«Enquanto o Benfica vai conservando eventuais jovens estrelas na sombra de jogadores como Darwin, FC Porto e Sporting vão fazendo a montra para o próximo mercado. Na equipa de Sérgio Conceição os jovens vão rodando sem aquecer o lugar no onze, mas aposto que quase uma mão-cheia tem mais minutos no primeiro-time do que Gonçalo Ramos. Porém, muito menos minutos do que os somados por Darwin. E isto é porquê? Por o Benfica ter uma especial afeição por estrangeiros? Enfim, esta constatação visa apenas abrir caminho para uma proposta: centremo-nos numa das grandes promessas do nosso campeonato. Ok?
Tiago Tomás já mereceu figurar na foto principal deste jornal, que é o mais vivo, independente e, como tal, prestigiado do panorama da Imprensa Desportiva nacional. E mereceu mesmo.
Se me é permitido puxar pelos galões de analista, aqui se escreveu logo na alba da presente época que o Sporting tinha dois jovens a bater à porta do onze de Rúben Amorim. Tiago Tomás e Nuno Mendes, durante o jogos de pré-temporada, deixaram sinais que o campeonato tratou de confirmar. Sobre Nuno Mendes escreveremos numa próxima semana (ainda não cumpri a promessa de aqui analisar Taarabt à lupa, não esqueço).
Agora, proponho que nos centremos em Tiago Tomás. Este miúdo tem um potencial extraordinário! Os terrenos preferenciais estão no centro e na meia-direita. Não querendo ser destrutivo para os técnicos que o trabalharam até agora, pergunto: o que lhe melhoraram que ele não tenha trazido do berço? Não se vê grande coisa.
Tiago Tomás, logo nos jogos iniciais em que deu nas vistas, pela sua excelente relação com a bola e com as dinâmicas que sente à sua volta, evitava presença na área em lances de bola parada. Ficava de fora para a lotaria dos ressaltos. Cheguei a pensar que era excesso de humildade e de sacrifício colectivo. Os últimos lances deixaram a nu uma deficiência técnica nos gestos de cabeceamento para golo que não é aceitável num miúdo já com vários anos de futebol.
Treinar cabeceamentos é fácil, a técnica melhora-se na exacta proporção das vezes em que se executa o gesto. Claro que Tiago Tomás poderá nunca chegar ao talento natural de um Jardel ou de um Águas. Ou de um Gomes. Mas é quase escandalosa a forma como este potencial craque coloca a cabeça à bola, em momentos de resposta a centros teleguiados.
Também a forma com que se vira para a esquerda, quando está de costas para a baliza, é tão deficiente que lembra o grande Drogba quando chegou às mãos de Mourinho.
Se o Sporting quer que este miúdo valha o que pode valer, precisa de o trabalhar. É inaceitável chegar já tão alto, com tais defeitos técnicos.»
"Branco é galinha o põe"! Quase tudo o que Rúben Amorim e a sua equipa técnica têm vindo a alcançar em Alvalade, corresponde a um quase inacreditável trabalho, de uma soberba riqueza e qualidade. Começam a faltar palavras que consigam traduzi-lo. Porém, como em tudo na vida, a perfeição será sempre uma meta difícil de atingir.
Os 43 minutos do último jogo dos leões vieram confirmar, contribuir e reforçar que no excepcional desempenho dos leões desde o arranque da temporada, haverá pelo menos duas lacunas que será imperioso trabalhar afincada e urgentemente: a primeira, exactamente, aquilo que ainda estará por fazer quanto ao apuramento do jogo de cabeça de Tiago Tomás; a segunda, que de há muito vem sendo apontada, a confrangedora ineficácia da meia distância dos jogadores leoninos. E tanto uma como a outra, todos sabemos quanta evolução poderão vir, rapidamente, a sofrer com esforço, dedicação e treino a sério, tanto por parte dos protagonistas directos, quanto por parte daqueles a quem incumbe a formidável responsabilidade de limar arestas! A qualquer destas duas situações parece a adaptar-se como uma luva a necessidade contida no título que Octávio Ribeiro escolheu para encabeçar estas suas crónicas: "De olhos na Bola"!...
Nem Tiago Tomás parece ter isso em conta na hora de enviar, com a cabeça, a redondinha para beijar o véu da noiva à guarda dos donos das balizas adversárias, nem Nuno Santos, Matheus Nunes, João Palhinha e até, pasme-se, Pedro Gonçalves por vezes, o farão, com os pés, uma boa parte das vezes que atiram de meia distância! Aparentemente, em tantos e tantos "inacreditáveis falhanços", parecem disparar de "olhos fechados"!...
Uma pecha que urge corrigir!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
E que tal...
ResponderEliminar“ Contratar” o Octavio Ribeiro...
Como treinador do TT...?
“ Não suba o sapateiro...além da chinela...”
Sporting Sempre...!
O Messi faz golos de cabeca? O tal menino que este adorava, um tal de felix, marcava golos de cabeça? Conversa para boi dormir tudo o que vem desta personagem. Tudo tem o seu tempo e timming e usar a palavra “inaceitável” neste contexto é pornografico. SL
ResponderEliminarO que o Octávio Ribeiro não refere é que a eventual deficiência do TT ao fechar os olhos quando cabeceia a bola é comum à generalidade dos jogadores de futebol (no comum dos mortais os olhos fecham-se automaticamente por reflexo quando algum objecto nos toca na fronte, gesto tão automático quanto os nossos olhos se fecham automaticamente quando adormecemos).
ResponderEliminarRaros são os jogadores que conseguem manter os olhos abertos quando cabeceiam a bola.
A este propósito, vale a pena lembrar de um velho depoimento de Pelé: Quando ainda era garoto, recebeu uma lição preciosa do pai, Dondinho: «Quando subir para acertar a bola, mantenha os olhos abertos».
Pelé sempre fez isso. Enquanto os adversários, por puro reflexo, fechavam os olhos poucos segundos antes de bater na bola, Pelé mantinha-os bem abertos. Assim, seguia a trajectória da bola, via a posição do guarda-redes e dos defesas e cabeceava a bola com mais certeza.
O problema é que por mais do que se treine, nem todos conseguem dominar este reflexo instintivo, bastando para o efeito analisar as fotos de inúmeros jogadores a cabecear a bola de olhos fechados.
Do que o Octávio Ribeiro se foi lembrar “para colocar a nu a deficiência técnica nos cabeceamentos do TT inaceitável num miúdo já com vários anos de futebol”.
Haja pachorra para aturar estes jornalistas lampiónicos!
É inaceitável que Octávio Ribeiro não tenha sido nomeado treinador de todos os jovens jogadores do Sporting ( e do mundo, quiçá) entre os 8 aos 28 anos. Os que treinaram TT até aqui eram umas bestas. Inaceitável. Mas que opinião mais labrega a deste Octávio Ribeiro. SL
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