A aliança que o futebol precisa
«Numa semana em que os três grandes pintaram toda a beleza que o futebol pode ter pelos estádios da Champions, seria bom que os responsáveis do futebol português percebessem, de uma vez por todas, que sem paz e serenidade não há futuro. Sem paz e serenidade nas bancadas, onde não devem estar arruaceiros, onde não podem existir produtos de pirotecnia, onde não deve reinar o fanatismo, o ódio e o crime organizado, o futebol não tem futuro. Pode ter a mesma beleza que Benfica, FC Porto e Sporting levaram aos relvados esta semana, mas nada disso interessará se uma família, um grupo de amigos, não poder assistir pacificamente a um jogo.
Os acontecimentos que causaram a ruptura entre a direcção do Sporting e um grupo de indivíduos que diz ser claque do clube, devem ser entendidos como um problema de todo o futebol português e não apenas da direcção de Frederico Varandas.
A batalha que o Sporting vem a travar por um futebol pacífico, decente e sério, deve ser acompanhada por todos os que defendem uma indústria saudável, solvente e respeitável. Deveria ser apoiada por um acordo mais alargado, com outros clubes, instituições responsáveis pela gestão do futebol, outras entidades, adeptos que defendam o direito de ir ver os jogos sem serem ofendidos e agredidos. Deveria enquadrar uma aliança pela paz no futebol, contra o ódio. Se a tutela política do futebol, através de um governo, serve para alguma coisa, esta não será a menos relevante.
Os clubes que pensam num futuro para lá de cada jogo, de cada campeonato ou eleição, devem empenhar-se nessa batalha contra os vândalos que se escondem atrás de uma bandeira. Contra esse poder mafioso que é transversal a muitos clubes e que vê nas claques dos clubes a melhor forma de impor uma lógica criminosa contra gente de bem e a comunidade em geral.
Quem conseguir juntar-se a esta batalha, quem perceber que esta também é a sua batalha, e que ela passa por acabar com formas enviesadas de pagamento da protecção que as claques garantem aos seus cúmplices nas SAD, nas direcções ou presidências, estará a dar um passo decisivo de civilidade e de futuro para uma indústria que não merece ser tão maltratada. É certo que um futebol que apoia regimes antidemocráticos como a Rússia e o Qatar, palcos de dois Mundiais de má memória na simples eleição dos locais da sua realização, não tem grande legitimidade moral. Mas esse é o futebol de cúpulas corruptas, parte delas expurgadas em tempo, que são a outra face criminosa da mesma realidade das claques. Uns e outros não são bem vindos ao futebol que alimenta uma das mais intensas paixões populares.»
"Um bandido será sempre um bandido"! E os alhos sempre serão alhos, enquanto que os bugalhos jamais deixarão de ser bugalhos! Confundir uns com outros, poderá ser...
O maior erro de avaliação de um adepto!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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