa na parte boa, na parte má temos de sofrer as consequências. Os oitavos não mudam muito. Diz mais do treinador, se somos consistentes a ganhar às equipas que não têm o mesmo valor do que nós e não temos tido essa capacidade. Na Champions vamos à luta contra equipas com outros orçamentos. Estamos a falhar no que é ser equipa grande, ter consistência. A minha avaliação tira de parte a Liga dos Campeões. Em jogos grandes conseguimos fazer o que é preciso".

Futuro comprometido sem a Champions? 
"Acho que vamos passar, não vou responder já a essa pergunta. Não entra na minha cabeça".

O que se pode tirar de positivo destas fases menos positivas? 
"Acho que os adversários estão com mais dificuldades em parar-nos, porque criamos mais oportunidades. Temos de arranjar forças onde for. O futebol é mesmo assim. Há coisas boas nos maus momentos, aprendemos com eles, mas não há muita coisa a tirar. Não sou apologista de que temos de sofrer para crescer. Temos de viver com as coisas como elas são. Podemos estar a falhar objectivos, mas o clube em si está mais fortalecido e tem mais futuro".

Golos de bola parada? Preocupam? 
"Essa é a parte mais fácil de perceber. O trabalho tem sido o mesmo, toda a equipa técnica tem feito um trabalho exaustivo como fazia noutras épocas. É olhar para a equipa e olhar que saindo o Palhinha, o Matheus e o Feddal, trocando por outros jogadores que foram opção nossa para mudar a qualidade do jogo, isso retira muita altura e agressividade no ar da nossa equipa. Nunca tivemos tantos jogos sem o Seba [Coates]. Relembrar que nunca tivemos tantos jogos sem o Paulinho. Às vezes temos só os baixinhos. Se não aumentarmos a agressividade, e nisso podemos ser muito melhores, um jogador pode ter 2 metros mas podemos empurrá-lo sem falta, é o que fazem ao Seba. Temos culpa nesse problema da equipa, mas não há como substituir uma equipa que era muito grande por uma equipa muito mais baixa. Esses factores têm de ser acautelados, não o foram pelo treinador porque olhou para o jogo de outra forma".

Ansiedade na hora de finalizar? 
"Não sei explicar… Não acho que seja falta de confiança. Lembro-me que o Porro falhou uma em rotação e ele tem sempre muita confiança. O Nuno Santos tem uma que quer meter a bola por cima, isso revela confiança. O Pote falhou uma em frente à baliza que não é normal, o Arthur uma sem guarda-redes… Falta-nos convicção, confiança na convicção. Há qualquer coisa no ar que se sente, não sei explicar. No ano em que fomos campeões sentia-se que algo ia acontecer, agora sente-se o contrário. Isso muda com os resultados, não com conversas ou vídeos".

Abordou possibilidade de renovar com o presidente? 
"Não vou estar a comentar. Sei que tenho muita confiança por parte da direcção, mas num clube tão grande isso não é suficiente. Vamos ver. Temos de encarar isto como é. Temos de ganhar, passar a eliminatória e cumprir o objectivo. É isso que vamos fazer".

Pote no meio ou Mateus Fernandes? 
"Nesta fase não vou dar nada, peço-vos desculpa. Haverá fases melhores em que vos vou dar tudo. Jogará lá um jogador de acordo com as caraterísticas que achamos melhores para o jogo".

Jogadores mal preparados fisicamente? 
"O Benfica tem mais jogos, utiliza os mesmos e tem melhores resultados. Melhor treinador na parte do Benfica, melhor preparação dos jogadores. Ainda não tenho essa capacidade. Daí olhar para os meus e entender que precisávamos de energia para aquele jogo. Eu entendi de uma forma, o treinador do Benfica entende de outra. Se olharmos para os resultados vemos uma clara diferença na qualidade dos treinadores".

Número de lesões inédito. É só porque causa do calendário ou houve falta de preparação? 
"É relembrar as lesões. Alguma foram traumáticas, o St. Juste tem-se lesionado porque não fez pré-época e torceu um pé. O Neto tem uma lesão traumática no joelho, não podemos … O Porro, que está ali, há uma ou outra vez pela sobrecarga de jogos e pela potência e forma como ele joga, tem alguns problemas. Não podendo rodar sempre, temos as lesões. Não é o departamento médico, é a nossa preparação. Fazemos o mesmo que noutros casos. Já falámos que eu tinha escolhido um plantel curto e não tínhamos quase lesões e aguentámos calendários altos. Há coisas que não controlamos, sequências que não controlamos e jogadores que estão em fadiga e lesionam-se. Um jogador pode ter lesões por problemas pessoais… é ter convicção no que fazemos e não tenhamos a sensação de que quando está tudo bem, está tudo certo, e que quando as coisas correm mal, está tudo errado. Temos tido um ano mais difícil de lesões e há que encarar com normalidade".

Alguma vez pensou abdicar dos 3 centrais? 
"Não. Eu penso muito mais em mudar o sistema quando é preciso, quando estamos bem. Quando estamos mal temos de voltar às raízes e saber o que fazemos. Acredito muito no nosso sistema. Às vezes são 3 centrais, outras são 4 defesas, depende de como pressionamos. Temos o Reis de um lado e o St. Juste do outro, podemos fazer uma variação para 4 defesas. Na pré-época não tivemos o St. Juste e isso mudou por completo o planeamento. Nunca tive ideia em mudar porque podemos fazer muito com as peças que estão.

Mercado pode mudar consoante a passagem, ou não, na Champions? 
"É uma coisa boa do nosso momento. Temos claro o que queremos fazer e não mudamos consoante os resultados. As competições onde estamos inseridos mexem com o número de jogadores, mas a nossa ideia não é procurar assim ninguém no mercado. Temos a paragem do Mundial, este ano é atípico porque há uma espécie de pré-época a meio. O que posso dizer é o que digo sempre, neste momento na minha cabeça não está 'vamos chegar a Janeiro para investir neste e naquele'. Queremos apostar em jogadores jovens para rentabilizar. Não somos parvos, sabemos os jogadores que são atractivos no mercado, temos de salvaguardar essa situação. Não vamos alterar por nada".»
Por Ricardo Granada

"Estamos a falhar no que é ser equipa grande", mas...

"Temos claro o  que queremos fazer"!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Mais uma conferência de imprensa, mais um chorrilho de tretas. Sabe, vai fazer (sou teimoso q.b., eu é que a sei toda) o Benfica assim, o treinador do Benfica assado.

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