O estado civil da culpa
«Não vislumbro o sentido do que Rúben Amorim disse, no rescaldo daquele percalço da Póvoa, que no Sporting a culpa não ia morrer solteira.
Eu acho que o momento no Sporting não é de apontar dedos, nem cobrar recriminações, nem encontrar carapuça para a culpa, outrossim o de fazer uma avaliação dos porquês desta fase adversa por que o clube está a passar. Sei que auto-flagelação e descrença são infelizmente ingredientes que animam a conversa passadista de alguns sportinguistas, mas recuso ir por aí.
Poderia questionar que o modelo subjacente à formação do plantel para esta época não surtiu efeito, quer pela extensão, quer pela composição para alguns lugares.
Poderia discutir contratações de jogadores, que não correspondem às expectativas, ou ainda nem sequer somaram os minutos esperados.
Poderia especular sobre a versatilidade táctica da equipa, muito rotinada no mesmo estilo de jogo, e para o qual já é conhecido o antídoto, como a eliminação da Taça amplamente provou.
Poderia mesmo, metafisicamente, procurar explicação para o síndroma dos jogadores experientes que falham nos momentos decisivos.
Tudo isso pode ser relevante, mas não nos ajuda a sair da fossa.
A martelada que levámos nos jogos contra o Marselha, aliada a alguns desempenhos pouco inspirados no campeonato, teve como desfecho que a equipa perdeu chama, confiança e vivacidade.
Por outras palavras: antes de mais a equipa deve ser recuperada psicologicamente, porque quem já alcançou o que alcançou esta época, não pode quebrar, nem deixar-se levar pelos agoiros de uma comunicação social sempre à espreita de crises no Sporting.
Para isso temos um treinador que saberá, melhor que ninguém desempenhar esse papel, como já o provou. Se é com os jogadores que têm sido utilizados ou com outros, a ele competirá escolher.
Não interessará casar a culpa, porque será sempre um enlace controverso; no Sporting onde vai um, vão todos, afinal somos todos culpados.»
Com estes é que eu me entendo!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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