Três juristas quatro opiniões
«Aqui há uns anos, numa conversa informal, um antigo presidente de um clube português dizia-me: “Se pedir opinião a três juristas diferentes, vai ter quatro opiniões”. As leituras que se fizeram do acórdão do TAD relativo ao caso Palhinha fizeram-me lembrar essa conversa. Quer pela interpretação dos diversos especialistas ouvidos por diferentes órgãos de Comunicação Social, quer pelas dúvidas geradas junto das partes interessadas: a decisão anula o quinto amarelo ou anula o jogo de castigo pelo quinto amarelo? Há, na forma como se aplicam as Leis, uma tendência para utilizar uma linguagem complexa e densa, quase sempre imperceptível à maior parte dos cidadãos (há quem diga que isso só é assim para justificar a existência de advogados). No caso concreto, o TAD elaborou um acórdão de 147 páginas e chegámos ao fim sem resposta clara a uma das perguntas mais importantes.
Independentemente da conclusão, que ainda está longe, o caso Palhinha está a ter um efeito de cascata na pirâmide da disciplina, obrigando a mudanças nos procedimentos do CD e, para já, com uma decisão que estabelece de forma mais clara os procedimentos de intervenção disciplinar sobre decisões erradas assumidas pelos árbitros. O que andámos para aqui chegar.»
A esta tendência que Sérgio Krithinas assinala nesta sua crónica, para um sector muito específico dos homens de leis em Portugal, que a si próprios se julgam ungidos por exclusivos santos óleos, "utilizar uma linguagem complexa e densa quase sempre imperceptível à maior parte dos cidadãos", permito-me eu, cidadão comum com a quarta classe obtida aos 11 anos, no longínquo ano de 1957 - escola antiga, sim senhor, com muito orgulho e vaidade! -, chamar de "diarreia pseudo-intelectual" e que talvez prefira até designar como "estupidamente intelectualóide"!...
Pelam-se e borram-se quase todas as criaturas ligadas à feitura, interpretação e uso das leis em Portugal, por fazer inacessíveis aos restantes cidadãos deste país aquilo que Leon Tolstói sempre defendeu: "A fala boa é sempre clara, inteligente e compreendida por todos"!...
Um desprezível álibi que nunca passará de ardilosa mas simples e mera...
Camuflagem de múltiplos complexos e incompetências!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Boa tarde.
ResponderEliminarVelho como sou, jubilado da minha actividade, vou acompanhando os seus comentários a que acho, na sua maioria, piada e bom gosto.
Não quero deixar de, em primeiro lugar, lhe chamar a atenção para a esperança que depositou na competência e isenção da actual presidente do CD. Falhou, ou falharam as informações que lhe terão passado, ou o seu carácter não se coaduna com a função para que foi designada/eleita.
A meu ver o que estará, aqui, em causa, não será desonestidade dela, mas alguma prepotência e barriga cheia: não aceita perder um recurso.
O recurso, ao invés do que vejo por aí dizer, é um instrumento essencial num estado de direito e visa evitar situações como a que está a ocorrer.
Para não tornar o comentário longo, de acordo com o que me foi possível tomar conhecimento, o acórdão do TAD deliberou que o cartão fosse retirado porque, como foi demonstrado, repôs a verdade dum facto que não ocorrera como fora julgado, tanto mais que o apressado e pouco esperto árbitro que quis cumprir a tarefa tão depressa que nem se acautelou, esperando outra situação mais dúbia e subjectiva que lhe permitisse cumprir a tarefa sancionatória encomendada. Perante os factos, acabou por dizer que se enganara e, portento, aplicara a sanção de forma errada.
Aqui chegados, a conversa que vai sendo debitada e gritada quer pelos "juristas" quer por cartilheiros de má-fé, não há que saber se é ou não suspenso, há que deixar o jogador com os quatro cartões e aguardar o próximo para cumprir a sanção acessória dum jogo de castigo. Mais difícil seria se, entretanto, tivesse sido admoestado, o que não aconteceu.
A conversa da aclaração não passa de conversa da treta.
"Deixá-los falar que eles Calalar-se-ão", como se dizia em tom de gracejo.
Mais havia que dizer, mas não quero maçá-lo.
Evito entrar nestas conversas, limito-me a lê-las nos blogs e digo-lhe que há cada idiota!....
SAUDAÇÕES LEONINAS
Muito grato ao FMDP pelo comentário que aqui nos deixou. Em meu entender, excelente, claro e inequívoco. Só que, como ambos sabemos, andará por aí muita gente que, não sendo, como o caro diz, desonesta, se revela no entanto incapaz de deixar de mostrar ao mundo as suas camufladas prepotência e/ou "chico-espertices", não tendo sequer pejo em evidenciar a proeminência das suas barrigas.
EliminarMas o mundo será mesmo como é e não como alguns de nós gostaríamos que fosse, fazendo-nos coleccionar decepções em cima de decepções! Quem seremos nós para impedir que o mundo sendo a realidade que nos mostra, continue a rodar como roda em cada dia?!...
Saudações Leoninas
Viva, 74 Primaveras Senhor Álamo 🦁 RESPECT!
ResponderEliminarJá não faltam três meses para as 75!...
EliminarMas obrigado na mesma. SL